terça-feira, junho 30, 2009

PEQUENAS COISAS - III

SINAL VERMELHO "O VIDRÃO"
Alertado por um amigo, passei hoje pelo largo de São João para ver e tirar a fotografia que aqui ponho à disposição dos visitantes deste blog.
O referido largo é grande! Diria mesmo muito grande... porém, os responsáveis pela colocação dos vidrões da nossa cidade, entenderam que o melhor lugar neste largo para ali colocar um, era nas costas do nosso cruzeiro.
Estará este vidrão a disputar o lugar de primeira figura do referido largo, com o nosso cruzeiro? Meus amigos!.. se o mau gosto pagasse imposto estavam feitos ao bife… pois as finanças há muito estariam a fazê-los pagar o bife ao preço do caviar. Como acredito tratar-se de um erro de cálculo, apelo aos responsáveis por esta façanha, que dêem uma volta ao local e observem bem o sítio onde o mafarrico foi colocado, para constatarem que o mesmo pode e deve ser colocado noutro local do largo.
Errar, é humano!.. Ignorar é sinal de estupidez.
O Albicastrense

sábado, junho 27, 2009

ALBICASTRENSES ILUSTRES - XV


ANTÒNIO SALVADO E VICENTE SANCHES
A CIDADE E OS SEUS FILHOS
Ao contrário da maior parte das vezes; desta vez o nome de Castelo Branco sai na imprensa nacional, por causa da obra literária de dois dos seus filhos mais ilustres.
Referimo-nos ao grande escritor Vicente Sanches, o nosso Dr. Pardal do Liceu (crónica de Manuel Poppe no “Jornal de Noticias” de 14 de Junho sobre a obra Sessenta e Três Aforismos») e ao Poeta António Salvado (Crítica de Maria Augusta Silva no ”, na "Notícias de Sábado", revista do “Diário de Notícias" e do “Jornal de Notícias de 6 de Junho de 2009, sobre o seu livro «Odes», editado pela Caixotim).
Estas coisas são as que formam a verdadeira identidade de um lugar e que firmam a seiva dos futuros de uma comunidade. Estas criações significam muito mais do que as obras ou inaugurações de circunstância com a presença do Secretário de Estado da ordem para auto-estima da cidade
.
Bem-haja aos dois ilustres cidadãos e façam lá o favor de ler.
O Albicastrense

VÂNDALOS Á SOLTA...



Passei ontem pela biblioteca e fiquei indignado com o que tive oportunidade de ver no local. Uns asnos que passaram pelo sítio, divertiram-se a partir catorze dos cerca de vinte projectores que iluminam o novo caminho que liga a Rua da Senhora da Piedade ao largo da Biblioteca!..
As fotos aqui apresentadas mostram a estupidez de alguns que nada tendo que fazer, resolveram destruir aquilo que é de todos nós. Nem o facto de a esquadra da polícia estar a cerca de 250 metros, impediu os citados jericos, (sem ofensa aos burricos que seguramente serão mais inteligentes que estes sujeitos), de praticar estes actos de destruição completamente gratuitos.
Aos responsáveis pelo casamento “quase” perfeito entre a nossa biblioteca e o espaço ao seu redor, os meus cumprimentos pela recuperação desta zona da nossa cidade e minha respectiva solidariedade contra este tipo de acontecimentos.
Á policia apelo, para que os responsáveis por este tipo de “brincadeiras” não fiquem isentos, deste tipo de patifarias.
O Albicastrense

