terça-feira, dezembro 20, 2005

MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - IV



Museu Francisco Tavares Proença Júnior
Castelo Branco
Continuação.1976 – 1989 =IV

Muito mais poderia dizer sobre o que foi trabalhar no Museu entre 1976 e 89, altura em que a referida instituição era dirigida pelo Dr. António Forte Salvado, e do trabalho ali desenvolvido ao longo desse tempo.
Gostaria de terminar este ciclo de treze anos (1976-1989) relembrando o que era o Museu nessa altura, e para o fazer nada melhor que falar aqui, das dezenas e dezenas de pequenas edições, publicadas pelo Museu ao longo desses treze anos. Contando um pouco a história das peças ali expostas. Das muitas edições estou a lembrar-me neste momento de alguns títulos tais como.
- Uma Lápide sepulcral biface e uma lápide funerária de um Soldado Britânico;
- Pelourinhos e aguarelas;
- Os retratos de Frei Roque do Espírito Santo e de Frei Egídio da Apresentação;
- O Bordado de Castelo Branco edição de 1980;
- Roteiro do Museu edição de 1974;
- Monsanto;
- Artistas Naturais da Beira Baixa;
- Lage du Bronze Au Musee de F. Tavares Proença Júnior;
- A transposição de um solo de habitat paleolítico de Vilas Ruivas;
- Epigrafia Lusitano-Romana do Museu F.T. P.
Estas e outras edições são um testemunho desse tempo, e ainda hoje algumas, podem ser adquiridas na loja do Museu a preços meramente simbólicos. Ao folhear um desses livros que tem por nome “ Roteiro do Museu de Francisco Tavares Proença edição de 1980, e cuja capa aqui vos mostro, não posso deixar de pensar o seguinte:
- Será hoje o Museu melhor?
- Estará a população de Castelo Branco melor servida no que diz respeito ao seu Museu?
- E a cidade ficou a ganhar com as alterações no Museu?
A minha resposta as três perguntas é, 
Não!!!
A leitura desta pequena publicação vinte e cinco anos depois de ter sido editado, é mais que suficiente para poder afirmar tão claramente o “Não”. O Museu era nessa altura, uma instituição ligada as suas gentes, aos seus costumes, podendo até dizer-se que parecia que todos nós ali tínhamos qualquer coisa nossa, a Sala de Etnografia situada no primeiro andar, era o prova disso mesmo, onde os visitantes tantas vezes diziam: “em casa dos meus avós havia um banco igual a este”, ou ainda na sala dos pratos onde era frequente ouvi-los dizer: “a minha mãe tem em casa, um prato que era da minha avó, parecido a este”.
Muito mais haveria para dizer sobre o que era o museu, e o contentamento que era trabalhar ali, não era apenas um trabalho, era como se fosse a nossa segunda casa.
Vou terminar este período de treze anos da história do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, com uma pequena frase, (por sinal muito utilizada pelo fundador do museu).
Facta non verba – "Contra os factos não á argumentos"
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, dezembro 07, 2005

CASAS DA MINHA CIDADE - III

O CASARÃO DOS SILVA RIBEIRO

(Inicio de construção em 1866)

A degradação de alguns edifícios da cidade de Castelo Branco é infelizmente uma realidade, a questão já aqui foi colocada varias vezes por mim, porém existem excepções, a recuperação recente do casarão da família Silva Ribeiro por parte da Câmara Municipal de Castelo Branco é o exemplo a seguir. O edifício encontra-se situado na Rua dos Ferreiros e começou a ser construído no ano de1866, pela família Silva Ribeiro, na sua longa história de 139 anos, muito teria para contar se pudesse falar, foi residência da referida família durante muitos anos, mais tarde ali esteve instalado o Hotel de Salvação, o Hotel Central, e mais recentemente foi sede do Benfica de Castelo Branco. No r/c do referido casarão, muitos estabelecimentos comerciais ali se estabeleceram desde a sua construção, porem há um que aqui não posse deixar de referir por estar de algum modo ligado a ele por laços familiares, estou a referir-me ao Café do China que ali funcionou por volta de 1960 Muito mais se poderia dizer ou escrever sobre o casarão dos Silva Ribeiro, porém o mais importante é destacar a excelente recuperação do edifício por parte da Câmara Municipal de Castelo Branco e a sua entrega a algumas colectividades da cidade, colocando-o deste modo ao serviço dos albicastrenses. Resta dizer o seguinte uma andorinha não faz a primavera, vamos partir desde já para a obra seguinte.

