terça-feira, setembro 30, 2008

PEDRO BARROSO



Cine Teatro Avenida - 4 de Outubro

Pela primeira vez escrevo neste blog algo sobre um espectáculo musical que vai decorrer em Castelo Branco, se não o fizesse tenho a sensação que ficaria de mal para comigo próprio, uma vez que tenho uma profunda admiração pelo homem, e pelo trovador.
Não vou aqui falar sobre o músico nem sobre as suas canções, porque não tenho arcabouço para tal, posso porém dizer ao homem, (que por sinal nasceu no mesmo ano que eu) que ao longo dos anos me habituou a ver nele, não um “cantor” como muitos outros, mas antes um homem que trilhou um caminho sem nunca mudar de direcção.
Pedro Barroso este albicastrense só pode desejar-te muitos e muitos mais anos de cantigas, e que continues a deliciar-nos com a tua música.
Alguns dados sobre Pedro Barroso
Considerado como um dos últimos trovadores de uma geração de coragem que ajudou pela canção a conquistar as liberdades democráticas para Portugal, continua a constituir-se como uma alternativa sempre diferente nos seus concertos, repletos de emoção e coloquialidade.
Publica o seu primeiro disco em 1970 e entra na Companhia do Teatro Experimental de Cascais onde participa como actor, músico e cantor em várias peças. Produz entretanto alguns programas para Rádio e Televisão ("Musicarte", "Tempo de ensaio", etc.).
Cantou até hoje em praticamente todo o território nacional e ainda em Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Suiça, Suécia, Inglaterra, Canadá, Brasil, Hungria, Macau e Estados Unidos. Em 1996 é editado o livro "Cantos Falados", (ED. ULMEIRO) que reúne toda a sua poesia - de canção e não só. No Natal de 2002 foi editado um CD, de seu título genérico "
De viva voz" que regista ao vivo temas gravados em pontos vários nos últimos cinco anos e que, embora com a qualidade técnica permitida pelas circunstâncias, se converte num documento único de grande valor como memória de um estilo bem pessoal e da emoção vivida em palco em alguns momentos.
Celebra no ano de 2004 o seu 35º aniversario de autor, poeta e compositor lançando o CD "Navegador do Futuro" (Ed. Ocarina) e com actuações.
Em 2005 actua a solo no Fórum Lisboa; recebe o Prémio de melhor disco do ano atribuído pela Rádio Central FM ao CD "Navegador do Futuro" .
Ainda em 2005 foi editado o CD "Antologia" em caixa de duplo CD, registando os seus mais relevantes trabalhos realizados entre 1982 e 1990, onde avultam colaborações históricas com Mário Viegas e Sophia de Mello Breyner Andresen.
Dados retirados no: Site Oficial - www.pedrobarroso.com
O Albicastrense

domingo, setembro 28, 2008

PELA CALADA DA NOITE

   OS VÂNDALOS

Se existe algo que me põe os neurónios em ebulição, são os actos de vandalismo gratuito.
Hoje dia 27 de Setembro de 2008 ao passar pelo centro da cidade fiquei indignado com o triste espectáculo que tive oportunidade de ver.
Na saída do túnel frente ao Governo Civil, existe uma grade de ferro que separa o passeio do túnel, nessa grade estão expostas treze floreiras com flores lindíssimas de várias cores, pois esta madrugada alguns asnos, (sem ofensa para os pobres animais, que serão seguramente mais inteligentes, que os que lhe querem vestir a pele) resolveram “divertir-se” e toca a arrancarem as flores pelas raízes e mandá-las para o chão, e nem o facto de ali mesmo ao lado existir uma esquadra da policia serviu de intimidação a estes jericos.
A minha indignação por este tipo de vandalismo é total, ainda mais quando me sopram aos ouvidos dizendo que são normalmente os jovens, os autores deste tipo de vandalismo.
Por mais que tente compreender a atitude de quem pratica este tipo de selvajaria!!! confesso que não a consigo entender… e nem o facto de poderem argumentar que tudo isto é fruto da muita bebida que se bebe na chamada zona das docas, (mas sempre devesa) serve de atenuante.
Às entidades policiais só me resta pedir mão pesada para com os infractores deste tipo de barbaridade.
O Albicastrense