sexta-feira, junho 26, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LIV

CASTELO BRANCO
NA
HISTÓRIA E NA ARTE
MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
" Igreja da Misericórdia Velha " – (7)
(Continuação).
Em 1620, sendo Provedor da Misericórdia o Bispo da Guarda D. Nuno de Noronha, foi lavrado um auto do qual consta que a Mesa fez vistoriar o edifício da rua de Ega, onde estava instalado o Hospital dos Convalescentes, por dois médicos que a declararam imprópria para nela poderem convalescer e alcançar saúde os enfermos e “que muito melhor se fariam e mais acomodados ficariam se se fizessem em bom sitio”. O auto de vistoria foi enviado ao Rei D. Filipe I com uma pedição da Mesa para que lhe fosse concedido o rendimento das condenações e penas impostas pelo juiz de Fora, pelo espaço de cinco anos, para aplicar na edificação de casas próprias para Hospital junta da Igreja de Santa Isabel. O rei, por alvará de 3 de Março de 1620,fez as seguintes concessões:
Que o dito Hospital se possa mudar donde ora está para onde eles, suplicantes, têm assentado. E outros sim hei por bem de lhes fazer mercê por esmola que as pessoas que o Corregedor e Juiz de Fora da dita vila em seus juizes fizeram e condenarem causas as apliquem para as obras do dito Hospital por tempo de cinco anos, as quais penas farão pagar com brevidade, sem duvida nem embargo algum visto a necessidade que disse há.”
Com as receitas obtidas durante os cinco anos não consegui, a Misericórdia acabar as obras projectadas. Em 1735 a Mesa, pediu ao Rei D. João V, que lhe fosse concedido o subsidio do real de água da Câmara, para a conclusão das obras da reedificarão da Igreja e do Hospital anexo. Foi-lhe concedido esse subsidio durante quatro anos. Durante o lapso de tempo em que a Misericórdia recebeu as importâncias provenientes do imposto do real de água não consegui ainda ultimar as obras em curso. Em 1740, sendo Provedor Manuel da Fonseca Coutinho, a Mesa fez uma nova pedição ar Rei, dizendo que “sem embargo de zelo e cuidado com que se tinha trabalhado na dita obra, ainda esta se não achava acabada e se tinha despendido não só a importância do dito real de água, que era de 1.414$104 réis, mas também a quantia de 1.747$800 réis de rendas da Misericórdia".
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos.

O Albicastrense

quarta-feira, junho 24, 2009

A TAÇA



PROMESSA NÃO CUMPRIDA
Por vezes acontecem coisas que não podem deixar de nos surpreender, ao deslizar pela internet encontrei o artigo que aqui deixo à consideração dos visitantes deste blog.
Jornal Reconquista
(14 Agosto de 2008)
A Taça de granito vai voltar ao Parque da Cidade”.
A Taça de granito que nos últimos anos esteve a funcionar como fonte luminosa ao fundo da Avenida 1.º de Maio vai voltar às origens. De acordo com o presidente da autarquia, Joaquim Morão, as obras de requalificação da Praça Rainha D. Leonor implicam a saída da Taça em granito que aí existia, bem como o lago. De acordo com o presidente da autarquia, o objectivo é tornar aquele espaço mais agradável. Assim a famosa taça em granito, que noutros tempos esteve no Parque da Cidade, vai regressar ao local de origem. Joaquim Morão assegurou isso mesmo ao Reconquista. “Essa estrutura vai ser colocada no Parque da Cidade, no mesmo lago em que sempre esteve antes de ser transferida para o final da Avenida 1.º de Maio”.
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Tentei descobrir onde se encontra actualmente a referida taça, após alguma pesquisa descobri o misterioso local onde a agoirenta taça caiu. O local onde a pobre taça se encontra não é o prometido Parque da Cidade, mas antes o estaleiro da Câmara Municipal!.. Não vou aqui questionar as obras feitas na Praça Rainha D. Leonor pois elas eram necessárias em meu entender, mas gostaria de colocar ao autor das declarações a seguinte questão:
Bonita promessa Senhor Presidente!.. Para quando o seu cumprimento?
(PS). O retorno da velha taça ao seu local de origem, (de onde nunca deveria ter saído), é uma exigência de todos os albicastrenses e ao mesmo tempo uma homenagem aos seus progenitores.
O Albicastrense

segunda-feira, junho 22, 2009

OPINIÃO - Que cidade queremos?

O jornal “Povo da Beira” publicou na passada terça-feira, este belo de artigo de opinião da autoria de Carlos Vale.
Ao Carlos Vale o meu bem-haja por mais este excelente
trabalho.
O Albicastrense