À Câmara Municipal e ao seu Presidente 20 valores pelo trabalho ali realizado.

PS. Os dados Históricos referentes a esta noticia foram recolhidos noLivro “ Castelo Branco um Século na vida da Cidade Da Autoria de Manuel A. De Martins

Albicastrense

terça-feira, novembro 29, 2005

BAIRRO DO VALONGO - CASTELO BRANCO

Um Albicastrense preocupado:

O Bairro do Valongo é em sem duvida nenhuma o Bairro mais esquecido pelos responsáveis da autarquia albicastrense, para chegar-mos a esta conclusão basta visita-lo e verificar no local as suas carências. Foi construída recentemente uma nova rua no Bairro do Valongo, rua para qual eu proponho desde já um nome: “Rua da Rotunda Com Casa”, em homenagem aos responsáveis por tão ilustre obra, pois a mesma é digna de figurar num qualquer livro do guinesse como exemplar único em Portugal e não só. Mais comentários sobre esta rotunda para que!? Não vale a pena – a obra fala por si. Os cabos de electricidade e telefone são autênticos arraiais nas ruas do bairro, como se pode ver, (foto-2), é assim praticamente em todas as ruas. Os passeios não existem. Só na entrada e saída do Bairro. Também podemos encontra-los no interior do Bairro, muitos deles em terra batida e outros de cimento. Não existe no Bairro um parque infantil, para quando a construção de um? Ou será que as crianças do Valongo são menos que as crianças da Carapalha, da Urbanização Pires Marques ou de outros bairros da cidade! Não existe no bairro um espaço verde onde as pessoas possam passar os seus tempos livres, só sendo possível o convívio á mesa de um café. Não existem no Bairro locais com paragens para os transportes públicos, ou seja no Inverno a espera de um autocarro dá direito banho certo, no verão não necessitamos de praia para ficarmos bem torradinhos. Das estradas do bairro nem vale apenas falar. Estão uma miséria! A falta de passadeiras em algumas ruas é infelizmente, ainda em alguns casos, uma realidade. Senhor Presidente – os acessos e saídas do bairro são obras importantes, mas insuficientes. Chegou o tempo de dar uma nova cara ao bairro do Valongo, pois os seus moradores também são albicastrenses.

POR UM BAIRRO MAIS DIGNO
O albicastrense

terça-feira, novembro 15, 2005

Casa do Pessoal do Museu F.T.P.Júnior

Casa do Pessoal do Museu Francisco Tavares Proença Júnior – colectividade fundada em 1980 pelos trabalhadores do museu, viria a ser extinta em 1990 dez anos após da sua fundação.

Qual a sua historia?

Quinze anos após a sua extinção penso ser hoje possível fazer aqui um pequeno resumo histórico do que foram esses dez anos. No início dos anos 80 a casa do pessoal do Hospital distrital Amato Lusitano de Castelo Branco era um exemplo a seguir pelo trabalho que desenvolvia em prol dos seus associados. Os trabalhadores do Museu, seguindo esse exemplo decidiram fundar a sua própria casa do pessoal, mas com objectivos mais alargados. A proposta a que se propunham era criar uma colectividade que desenvolvesse as suas actividades com todos aqueles que quisessem participar nelas, não esquecendo porem a vertente social para com os seus sócios os trabalhadores do Museu.

Tal propósito foi conseguido?

Modestamente olhando para traz, penso que sim, as centenas e centenas de pessoas que participaram nas actividades da casa do pessoal do Museu ao longo desses dez anos são a prova da minha certeza. Não vou aqui lembrar todas as iniciativas que ao longo dos anos desenvolvemos na cidade, mas não posso deixar de mencionar os torneios da malha com participantes vindos dos mais variados locais do país, os Rally Papers, os concursos de fotografia a nível Nacional com participação de concorrentes portugueses a residir no estrangeiro, os torneios de Xadrez e muitas outras iniciativas. Não posso igualmente esquecer os convívios de trabalhadores do Museu, as festas de Natal, os passeios culturais e muitas outras iniciativas entre os seus sócios. Gostaria ainda aqui lembrar o apoio que sempre tivemos dos comerciantes da cidade ás nossas iniciativas, as ofertas de centenas e centenas de troféus e as muitas prendas para distribuir pelos participantes, eram a provas do seu carinho e apoio, e por fim os últimos são sempre os primeiros, o apoio que sempre tivemos do então director do Museu, Dr. Salvado a todas as nossas iniciativas foi fundamental para o êxito da casa do pessoal.