sexta-feira, setembro 26, 2008

UMA LIMPEZA FELIZ

LARGO DO SAIBREIRO

Muito se tem falado de algumas das obras que decorrem na nossa cidade, ignorando-se por vezes, outras menos importantes ou até menos vistosas, porém tão necessárias para a nossa cidade como todas as restantes.
É o caso do muro que podemos ver nas fotografias aqui expostas, para quem como eu por ali passa regularmente, à muitos e muitos anos e sempre viu aquele velho muro abandonado, maltratado, e completamente deixado ao Deus dará, não pode deixar de realçar este bom trabalho.
Dirão alguns que é apenas um muro!!! é verdade… porém convêm não esquecer, que muitas vezes são as pequenas obras, (
como por exemplo; um passeio ou uma rua por onde passamos regularmente que se encontra em péssimo estado, mas que nunca sabemos quando vai ser arranjada) aquelas que mais dizem aos albicastrenses, pois são aquelas que mais têm a ver com o nosso dia a dia.
A recuperação deste muro e de toda aquela zona, é sem duvida uma boa aposta da autarquia albicastrense, negar este facto seria um acto de estupidez, e acima de tudo uma injustiça para com aqueles que muitas vezes aqui tenho criticado,
(e que continuarei a criticar, sempre que o meu dever de cidadania a isso me obrigue) parece-me justo realçar este bom trabalho.Lembraria ainda os responsáveis da autarquia albicastrense, que o muro está bonito, no entanto convêm lembrar a certos senhores que o mesmo não deverá servir de expositor de cartazes de circo, de eventos musicais, ou de propaganda a actos partidários.
Pois se assim não for, um dia destes teremos de novo o velho muro centenário, de regresso ao seu passado porcalhão.
PS- Sugestão do albicastrense aos responsáveis pela nossa autarquia….
Para quando a colocação de um aviso no local, proibindo a afixação de cartazes no velho muro?
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 24, 2008

Antigos Jornais Albicastrenses

Jornal "O Rebate"

A vinte e dois de Setembro de 1912, surgiu à luz do dia, em Castelo Branco, o jornal “O Rebate”.
Dizia ser um órgão das classes trabalhadoras. Foi seu director, José Fernando Alves, e seu administrador, José Eugénio Nard. Tinha como editor José Oliveira Carvalho, sendo a sede de administração na rua do Saibreiro.
Era propriedade de um grupo de operários de Castelo Branco e era composto e impresso na tipografia Pelejão.
Afirmava-se “ser o continuador do programa do jornal O Futuro”. Porém a partir do número oito, dizia-se ser “propriedade do núcleo do Partido Socialista de Castelo Branco”. Posteriormente, no número 26, já afirmava que o jornal “é propriedade do grupo de Operários de Castelo Branco”. Terminou a 21 de Fevereiro de1915, com a publicação do número 74.

PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias a compilação é de Gil Reis
Foram publicados no Jornal ”A Reconquista”
O Albicastrense

segunda-feira, setembro 22, 2008

TIRAS HUMORÍSTICAS


BIGODES E COMPANIA
Albicastrenses esclarecidos e militantes partidários, comentam a delicada situação das cartas caracol enviadas pela nossa autarquia para a sede do PCP albicastrense.
O Albicastrense

IMAGENS ANTIGAS DE CASTELO BRANCO




Estas antigas imagens da terra albicastrense, fazem parte do meu arquivo fotográfico que conta neste momento com mais de 200 imagens 
Imagens recolhidas de postais, revistas, e livros antigos sobre Castelo Branco ao longo de muitos e muitos anos, imagens tratadas digitalmente (mas não alteradas) pelo autor deste blog . 
Apesar destas fotografias não serem imagens inéditas sobre a cidade de Castelo Branco, formam um bom conjunto documental e contam-nos através da imagem a história da cidade na primeira metade do século XX. 
A recuperação destas fotografias é uma justa homenagem do autor deste blog aos homens, (muitos deles ilustres desconhecidos) que ao longo da primeira metade do século XX fotografaram a nossa cidade, deixando-nos estas belas imagens.

PS. Recentemente foi realizada uma exposição com  75
 dessa imagens na Casa do Arco do Bispo. Espero que
 as imagens possam brevemente ser expostas
 noutros locais de Castelo Branco, como 
ficou anteriormente acordado.
O Albicastrense

sexta-feira, setembro 19, 2008

Castelo Branco na História XXXVII

(Continuação do número anterior)