sábado, junho 20, 2009

BIGODES E COMPANHIA - Entrevistas


O EDIFÍCIO DA PT
Bigodes e Companhia conhecedores da polémica abertura do velho e agora novo edifício da PT, resolveram após alguma teimosia do albicastrense, entrevistar a parte restante do velho edifício para entenderem verdadeiramente os motivos da polémica inauguração.
(Bigodes para Companhia)
-- Companhia esta coisa de entrevistar o novo e ao mesmo tempo a parte restante do velho edifício da PT, parece-me uma autêntica parvoíce.
-- Calma Bigodes!.. Vamos examinar a parvoeira e depois combinar a estratégia a seguir.
(Já no local… a dupla marada entra na parte restante do velho agora novo edifício da PT, e começam a martelá-lo com perguntas e mais perguntas.)
-- Digníssimo edifício, sei que os trabalhadores regressaram recentemente a este local de trabalho. -- A dupla “Bigodes e Companhia” gostaria de lhe colocar algumas questões, inventariadas com este regresso ao doce lar.
-- Perguntem que eu estou mortinho para elucidar os albicastrenses, sobre estes improdutivos que dizem trabalhar dentro de mim.
-- Não terão os responsáveis da PT e o “nosso primeiro”, tratado desta mudança de uma forma um tanto precipitada?
-- Uns ingratos é o que eles são!.. Então o nosso primeiro esforçou-se até ao tutano para que tudo saísse um primor e estes mal-agradecidos dizem que não têm condições para labutar?
-- Os trabalhadores queixam-se de falta de condições ambientais.
-- Falta de condições ambientais!? Se calhar queriam ter uma floresta ou uma vastidão de mar dentro de mim?
-- Mas tendo a nossa autarquia gasto um pipa de massa no digníssimo edifício, não deveria este regresso ter decorrido de uma forma mais concertada?
-- Vocês já olharam bem para mim!? Emagreci um horror de Quilos para parecer outro e estes desagradados pagam-me, dizendo que não tenho condições aclimatais para os receber.
-- Mas eles afirmam que o sistema de ventilação e climatização não funciona.
-- Mas um dia destes vão começar a funcionar!.. Só têm que aguardar que o tempo mude para que este “pequeníssimo” problema, se resolva por si mesmo.
(Companhia para Bigodes)
-- Bigodes este mamarracho agora reformulado, pode até estar diferente mas mantém a arrogância que sempre teve.
-- Calma Companhia! … Que nós vamos apanhá-lo nas dobras.
-- Nobre edifício da PT, consta por ai á boca fechada que alguns dos seus órgãos internos não funcionam, ou que funcionam de forma deficiente!..
-- Mau! … Vocês estão a insinuar que eu já não consigo satisfazer quem aqui mora, ou quem me vem visitar?
-- Longe de nós insinuar o que quer que seja!.. Apenas ouvimos aqui e ali, que os seus elevadores estão enfraquecidos e que as persianas das janelas foram de férias e ainda não regressaram.
-- Amigos meus… Eu sou um velho edifício renovado e programado, para os novos tempos. -- Os trabalhadores e aqueles que me vierem visitar, vão beneficiar de um serviço de atendimento ultra moderno.
-- Um serviço de atendimento ultra moderno!?
-- Sim… Os trabalhadores e os visitantes irão ouvir durante a sua estadia nas minhas entranhas, uma frase em voz sensual e melódica: “ Afáveis amigos… Subir e descer as minhas escadas, faz bem ao coração e evita o colesterol.
-- E as persianas das janelas digníssimo edifício?
-- Mais uma inovadora melhoria que os digníssimos arquitectos deste edifício moderníssimo engendraram.
-- Explique lá essa coisa melhor, digníssimo malandreco, (perdão) edifício da PT.
-- As persianas são instrumentos de censura visuais, colocados nas minhas janelas para impedir que os trabalhadores que laboram nas minhas entranhas, pudessem ver os novos e belíssimos ajardinamentos feitos ao meu redor. – Por isso, resolvi mandá-las às urtigas para que os trabalhadores pudessem deliciar-se a ver esses belos ajardinamentos.
-- Mas quais ajardinamentos?
-- Olhem!.. Estes além de parvos, ainda são cegos!
-- Meritíssimo edifício vamos fazer-lhe uma última pergunta!.. -- Como explica que ao nível da entrada na garagem, haja entradas cuja altura não permite a entrada a carros de serviço técnico da empresa?
-- Meus amigos mais uma monstruosidade criada pelos invejosos do costume.
-- Explique lá melhor, essa coisa dos invejosos do costume.
-- As entradas não são baixas!.. Os carros é que são demasiados altos para as entradas agora construídas.
-- Bigodes este velho edifício disfarçado de moderno, tem uma léria que engana quem o visita e quem por aqui passa.
-- Companhia se a burrice fosse punida, este marado há muito que estava no mundo das lembranças esquecidas e enterradas.
Bigodes e Companhia

quinta-feira, junho 18, 2009

A VELHA MURALHA


"A Velha Senhora"
Na continuação do que vem acontecendo nos últimos tempos, a nossa autarquia avançou com a recuperação de mais alguns pedaços da nossa velha muralha.
Desta vez o restauro da “Velha Senhora” deu-se no início da rua do Muro, perto de um velho solar conhecido ainda hoje por muitos dos moradores do castelo como a “Casa dos Chinas”.
Esta velha casa pertenceu em tempos a uma tia avô minha, que por morte a deixou à Santa Casa da Misericórdia da nossa cidade, que depois a deixou chegar à triste situação em que hoje se encontra. Mas deixemos estes pormenores e passemos ao que interessa, este pedaço de muralha começa nos dias de hoje, num pequeno miradouro que estava há mais de meio século ao mais completo dos abandonos. É pois de toda a justiça, realçar mais este pequeno passo, numa pobre área onde a pasmaceira teve raízes, que pouco a pouco foram triturando parte do nosso passado histórico.
A sua recuperação só pode ser felicitada por todos os albicastrenses, independentemente de estarmos ou não com algumas das obras feitas na nossa cidade.
Aos responsáveis por mais este pequeno episódio só posso dizer… Bem-haja por mais este restauro e dizer-lhes que a “Velha Senhora” tem ainda muitos e muitos mais metros para restaurar.
O Albicastrense