O porquê da sua extinção.

A casa do Pessoal era em meu entender um complemento do próprio Museu, mas o seu raio de acção visava como não podia deixar de ser, uma vertente totalmente diferente. Enquanto o Museu tinha a sua vertente cultural a casa do pessoal tinha por objectivo uma aproximação dos Albicastrenses ao Museu através de iniciativas desportivas tais como os torneios de malha e Xadrez ou outro tipo de iniciativas, como concursos de fotografia. È portanto legitimo afirmar que havia entre o Museu e a casa do pessoal uma união de objectivos, partilhada pelas suas direcções. Com a saída do Dr. António Forte Salvado em 1989 de forma totalmente vergonhosa (a este assunto ainda lá iremos), do cargo de director do Museu, e com a entrada da nova directora, essa união de objectivos deixou de interessar a quem lhe sucedeu no cargo, era a morte anunciada da casa do pessoal, alguns meses depois, por vontade dos seus sócios dava-se a sua extinção.

A Casa do Pessoal tinha por lema:

FACTA NON VERBA

O albicastrense

sexta-feira, novembro 11, 2005

Casas da minha Cidade - II

O Largo da Sé é sem duvida um dos mais bonitos da nossa cidade, não pelas obras ali feitas ultimamente, que são de muito mão gosto, mas pelo conjunto de edifícios ali instalados entre os quais destaco a Sé, o Conservatório, o antigo edifício do Banco Nacional Ultramarino e ainda o edifício dos correios.

É sobre este ultimo que hoje aqui quer falar, construído no inicio dos anos vinte é sem duvida um dos mais belos exemplares da arte nova construída na cidade, feito de raiz para ser estação dos correios, teve a sua inauguração a 26 de Outubro de 1928, com a presença do ministro do Comércio da altura Eng. Araújo Correia.

Encontra-se hoje aos ratos, depois das muitas hipóteses levantadas para ali instalar tudo e mais alguma coisa.

Afinal a quem pertence a antiga estação dos correios?

Segundo notícias publicadas nos jornais da cidade á algum tempo o mesmo teria sido ou iria ser adquirido pela Câmara da cidade, com o objectivo de ali instalar não se sabe ao certo o que. (pois muitas foram as sugestões levantadas)

Meus senhores por favor chegou o momento de decidir, ou sim ou sopas, como diz o povo, o edifício não merece estar a cair de podre é tempo de tomar decisões. Senhor presidente da Câmara o tempo de dar tempo ao tempo já terminou é tempo de fazer obras e ali instalar o que for mais útil á cidade, senão houver ideias faça-se um inquérito junto dos habitantes da cidade, para saber o que mais gostariam de ali ver instalado.

Senhor Presidente deixar este belo edifício abandonado e aos ratos é que não, pois a cidade não é assim tão rica em edifícios para se dar ao luxo de perder este belo edifício, de que vale á cidade estar bonita, se alguns dos nossos melhores edifícios ameaçam cair de podre.

PELA CIDADE SEMPRE, O ALBICASTRENSE

O Albicastrense

sexta-feira, novembro 04, 2005

MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR


EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA

"OLEIROS DE I
DANHA"
No
Museu Francisco Tavares Proença Júnior

Aquando da abertura desta página informei que a mesma estaria aberta á todas as iniciativas do Museu, assim como á divulgação de futuras exposições no mesmo.
Cumprindo o acordado, estive no Museu no dia 4 de Novembro onde pude ver a exposição que actualmente ali está exposta e cujo catálogo aqui ponho á disposição dos interessados.
Também disse na referida altura que teria opinião sobre as mesmas, como tal aqui vai ela, 20 valores pela bela exposição e o meu obrigado a todos os responsáveis pela sua organização.