Nas paredes laterais da nave havia altares em cujas arcaturas estavam gravadas as armas dos Telles e Silvas da família da Bispo da Guarda D. Frei Luís da Silva. Quando foram constituídos os corpos laterais, no século XVIII, dois destes altares foram substituídos pelas portas de acesso à Capela do Santíssimo Sacramento e à sacristia grande. No altar que existia no local onde se encontra hoje o formoso pórtico ladeado por colunas de capitéis coríntios, esteve a imagem de S. Dustan com uma tenaz de ferreiro numa das mãos. Esta imagem havia sido ofertada à igreja pelos ferreiros da cidade, com a promessa de a conduzirem na procissão do Corpo de Deus em substituição das figuras do diabo que a Câmara Municipal lhes exigia.
Refere-se a este assunto a acta da sessão da Câmara de 25 de Junho de 1700, da qual se transcreve o seguinte trecho:
” E logo na dita Câmara compareceram os ferreiros desta Vila abaixo assinados e requereram que para maior ornato da procissão do Corpo de Deus pediam lhes quisessem dar licença para darem um santo do seu oficio que é S Dustan e aliviarem-nos de darem os diabos que costumavam dar. O que tudo pelos ditos oficiais foi aprovado: que os houveram por aliviados dos ditos diabos e que daqui por diante dariam o Santo Dustan em sua charola com quatro tochas.
E de tudo serem contentes fiz este termo que assinaram e eu António de Pina Ferrão o escrevi.” Esta acta foi assinada pelos ferreiros Tomás Rodrigues, Manuel Augusto Rosa, Domingos Marsigote e Paulo Fernandes. A escolha da imagem de S. Dustan foi talvez baseada na lenda saxónica segundo a qual o diabo entrou em casa daquele santo e hábil ferrador e sofreu tais tormentos, ao ser ferrado depois de ter sido bem amarrado a uma parede, que implorou misericórdia, tendo-lhe concedido S. Dustan em troca da promessa de que jamais entraria em casa de ferreiros.
Desta lenda provem a superstição, disseminada em muitos países de que uma ferradura constitui um bom amuleto porque possui o condão de afugentar o diabo que, ao vê-la, presume estar próximo de uma oficina de ferrador.
No dia 4 de Agosto de 1773, pelas duas horas da manhã, desabou a empena do corpo da igreja, situada sobre o arco da capela-mor, com a sua cruz terminal de cantaria. Os destroços, caindo sobre a abobada onde abriram uma grande brecha, fizeram tombar o Sacrário a banquete do Altar-Mor e uma primorosa imagem do Arcanjo S. Miguel que se quebrou, assim como alguns degraus do sucedâneo. As sacristias principalmente a do lado sul, ficaram também arruinadas. No mesmo dia foi mudado o Santíssimo Sacramento para a igreja da Misericórdia Velha, que serviu de paroquial durante o tempo em que duraram as obras de reconstrução da Sé.
No dia 25 de Março de 1775, dia da Anunciação da Virgem, foi reconduzido o Santíssimo Sacramento para a catedral pelo Bispo D. José Maria Caetano, numa grandiosa procissão.
Na noite de 19 de Março de 1804 a cidade foi flagelada por um violente temporal que fez ruir uma grande parte do tecto e do coro da igreja
.

PS . O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951 - Autor: Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 17, 2008

ESPAÇOS EM RUÍNAS


Em Março deste ano publiquei neste blog, o poste que se segue:
Castelo Branco é hoje uma cidade em obras! A sensação que ela transmite a qualquer turista que nos visite nesta época, só poderá ser a de uma cidade vítima de algum terramoto recente.
As obras são tantas que os albicastrenses se interrogam sobre a necessidade das mesmas, e sobretudo sobre a urgência de fazer todas estas obras ao mesmo tempo. Não tenho dúvidas quanto à necessidade da maioria destas obras, porém, gostaria de lembrar duas situações, (sem fim à vista), que a meu ver muito envergonham a nossa cidade.
Estou a referir-me às instalações das antigas fábricas da Prazol e Metalúrgica, ambas situadas perto da estação do caminho-de-ferro, (bem no coração da cidade). 

Eu sei que a responsabilidade destas ruínas, (Contemporâneas e de grande interesse turístico para a cidade de Castelo Branco), não são da responsabilidade da autarquia albicastrense... mas não terão os nossos eleitos uma palavra a dizer sobre esta indigna situação? Comunicar, explicar, ou aclarar determinadas situações, não são seguramente o prato forte dos nossos dirigentes autárquicos de hoje, e tenho pena que assim seja. 
Ser eleito não dará seguramente ao eleito, o direito de decidir a seu belo prazer, sem que aqueles que o elegeram possam ficar a saber o que foi decidido, ou o que vai ser feito. Aos responsáveis autárquicos da nossa cidade, gostaria de colocar a seguinte questão: Para quando a limpeza destas áreas e quais os projectos para estes locais? Senhores autarcas, só ganham em ter os albicastrenses bem informados.
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Seis meses depois, eis que os nossos autarcas tomam medidas sobre este espaço da nossa cidade.
No “jornal reconquista” Joaquim Morão diz entre outras coisas o seguinte:
”É um marco histórico para a cidade, há muito que tempo que os albicastrenses desejavam que ali não fosse construído nada”.
“O espaço vai ser ocupado para estruturas de lazer, como um jardim, por exemplo”
Faço destas palavras, as minhas palavras e não estarei enganado se disser que a grande maioria dos albicastrenses farão o mesmo.
No entanto, este albicastrense saturado com a onda granítica que infestou a nossa cidade e a tornou numa cidade sem alma, e a descaracterizou do seu passado histórico, fica já de pé atrás com as palavras escolhidas pelo presidente da nossa autarquia, quando diz o seguinte: “O espaço vai ser ocupado para estruturas de lazer, como um jardim, por exemplo”.

Um jardim por exemplo!!! diz o presidente da nossa autarquia… tenho que confessar que não gostei das palavras escolhidas, pois são certezas de nada e lançam já algumas dúvidas sobre o futuro projecto para este espaço, no entanto a procissão ainda não saiu da adro da igreja. Vamos aguardar pelo desenrolar dos acontecimentos.
O Albicastrense

terça-feira, setembro 16, 2008

ALBICASTRENSES ILUSTRES X


FRANCISCO ANTÓNIO RIBEIRO DE PAIVA 
(17?? – 1831)
Filho de António Ribeiro de Paiva e de Isabel Ayres Henriques nasceu em Castelo Branco.
Graduou-se na Faculdade de Filosofia em 1779 pela Universidade de Coimbra, onde depois foi lente regendo por muito tempo na cadeira de zoologia e mineralogia.
Chegou a ocupar o lugar de decano e director da faculdade.
Publicou em 1794 “Introdcciones Zeoologicoe” que, segundo os entendidos, encerra a melhor doutrina professada nesta matéria em fins da século passado.
Faleceu em Antuzeda, próximo de Coimbra em Novembro de 1831
Recolhidos de dados:
Monografia de Castelo Branco de António Roxo
O Albicastrense

sábado, setembro 13, 2008

Tiras Humoristicas


Bigodes e Companhia, comentam a visita que a nossa Governadora fez às Docas, para sensibilizar os comerciantes sobre as novas leis a aplicar no sector da restauração.
O Albicastrense