O ALBICASTRENSE

segunda-feira, outubro 31, 2005

CASTELO BRANCO



CASAS DA MINHA CIDADE


A partir de hoje vou incluir nesta página semanalmente algumas imagens de palacetes e casas antigas da nossa cidade, em avançado estado de degradação, contribuindo desta forma para o levantar das consciências dos responsáveis da nossa cidade. Vou começar com dois edifícios situados numa das praças mais bonitas da nossa cidade
- a praça de D. José, situada praticamente no centro da cidade mesmo ao lado do Banco de Portugal, bem merecia a referida praça ter dentro do seu espaço caras bem mais lavadas. O palacete frente ao banco de Portugal, foi construído em 1891 e serve actualmente de sede a um partido politico ( PSD) no 1º andar e no r/c está instalado uma loja, não sei a quem pertence o referido edifício, mas pela forma como é tratado quer pelo senhorio e pelos inquilinos, bem merecia novo dono e novos inquilinos. Na mesma praça mesmo ali ao lado existe outro edifício, que não sendo tão grandioso não deixa porém de ser também interessante. Construído em 1928 é hoje ocupado por alguns comerciantes, também aqui não sei quem é o proprietário, gente boa não é certamente, porque a casa bem merecia tratamento diferente.

Qual deve ser o papel da Câmara Municipal na recuperação desses edifícios?

Senhor Presidente da Câmara é preciso tomar medidas, depois das mudanças feitas na cidade, torna-se necessária uma mudança de mentalidades em alguns senhorios da nossa cidade, a fim de evitar que a curto prazo os mais belos edifícios se tornem num conjunto de ruínas. Senhor Presidente, ao bolo não basta ter uma boa apresentação, tem que estar igualmente bem cozido senão ninguém o come.
À cidade pode aplicar a mesma máxima, cidade bonita com edifícios a cair de podre.
O Albicastrense

sexta-feira, outubro 21, 2005

HOMENS E MULHERES DA NOSSA TERRA: BARATA MOURA

BARATA MOURA 
PINTOR

Recentemente tive a oportunidade de ler numa revista, uma pequena entrevista com o pintor Barata Moura. Nela o pintor refere a sua mágoa, por não ver algumas das suas obras mais importantes expostas, referia-se mais concretamente á sua maior obra “Encontros com o Tejo” (sessenta quadros), que levou cerca de cinquenta anos a pintar.
Quem é Barata Moura?
Barata Moura nasceu em Castelo Novo, Fundão em 1910 radicando-se muito cedo em Lisboa. Nesta cidade, tirou o curso de pintor-decorador de Escola António Arroio e frequentou Belas Artes. De Paula Campos, Falcão Trigoso e Mário Augusto recebeu lições particulares tendo com esses pintores, realizado pintura ao ar livre. Conta-se pelas muitas dezenas o número de exposições que levou a efeito em Portugal e no estrangeiro. 
É autor dos conjuntos Pelourinhos e Castelos da Beira Baixa (trinta e um quadros) e Encontros com o Tejo (sessenta quadros), com os quais o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior realizou algumas exposições itinerantes há alguns anos. Encontra-se representado no referido Museu e em outros Museus e em numerosas colecções particulares.
Ao ler a pequena reportagem, não pede deixar de pensar naquele ano de 1978, quando a convite do Dr. António Forte Salvado, director Museu Francisco Tavares Proença Júnior de Castelo Branco, ele ali expôs pela primeira vez, e eu tive a sorte de o conhecer.

Era comum ouvi-lo dizer “chamam-me o pintor do povo”
Ele tinha a exacta noção do que a sua pintura representava na grande maioria das pessoas, a reacção dos visitantes aos seus quadros, a forma como ele dialogava com eles durante a visita à sua exposição os abraços com que muitos dos visitantes o premiavam no final da exposição tornavam-no um homem extremamente feliz. 
A referida exposição e todas as outras que se seguiram ao longo dos tempos no Museu, foram sempre visitadas por largas centenas de pessoas, com todos os seus quadros vendidos e outros tantos encomendados. 
A sua ligação ao Museu e a cidade de Castelo Branco tornou-se a partir dessa altura num acto de amor, as suas obras mais conhecidas “Pelourinhos e Castelos da Beira Baixa” um conjunto de trinta e um quadros e ”Encontros com o Tejo” um conjunto de sessenta quadros, que levou mais de cinquenta anos a pintar e ele ofereceu ao Museu, são a sua maior prova de amor.
Em 2003 Barata Moura foi distinguido com a comenda do Infante D. Henrique pelo Presidente da Republica Dr. Jorge Sampaio, por toda uma vida dedicada a Pintura.
Barata Moura hoje com 94 anos encontra-se actualmente num lar de idosos perto de Lisboa.
A pergunta a fazer neste momento a fazer é!
Para quando a justa homenagem em vida ao Mestre Barata Moura, com a realização de uma exposição com as referidas obras e não só, no Museu Tavares Proença, e se possível com a sua presença física?
Será que estão á espera do final do mestre Barata Moura, para depois fazer o que deve ser feito em vida?
Ou será que para os entendidos da pintura, aquilo a que eu assisti nas exposições do Mestre Barata Moura são apenas sonhos, que nunca foram realidades.
Triste sina a nossa quando alguns idiotas decidem por nós, o que devemos ver e não aquilo que gostamos de ver.
Para terminar cito aqui uma definição atribuída a Viera da Silva e que assenta que nem uma luva ao Mestre Barata Moura.