sexta-feira, setembro 12, 2008

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - III

A Câmara que estava em exercício desde o ano antecedente esperava a cada momento ser substituída. Deu-se a substituição no dia 28 de Janeiro, como se vê do seguinte.
Acta
Termo da Cãmara
As vinte etres dias domes de Janeiro de mil eseis sentos esincoenta esinco anos estando em vreação Pedro dandrade vreador mais velho e juiz da ordenação e Gaspar Mousinho magro vreador elles dittos oficiais da Camera abrirão hua carta desua magestade asinada pela sua mão Real que hera apauta dos officiais da Camera que hão deservir este prezente anno deseis sentos asincoenta esinco annos e herão as pesoas seguintes asaber Vreador o 1, tomaz de Carvalho dasilva da fonsequa Coutinho, luís da silva barrete procurador do Concelho António Martins Ruivo; esendo chamados adita Camera mandou odito juiz pala ordenaçao correream folha naforma doestilo doque fis este termo Manuel fertão depina.
Comentário do autor: 
De seguida entraram em exercício os novos vereadores, à excepção de Manuel da Fonseca Coutinho, a quem opunha embargos o licenciado Tomas de Carvalho da Silva, sem dúvida por motivos de inimizade pessoal. Apareceu mais tarde, como veremos, depois de um conflito com ele havido por causa da procissão do Corpus Christh, que na devida altura se contará, porque é interessante. Nos primeiros dias não parecia que a nova vereação estivesse muito disposta a trabalhar. Pelo menos não aparece coisa de jeito por ela feita. As sessões gastam-se em deliberações sem sombra de interesse; aparecem consignadas apenas coisas como estas:
Acta
Domingos Lopes balhão dolugar de alcains carregou osinal das suas Rezes que he oque segue aorelha esquerda tendida enão tinhão mais Sinal as ditas Rezas.
Comentário do autor: Eram, como se vê, registados na Câmara os sinais pelos quais o gado de um proprietário se distinguia do dos outros, o que quer dizer que de então para cá não se aprendeu nada neste capítulo, antes se desaprendeu, pois que hoje ninguém regista as marcas de qualquer espécie de gado cá pelos nossos sítios.
Avultam nas actas os pesos e medidas aferidos, havendo quem aferisse tudo isto:
Acta
Arroba e meia eoito arateis equatro adomis ehu emeio equarto ealqueire emeio ecanada emeia de cobre ameio almude debarro emeio alqueire equarto esalamim eas balansas.
Comentário do autor: No dia 12 de Fevereiro há sessão da Câmara e são eleitos os deputados da décima, pela forma seguinte:
Acta
“Pedro de Andrade e Manuel dafonseca Coutinho pêra deputado dos nobres; Sebastião pereira e Manuel Fernandes bigodes para deputados;
Escrivão Diogo Botelho;Tesoureiro dafreguezia de São Miguel manuel nunes vizeu; Domingos Mendes dafreguezia de Santa Maria”
Comentário do autor: E assim vai entretendo o tempo a Câmara nova, até que, mais senhora de si começou a fazer coisas de maior tomo.
Digna de ser conhecida é a sessão de 13 de Março. A acta ou termo da Câmara (e é a primeira vez que encontramos escrito Camara e não Camera como até aqui e como logo a seguir aparece de novo) resa assim:
Acta
Aos trese dias domes de Março de mil eseis esincoenta esinco annos estando em Camera odoutor domingos Cajado Rebelo juiz de paz o 1, Thomaz de Carvalho dasilva vreador António martins Ruivo procurador mandarão oseguinte elogo na dita Camera ordenarao emandarao que porquanto os pordais fazião muito dano nas ortas e nos chois eno pão que está junto avilla e que he nesesario acudir-lhe com oremedio conveniente mandarão que toda a pessoa de qualquer calidade que tiver casas em que viva terá obrigação de dar sinquo cabesas depardais que serão entregues ao escrivão da Camera eas pesoas asim davilla como do termo e para otermo sepassara mandado pêra os juises amandarem apreguar e fazerem rol das pessoas que dão os ditos pardais emandarao os róis aesta Camera das pessoa que os darão ou deixarão de dar oque cumprirão os dittos juises com pena deseis mil Reis aplicados pera as obras desde concelho equalquer pesoa que não entreguar os ditos Simquos pardais ate dia de são joão paguara quinhentos Reis de coima pera as despesas do concelho.
Comentário do autor: Era um imposto sue generis criado por uma postura que esteve em vigor durante mais de dois séculos.
Era escrivão da Câmara Francisco Domingos Guedes, que nós conhecemos ainda muito bem, quando o imposto das cinco cabeças de pardais foi extinto. Nos últimos anos este imposto era difícil de pagar, porque os pardais tinham rareado; por isso o escrivão da Câmara fechava os olhos e deixava passar vários ardis com que, em parte ao menos, se iludia a postura.
Um desses ardis consistia em dividir a cabeça do pardal em duas partes, o que conseguiam separando as duas peças que formam o bico. O escrivão fingia não dar por isso; fazia de conta que cada parte do bico era uma cabeça e deixava passar.
Contou-me isto a tia Isabel, que foi minha patroa de estudante e que em nova fora criada do escrivão Guedes. Assistiu à cena muitas vezes e ajudava à prática do ardil. Mas nesta sessão, por muitos títulos notável, houve outras deliberações importantes, e a que tomou lodo a seguir à do imposto em cabeças de pardais ainda hoje é de aplicar e, mutatatis mutandis está incluía no código de postura em vigor. Veja-se pelo que, a seguir consta da acta:
Acta
Elog o naditta Camera pareserão os misteres gaspar Roiz e berthomeu frz Carneiro e eles requererão que nesta Camera avia hua provisão de sua magestade em que foi servido ordenar que nenhuma pesoa pesquase na liria desde o moinho fundeiro até ponte de pai longo com mixoga nem outro material com pena de seis mil Reis easim requererão que as pesoas que fosem achados pesquando na ditta liria contra a forma da ditta provisão e posturas desta Camera fosem comdenadas em seis mil Reis eos dittos officiais da Camera assim o mandarão.
Comentário do autor: Nesta sessão ainda há mais deliberações dignas de ser recordadas, mas têm de ser para outro número. Levar até ao fim a sessão de uma fez só seria abusar da paciência dos meus três leitores. “Arc.”

 (Continua)

P S – Trabalho publicado no Jornal “A Era Nova” em 1937.
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 10, 2008

RUAS DA MINHA CIDADE

RUA VAZ PRETO
Se existem noticias que me põem os neurónios em ebulição e me deixam fora de mim, são as falsas ou meias verdades publicadas com alguma regularidade nos nossos jornais.
Vem esta conversa a propósito de uma notícia publicada esta semana no jornal “A Reconquista” com o título; “Rua Vaz Preto está como nova”.
Nessa notícia é atribuída ao presidente da nossa autarquia a declaração que se segue:
Esta obra está incluída na requalificação da zona antiga da cidade. Nós queremos dotar toda essa zona de melhores condições, tornando-a mais funcional e mais apelativa. A Rua Vaz Preto é uma das que foi intervencionada e cujas obras estão concluídas”.
As palavras do presidente da nossa autarquia, em relação a esta pobre zona da nossa cidade terão seguramente a concordância da grande maioria dos albicastrenses, palavras que eu faria minhas se tal me fosse pedido.
Pois acreditando nesta noticia fui visitar esta rua na expectativa de tirar uma fotografia para a posteridade. Espanto dos espantos, quando ali cheguei e verifiquei que afinal o trabalho está por acabar.
Os passeios frente á antiga muralha, (e não só) estão por arranjar!!! Os tubos com fios para ligações eléctricas estão bem visíveis e as obras continuam.
Senhor presidente falar-se verdade é por norma a melhor forma de informar os albicastrenses da actual situação das obras na nossa cidade.
Dizer-se que as obras de uma determinada rua estão concluídas e ao passarmos por ali verificarmos que tal não corresponde à verdade, é no mínimo caricato e de muito mau gosto.
Como foi possível ao referido jornal publicar esta notícia, sem ir ao local verificar a veracidade da mesma?
No entanto o que me levou a escrever este pequeno texto, não foi só dar a conhecer este infeliz facto, mas também colocar uma questão aos responsáveis pela nossa autarquia.
A rua Mouzinho Magro situada a paredes-meias com a rua Vaz Preto, também foi requalificada em 2007 assim como muitas outras da nossa cidade, (felizmente).
O pior vem agora… ao visitar a rua Vaz preto passei pela Mousinho Magro, o que presenciei nesta rua é no mínimo de fechar os olhos e pedir aos céus: “Por favor tirem-me deste filme”.
Nesta rua a grande maioria dos prédios ali existentes estão a cair de maduros, (conforme se vê nas fotografias aqui mostradas). São cerca de duzentos metros de prédios abandonados, uma autêntica miséria urbanística.
Diz o nosso presidente que quer tornar estas zonas mais; “mais funcionais e mais apelativas” Como!? Se os proprietários dos prédios ali existentes se estão borrifando para os esforços dos albicastrenses e da sua autarquia.
Senhor presidente, que tal passar das palavras aos actos e encontrar forma de explicar a estes senhores, que também eles são responsáveis pela recuperação das nossas zonas históricas?
O Albicastrense

terça-feira, setembro 09, 2008

Exposição de Pirogravuras

















É norma dizermos perante certos acontecimentos: “que ficamos com os olhos em bico”
Visitei hoje esta exposição na sala da Nora do Cine Teatro Avenida, e foi essa a sensação com que fiquei perante as pirogravuras ali expostas.
As pirogravuras são fantástica e de uma beleza sem igual, descrave-las é sem dúvida uma tarefa quase impossível de realizar.
Como não consigo descrever aos visitantes deste blog, o que senti ao ver estes belos quadros, só me resta convida-los a visitar esta muito boa exposição.
Ao seu autor o meu bem-haja.
Vá até lá, e verá que não se vai arrepender.
OAlbicastrense




segunda-feira, setembro 08, 2008

A NOSSA HISTÓRIA - (XI)

    A TERRA ALBICASTRENSE ATRAVÉS DOS TEMPOS
A Oito de Setembro de 1835, o governador civil do distrito de Castelo Branco, José das Neves Barbosa, instalou-se no corpo principal do antigo Paço Episcopal, hoje Museu Francisco Tavares Proença Júnior.
Neste edifício, antiga residência de Inverno dos Bispos da Guarda, já funcionou, se 1857 a 1885, o Seminário Diocesano, a Repartição da Fazenda Publica, a tipografia da junta geral do distrito de Castelo Branco, a secretaria militar, o Liceu Nacional de Castelo Branco, e Escola Normal, a Escola Comercial e Industrial, e por fim o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, para o que foi totalmente remodelado o interior deste edifício.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista”
O Albicastrense

domingo, setembro 07, 2008

Castelo Branco na História XXXVI


(Continuação do número anterior)