Pintor não é aquele que sabe pintar mas aquele 
dedica a sua vida à pintura”
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, outubro 14, 2005

A NOSSA CIDADE

Recentemente tive a oportunidade de ver no telejornal de um dos canais de televisão, uma notícia que me deu alguma satisfação e ao mesmo tempo alguma tristeza.

A notícia dizia respeito à cidade de Barcelos, alguns responsáveis pela cidade de Barcelos decidiram colocar nas ruas da cidade estatuetas de galos, símbolo da respectiva cidade, dando a conhecer desta forma o símbolo de que a cidade tanto se orgulha, e ao mesmo tempo fazer promoção do seu artesanato. Esta foi a parte da notícia que mais gostei, depois vem a parte que como Beirão mais me entristece.

Como se pode ver pela fotografia, que tive o cuidado de tirar há tempos a traz, o antigo passeio verde era calcetado com calcada à Portuguesa, onda se podia ver alguns símbolos do bordado de Castelo Branco.

Que vimos nós entretanto com as obras ali feitas?

Que alguém se esqueceu dos nossos bordados colocando lá em sua substituição um traço que vai de uma ponta à outra. Será que na sala de visita da nossa cidade, interessa mais divulgar os traços, em prejuízo dos nossos bordados? Substituir uma árvore da vida, um dos símbolos mais importantes dos nossos bordados, por um traço? Nem o diabo se lembraria de tal coisa!

Será que o nosso artesanato é assim tão rico, que se torna desnecessário divulga-lo aos que nos visitam? Senhor presidente sabe quantos albicastrenses tem em sua casa, na sua sala de visitas uma árvore da vida?

Quer crer que foi apenas um esquecimento, ou teremos que falar com os responsáveis de Barcelos para convidar os responsáveis autárquicos da nossa cidade para ali poderem aprender com eles. Senhor presidente da Câmara fui um dos que votou em si neste ultimo acto eleitoral, por entender que o trabalho desenvolvido por si nestes últimos anos é bastante positivo, embora discordando num ou noutro ponto, e como quer continuar acreditar em si que tal dar a mão á palmatória neste caso.

Vamos lá substituir o traço pelo bordado de Castelo Branco!

O Albicastrense

quinta-feira, outubro 13, 2005

MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR


Continuação. 1976 – 1989 =III

TRANSPOSIÇÃO DE UM SOLO
DE HABITAT PALEOLÍTICO
 DE VILAS RUIVAS
 (RODÃO)

A oficina-Escola é ainda hoje uma realidade, podendo a curto prazo ser apenas uma saudade, porém outras realidades que existiram no Museu, são hoje apenas gratas recordações.