Tem este templo uma nave única com 26m,5 x 13m,6 e a capela-mor orientada para o nascente com 12m x 8m,20.
Comunicando com a nave há, do lado do Evangelho, o batistério com 4m,5 x 3m,2 a capela do Santíssimo Sacramento com 8m x 6m,8 e a sacristia primitiva com 5m,3 x 4m,2. Do lado da Epistola há um vestíbulo com 8m,1 x 4m,7, a sacristia grande com 14m,7 x 9m,4 e um cartório com 6m,5 x 6m,3. No piso superior da sacristia grande, ao qual dá acesso uma escada de cantaria com 28 degraus, está a antiga Câmara Eclesiástica. Sobre a nave, do lado do poente, há um amplo coro, com duas janelas de sacada e limitado por uma balaustrada de madeira, tendo o pavimento apoiado em duas fortes e elegantes colunas de granito.
O acesso à torre sineira é feito por um arco situado sob o coro, do lado direito da nave. Em cada uma das paredes laterais da capela-mor existe uma tribuna, havendo um bom órgão na do lado da Epistola. Separa a nave da capela-mor um majestoso arco no estilo do Renascimento, apoiada sobre pilastras, em cujo fecho está esculpido o brasão da armas do Bispo da Guarda D. Martim Afonso de Melo, desvelado reedificador da igreja.
A Capela do Santíssimo Sacramento e a sacristia grande formam dois corpos laterais com os quais foi acrescentado o edifício no século XVIII, por iniciativa do Bispo D. Vicente Ferrer da Rocha. Construídos no estilo barroco da época, de alvenaria e guarnecida a branco, destoam exteriormente do corpo da igreja e da capela-mor, delineados no estilo do Renascimento e cujas paredes são de cilharia.
Na Capela do Santíssimo Sacramento foram empregados mármores de grande beleza. Os portais interiores da sacristia grande são guarnecidos de primorosos lavores. No pórtico que estabelece a comunicação desta sacristia com a nave, duas esbeltas colunas de cantaria de capitéis harmonizam o mesmo pórtico com o arco monumental da capela-mor, a despeito da diferença de estilos dos restantes ornatos. No portal exterior é notável, pela perfeição e riqueza de pormenores, o brasão episcopal esculpido no granito. Na parede interior da sacristia grande, onde se encontra o altar, notam-se dois baldaquinos de cantaria, de grande valor artístico, decorados no estilo barroco.
Refere a tradição que as imagens de santos destinados a estes baldaquinos, foram encaixotados e depostas na Patriarcal de Lisboa para serem expedidas para Castelo Branco, em 1807; porem, sendo o pais invadido pelas tropas francesas e embarcando a família real em 27 de Novembro aquele ano com destino ao Brasil, fora depositados no mesmo local outros caixotes que encerravam numerosas preciosidades, da casa real, que deviam seguir para aquela antiga colónia e, por equivoco as imagens foram também levadas para bordo de uma das naus. Conduzidas para o Rio de Janeiro, as imagens jamais regressaram.
Continua.
O Albicastrense

sábado, setembro 06, 2008

O POSTE DO JOÃO


O PRIMEIRO
Antes de mais gostaria de informar os visitantes que estive uns dias sem computador em virtude do velho chaço, (um histórico da idade da pedra lascada) ter dado o badagaio.
Como se não bastasse fiquei ainda sem Internet durante alguns dias, é caso para dizer que uma desgraça nunca vem só. 
Em resposta ao meu 
apelo recebi de um visitante o poste que se segue;
Gostava de tentar escrever um poste, para ficar no seu blog, pois gostei bastante da sua proposta. 
Então cá vai: Nasci e estudei em Castelo Branco, desde a primária até ao final do ensino superior. Tive o meu primeiro emprego em Castelo Branco, que foi apenas um estágio profissional, embora me tenha, (e adoro esta expressão) - "embalado" para a minha curta mas promissora carreira, (e também era bem remunerado - o que é sempre bom). 
Findo esse ano, vi-me no desemprego e tive de arriscar fora da cidade, como ocorre com muitos jovens, hoje em dia. Também como muitos jovens vim parar à "Capital City", e até agora não me posso queixar. Neste momento tenho a minha vida estabelecida por aqui e posso dizer que já me habituei ao trânsito, aos transportes e até mesmo aquela velhota muito estranha perto da estação de Algés que tem um olho de vidro e sempre dois gatos nos ombros, (nunca percebi porquê).
Sei que com o passar do tempo, será cada vez mais complicado retornar à velha "terrinha", mas não descarto completamente a hipótese. Continuo a gostar muito de Castelo Branco, mas neste momento não tenho hipóteses de encontrar emprego na minha área por aí, como muitos jovens da minha idade. 

Não aponto dedos, pois neste momento esta é uma situação que se propaga por todo o país e mesmo pela Europa, embora a economia comece a reportar alguma (leve) melhoria. Também não vejo nenhuma solução a curto prazo para este problema. 
A longo prazo poderia passar pelo apoio a jovens recém-licenciados, quer para a criação de empresas, quer com apoios empresariais para a sua contratação. Mas isto sou só eu aqui a disparar, (e também adoro esta expressão) - "bitáites para o ar"!
Só gostaria de saber se mais algum leitor deste blog se deparou com este problema, ou se tem alguma opinião sobre o assunto.

Ps. Caro João lamento informa-lo que o seu poste é o primeiro a chegar até mim!
Para ser sincero quero dizer-lhe que esperava melhor recepção a esta ideia…
Não vamos porém desanimar, e vamos acreditar que existem albicastrenses que têm algo a dizer-nos. Bem-haja pelo seu poste e continue a visitar-nos.
O Albicastrense

terça-feira, setembro 02, 2008

O Primeiro Poste - (Setembro de 2005)

Largo da Sé

Das muitas obras realizadas em Castelo Branco nos últimos tempos, e das quais sou um profundo apoiante, existe uma que merece neste blog uma chamada de atenção pela sua pobreza, e ao mesmo tempo por reduzir um espaço muito querido dos albicastrense num local triste e até medonho, estou a referir-me ao largo da Sé. Como foi possível trocar o jardim que lá existia (muito mal tratado nos últimos tempos) por aquilo que mais me parece um largo de um cemitério?
Eu sei que no referido largo ou nos seus arredores, ainda hoje aparecem ossadas de pessoas, pois em tempos existiu ali perto um cemitério, mas por amor de Deus, trocar o jardim que ali existia por “aquilo” que lá está, é no mínimo de muito mau gosto e de grande falta de imaginação.
Então a nossa Sé, que agora está tão bonita, não merecia algo bem mais bonito, que um largo fúnebre?

Que tristeza meus senhores!!! Senhor Presidente da Câmara nunca é tarde para dar a mão a palmatória… só as pessoas inteligentes são capazes de alterar o que porventura não esteja tão bem.

NOTA NEGATIVA PELO PÉSSIMO TRABALHO!!!

O Albicastrense

PS – Três anos passados sobre a saída deste poste, não retiro uma vírgula ao que então escrevi, pois se o escrevesse hoje seria bem mais duro para com os autores desta triste proeza.
É costume dizer-se que os seres humanos se habituam às coisas, aos lugares, enfim a tudo aquilo que nos rodeia, no entanto passados três anos após a publicação deste poste, ainda hoje quando por ali passo estranho aquela “espécie de largo” que mais parece um cenário saído dos filmes do Conde Drácula.

Bigodes e Companhia

Bigodes e Companhia, resolveram associar-se ao terceiro aniversário do blog, e foram ao largo da Sé entrevistar o “busto” do Vaz Preto.

-- Distinto busto, se não se importasse esta “dupla de malucos” gostaria de lhe fazer umas perguntinhas.
--
Olha quem eles são!!! Que raio querem vocês de mim?

-- Como é ter novo pedestal neste largo renovado?
--
Largo renovado… novo pedestal!!! Só podem estar a gozar comigo.

-- Já vimos que está zangado com o seu novo poleiro.
--
Zangado é pouco!!! Estou fulo com os responsáveis por esta desastrosa situação em que me encontro e já propus ao rei D. Carlos a passagem do comboio por este largo para me carregar para a minha quinta na Lousa.

-- Rei, Comboio, Lousa!? Ò Vaz Preto, nós pensa-mos que o sol lhe anda a fazer mal aos miolos!!!
-- Nada de gracinhas, por muito menos me bati em duelo com Emídio Navarro em 1880. Vamos lá ao que interessa.

-- Esclareça-nos… o Rei já lhe respondeu?
-- Se lhes dissesse sabiam tanto como eu!!!
Esta gente não sabe o que quer; em 1932 fui colocado no largo da estação, alguns anos depois na praça do município, posteriormente neste largo. -- Agora tiraram-me do centro do largo e colocaram-me neste local insignificante. –- Sabem uma coisa? Qualquer dia, ainda me derrubam de vez do poleiro e colocam no meu lugar o busto do outro!!!

-- O busto do outro? De quem está você a falar?-- Olha para estes espertinhos!!! “ Eu sei que vocês sabem do que eu estou a falar”.

-- Olha outro com a mania que se chama Octávio. -- Mas afinal está descontente pelo facto de ter sito despojado do centro do largo, ou pela deturpação do largo?
-- Meus amigos, se não fossem parvos o que é que gostariam se ser?
Eu sou lá pessoa de lamentos!!! E muito menos de poleiros… vou convidar estes plebeus para um jantar na minha quinta da Lousa.

-- Vai convidar os responsáveis pelas mutações feitas no largo da Sé para um jantar na sua quinta na Lousa? Você passou-se de vez!!!!
-- Estão enganados meus amigos… não conhecem a velha máxima, “ Quando não conseguíres vencer um inimigo junta-te a ele”. -- Vou convida-los para um jantar na minha quinta e oferecer-lhes um lugar de deputado no partido Regenerador ou pelo partido Constituinte.
Pode ser que assim assentem arrais noutras freguesias, e me deixem em paz de uma vez por todas!!!!!!

-- Você vai aliciar os responsáveis pelas alterações feitas neste largo?
-- Meus amigos, vocês são uns tó tós.
O que eu vou fazer é premiar estes valentes!!! Vou agracia-los com um lugar de deputado, pagar-lhes uma viagem de comboio e colocá-los a milhas da nossa terra, para poderem continuar a fazer estes belos largos, (de preferência na terra deles).
Bigodes para Companhia

-- Bolas… que este tinha – os no sítio!!!!!

O Albicastrense

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