O solo de habitat paleolítico de Vilas Ruivas (Ródão).
Quando em 11 de Abril de 1981 foi inaugurado na sala 1 do Museu uma exposição relativa à Estação de Vilas Ruivas e ao Paleolítico do Ródão, poucas pessoas poderiam imaginar as mais de mil horas de trabalho necessárias para a montagem do solo no Museu.
Não vou aqui lembrar do que foi todo o processo de montagem do referido solo no Museu, pois seria de todo impossível faze-lo nesta pagina dado à sua complexidade, porém quem tiver a curiosidade ou seja um apaixonado por estas coisas, pode dirigir-se à loja do Museu e adquirir o livro publicado na altura da autoria do Dr. Luís Raposo e Dr. António Carlos Silva sobre todo o processo de montagem e não só.
Se me fosse pedido que dissesse o que mais me marcou culturalmente, ao longo de tempo em que ali trabalhei, diria sem grandes dúvidas, a montagem de um solo de habitat paleolítico de Ródão. A reacção dos jovens estudantes quando ali se deslocavam juntamente com os seus professores, para no local terem as suas aulas de história, era no mínimo de espanto e admiração, pela oportunidade de poderem ver ao vivo no Museu um solo de habitat paleolítico.
O solo era sem dúvida o elo mais importante que ligava as escolas ao Museu, juntamente com os bordados. Porém em 1993 esse elo quebrou-se, aquando das obras de restauro do Museu, as mentes iluminadas de alguns sábios que habitam em Lisboa e não só, decretaram o seu fim. Depois de mais de mil horas de trabalho para que a sua montagem no Museu fosse uma realidade, é ordenada a sua desmontagem, ficando praticamente ao abandono durante alguns anos.
Não fosse a determinação da Dr. Ana Margarida terceira directora com quem tive a honra de trabalhar, hoje o referido solo seria apenas uma imagem fotográfica. Em 2000 o solo foi devidamente limpo, cuidadosamente encaixotado e colocado em lugar seguro, sete anos apôs os tais sábios terem feito da sua estupidez lei.
Será que alguma vez foram pedidas desculpas ao Grupo para o estudo do Paleolítico Português, e aos Drs. Luís Raposo e António Carlos Silva, responsáveis pela sua montagem no museu em 1981?
Aqui faço a pergunta para quando a sua colocação de novo, numa das salas do r/c do Museu?
Albicastrenses palavras para que!  Só temos aquilo que merecemos...
CONTINUA
O Albicastrense

segunda-feira, outubro 03, 2005

MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA - (II)

OFICINA  ESCOLA
DE 
BORDADOS DE CASTELO BRANCO

Continuação  (1976/1976 - II)

Mas as actividades no Museu não andavam unicamente a volta da pintura e da música, havia muito mais vida dentro daquelas paredes, os bordados de Castelo Branco eram já uma realidade, bordadeiras vindas da antiga mocidade Portuguesa que entretanto fora extinta em virtude do 25 de Abril de 1974, entravam pela primeira vez no Museu.

O Dr. Salvado cedia nas instalações do Museu a casa a que tinha direito, para ai instalar um grupo de bordadeiras, que iria dar origem em 1976 á criação da oficina-escola, de Bordados de Castelo Branco, cujo os
objectivos eram a produção, conservação, restauro e divulgação dos bordados de Castelo Branco. Competia ainda ao Museu o estudo e aperfeiçoamento das técnicas e da arte dos bordados, devendo ainda prestar colaboração e apoio às actividades e aos trabalhos oficinais dos estabelecimentos de ensino de Castelo Branco.
A vinda pró Museu das bordadeiras não foi porém nada fácil para elas. Nos primeiros tempos, o salário das bordadeiras dependia da vendas dos bordados, uma vez que o Museu não disponha de meios financeiros para lhes pagar, só com a integração delas no quatro de pessoal do Museu foi possível a resolução do problema. Será justo ainda aqui referir o empenho e o brio profissional que sempre demonstraram, não esquecendo porém a encarregada D. Etelvira e os seus conhecimentos em Lisboa, foi também fundamental o trabalho desenvolvido pelo Dr. Salvado para a criação da oficina-escola de bordados de Castelo Branco.

Foram muitas exposições de bordados no Museu e fora dele entre 76 e 89 porém á uma que recordo pela sua importância e também por ter feito as fotografias para o respectivo catálogo que ainda hoje guardo com algum carinho. Estou a referir-me á exposição feita em Lisboa na galeria Almada Negreiros em 86.

Porém o mais o mais importante, por parte da direcção do Museu foi o iniciar da sua colecção de colchas antigas, hoje uma das mais importantes do país, pena é que a oficina-escola que eu também ajudei a criar, tenha os seus dias contados, das cerca de vinte bordadeiras iniciais, restam actualmente cinco, por motivo de reforma das funcionarias, e não haver qualquer interesse por parte das entidades responsáveis ( M.C. – IPM ) na sua continuação.

O acabar com a oficia-escola é hoje em meu entender quase uma realidade, porem a destruição do seu espaço físico em 1992, foi o primeiro passo, nesse sentido, na década de 80 foram construídas instalações próprias no edifício do museu para funcionamento dos bordados. Essa construção situava-se junto a figueira ao lado do Museu, e muito mal ficaria eu comigo próprio se não contasse aqui uma pequena história sobre as referidas instalações. No início dos anos 80, o Dr. Salvado então director do Museu conseguiu que fossem feitas as referidas instalações que reuniam todas as condições para um bom funcionamento dos bordados. A construção tinha duas salas: uma para as bordadeiras e outra para o marceneiro que dava apoio á oficina-escola, um vasto corredor e ainda duas casas de banho, na sala das bordadeiras foi construída uma clara bóia para ter luz natural.
Ali funcionaram os bordados durante alguns anos, mas em 1992 aquando das obras de restauro do museu já com outra directora (a personagem seguinte) eis que se da o milagre da extinção do edifício dos bordados. Pegou-se numa borracha e apagou-se as instalações dos bordados e colocou-se lá um restaurante – o restaurante invisível (!!!), que ainda hoje pode ser visto (ou não visto) no local.

Albicastrenses de que massa somos nós feitos?

Será que se esta história real acontecesse noutro local, o fim seria o mesmo?
Que futuro espera a oficina-escola?
Os Albicastrenses vão mais uma vez ficar surdos e calados?
Ou será que o proclamado certificado do bordado de Castelo Branco que alguns falam vai resolver todos os problemas?
Foi difícil o seu parto.
Foi difícil a sua criação.
Será assim tão fácil, a sua destruição?
CONTINUA
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 28, 2005

LARGO DA SÉ

LARGO DA SÉ

Das muitas obras realizadas em Castelo Branco nos últimos tempos e das quais sou um apoiante, existe uma que merece neste blog uma chamada de atenção, pela sua pobreza e ao mesmo tempo, por reduzir um espaço muito querido dos Albicastrense, num local triste e até medonho.
Estou a referir-me ao largo da Sé. Como foi possível trocar o jardim que lá existia (muito mal tratado nos últimos tempos) por aquilo que mais me parece um largo de um cemitério?
Eu sei que no referido largo ou perto dele ainda hoje aparecem ossadas de pessoas, pois em tempos existiu ali perto um cemitério, mas por amor de Deus, trocar o jardim que ali existia por aquilo que lá está é no mínimo de muito mau gosto e de grande falta de imaginação.
Então a nossa Sé, que agora está tão bonita, não merecia algo mais, que um largo fúnebre? 
Que tristeza meus senhores !!!!
Senhor Presidente da Câmara nunca é tarde para dar a mão a palmatória, só as pessoas inteligentes são capazes de alterar o que porventura não esteja tão bem.
NOTA NEGATIVA PELO PÉSSIMO TRABALHO!!!
O Albicastrense

segunda-feira, setembro 26, 2005

MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR

Tendo trabalhado no Museu durante 27 anos e estando actuamente aposentado, pensei em ter neste blog uma coluna com informações sobre as suas actividades, e ao mesmo tempo dizer o que penso sobre as mesmas.
Tendo trabalhado no Museu entre 1976 e 2003, vou aproveitar igualmente este blog para aqui contar o que foi trabalhar nesta instituição e o seu percurso cultural ao longo desse tempo.
Falarei também do que foi trabalhar com o Dr. António Forte Salvado, primeiro director do Museu com quem tive a honra e o prazer de trabalhar, não esquecendo porem a personagem seguinte, falarei ainda do que foi trabalhar com a Dr. Ana Margarida. Irei também falar
CASA DO PESSOAL DO MUSEU
e
GRUPO DE ANIMAÇÃO CULTURAL DO MUSEU
1976 - 1989
Junho de 1976 foi o mês da minha entrada no Museu, ali tive a oportunidade de conhecer uma pessoa por quem ainda hoje tenho um grande respeito e uma admiração do tamanho do mundo, Dr. António Forte Salvado. Que dizer do Dr. Salvado?
Que bom seria ter engenho e arte para aqui poder dizer o que pense, e o que sinto, mas a falta de capacidade na escrita, limita-me o saber transcrever para estas linhas tudo aquilo que me vai na alma, apenas direi o Museu Tavares Proença, perdeu com a sua saída em 89 de uma forma vergonhosa e escapafurdia, a sua alma, ficando apenas com o seu espaço físico.
O que um é corpo sem alma?
Apenas um cadáver em decomposição!

Entrei no Museu como já disse anteriormente em Junho de 76, como era o Museu nessa altura?
Dois anos após o 25 de Abril o Museu dava mais alguns passos no sentido de escancarar as suas portas á cidade, o panorama cultural da cidade era desolador apenas duas ou três organizações se mexiam na cidade, as actividades no museu fervilhavam de emoção, as exposições de pintura sucediam-se muitos dos melhores pintores Portugueses, exponham, pela primeira vez em Castelo Branco, o numero de visitantes aumentava a olhos vistos, já se comentava vir a Castelo Branco e não visitar o Museu era com ir a Roma e não ver o papa.
Tive o privilégio de conhecer praticamente todos os grandes pintores Portugueses, das décadas de 70 / 80, não vou aqui dizer os seus nomes pois se o fizesse, alguém ficaria de fora por esquecimento.
Durante os treze em que fiz parte do grupo de trabalho que agitava culturalmente esta cidade, sob a chefia do Dr. Salvado, terão sido feitas mais de 250 exposições de pintura no museu. Porem o museu não era só pintura em colaboração com o saudoso Eng. Russinho e a sua Pró-Arte os concertos sucediam-se, Músicos de vários países davam-nos música no salão do museu.
Que saudades tenho eu do velho piano...
Continua em breve....
O ALBICASTRENSE

terça-feira, setembro 13, 2005

ASSEMBLEIA DE CASTELO BRANCO

COLECTIVIDADES
de
CASTELO BRANCO
Assembleia de Castelo Branco
1849 - 2005
(Foto - Casa onde durante 156 anos existiu a sede da Associação).

Castelo Branco tem hoje um vasto leque de colectividades populares, que nos últimos anos muito tem contribuído para o desenvolvimento cultural, recreativo e desportivo da nossa cidade.
Porém nem de todas as associações da cidade nos últimos tempos tem desenvolvido um trabalho meritório, vem isto a propósito de uma pequena associação, que tem por nome Assembleia de Castelo Branco.

Fundada em 1849 terá hoje a bonita idade de 156 anos (se ainda existir), e será a segunda colectividade mais antiga do país, fiz parte dos corpos gerentes no ano de 1987 na qualidade de tesoureiro e fui seu sócio até 1988/89 altura em que deixaram de cobrar quotas.
Gostaria de aqui colocar alumas questoes.
Quem esta actualmente á frente da Associação?

Sei que o prédio onde funcionava a sede da associação está em ruínas.
Qual a razão da não abertura da sede noutro lugar, até se resolver o problema com a atual sede?
Alguma vez se falou com os sócios para discutir o assunto?
Como foi possível deixar que a sede se degradasse com todos os seus haveres lá dentro? Os seus registos de identidade, estão a salvo ?

AQUI FAÇO UM APELO
Vamos recuperar a aAssembleia de Castelo Branco
Contactos – Veríssimo Bispo 272083838, antbispo@gmail.com
O ALBICASTRENSE

quinta-feira, setembro 08, 2005

ROTUNDA DA EUROPA

DESCUBRA AS DIFERENÇAS 
1999                                                                                                                                                2003








                       
             
 Antigas entradas para o Bairro do Cansado e para os Escalos.
O MESMO LOCAL TRÊS ANOS DEPOIS
PALAVRAS PARA QUÊ!
PONTUAÇÃO MÁXIMA 20 VALORES
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 07, 2005

CAFÉ LUSITÂNIA - 1827 - 2003


(Café típico da primeira metade do século XX)

Local de convívio de muitos albicastrenses ao longo de décadas, foi brutalmente destruído em 2003, para dar lugar a outro tipo de estabelecimento. Era lá que nos anos cinquenta e sessenta as classes mais pobres se reuniam, para ver televisão, ainda hoje recordo as tardes de sábado e domingo que em conjunto com um grupo de amigos para ver os filmes de Mickey Rooney e Shirley Temple, entre outros. Foi lá que assisti ás primeiras transmissões de futebol pela televisão. 
Era lá que nos anos setenta, pós 25 de Abril se discutia política entre um jogo de bilhar e o beber de uma cerveja. 
Numa época em que a cidade de Castelo Branco
 está em claro desenvolvimento, como foi
 possível a sua destruição? 
Será que a defesa da nossa identidade cultural não é tão ou mais importante, que a construção de uma qualquer rua, parque de estacionamento ou rotunda!
Que raio de pessoas somos nós, que tudo permitimos a quem nos governa, (ou desgoverna neste caso), quem  foram os responsáveis pela sua destruição?
TODOS OS ALBICASTRENSES!
 UNS POR OMISSÃO, OUTROS POR FALTA DE SENSIBILIDADE CULTURAL E OUTROS, POR INCOMPETÊNCIA...
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...