quarta-feira, junho 17, 2009

terça-feira, junho 16, 2009

CURIOSIDADES DO PASSADO


NOTÍCIAS DE OUTROS TEMPOS·
(407 anos depois)
DR. ANDRÉ ESTEVES
No dia 14 de Junho de 1602, vítima de um terrível surdo de peste, veio a falecer em Castelo Branco, o médico André Esteves. O Dr. André Esteves, que combateu esta doença, endémica, durante dois anos, acabou por ser uma das vítimas do contágio letal, vindo a morrer em consequência desta perigosa enfermidade, que grassava na região e contra qual tanto lutou denodadamente, fez testamenteiro um sobrinho, Baltazar Leitão.
Foi sepultado no convento de Santo António, tendo-se incorporado no préstito fúnebre, toda a população albicastrense, morreu no seu posto, como um verdadeiro herói.
Alguns dados sobre André Esteves
O doutor André Esteves, morou numa casa situada na Rua dos Passarinhos, local onde a sua mulher, (Ana Leonel), dá à luz uma menina, baptizada com o nome de Ângela, pelo vigário e reitor da igreja de Santa Maria do Castelo.
Acabado o seu triénio, volta de novo para o Fundão. Aqui se mantém, desde 1581 e por mais uma dezena de anos, nascendo-lhe uma filha (Justina) e um filho (António) baptizados, respectivamente na igreja de S. Martinho. Entretanto, vaga um dos partidos de medicina em C. Branco e, convidado para o preencher, ali regressa com o ordenado de 30 000 réis por ano, que lhe é confirmado por alvará de Filipe I (Lisboa, 10.12.1594).

O Albicastrense

sexta-feira, junho 12, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XVIII


(Continuação)
A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.

O texto está escrito, tal como foi escrito e publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
Comentário do autor: Em sessão de 2 de Fevereiro de 1781 foi presente á Câmara uma carta do Visconde de Vila Nova de Cerveira, datada de 16 de Janeiro, comunicando a morte da Rainha Mãe, D. Maria Vitória. A Câmara, informada do facto, imediatamente resolveu;
Acta de 1781: “Que se apregoasse logo pellas ruas publicas deste cidade; para que todas as pessoas della botassem luto tres meses rigorozo e ters meses aliviado de forma que completacem sies mezes advertindo àqueles que fossem pobres que não tenham com que possão vestirçe todos de luto se lhes premite de poderem satisfazer a dita obrigação com algum sinal de fumo ou diviza preta, e toda o que o não fizer sera condenado em sinco tostões pagos da cadeya em que estarão outo dias, e que no dia que se determinar se avizará toda a nobreza e povo por pregão para hirem a sistir à celebração das Exezequias que se fizerem debaixo da msema para os que faltarem; pois sendo todo este Reyno tão obrigado a Serenissima Senhora Raynha defunda em razão se ser tão amante dos seus vassalos além das suas Excelentes virtudes morais e politicas deviam todos os Povos e pincipalmente os desta Cidade e termo pella distinta honrra que nos fez no feliz Reynado de Seu Augusto Marido de eregir de novo em cidade esta que antigamente era villa notavel concorrer para o justo sentimento de tão consideravel e relevante perda para o que ainda consideramos ser muito deminutta toda a demonstrassão do nosso sentimento.”
Comentário do autor: Assim, “aquellas pessoas a que he”, se não eram subalternos, apanhavam vinte mil reis para o luto; se eram subalternos apanhariam menos alguma coisa, “o mesmo que estão se praticara”; se não eram pessoas a quem se houvessem de dar os “custumados lutos” tivessem paciência adquirissem o luto á sua custa. Tabem é verdade que para os pobres o luto não ficava caro. Bastava um fumo ou “deviza preta”, que se adquiria com poucos vinténs.
Até aqui ha poucos anos, Pina Manique era para todos os nossos Liberais e até para muitos que se gabavam de o não ser, a verdadeira incarnação do malfeitor, do déspota sem coroa, um homem de coração duro e inteligência curta, que se fizera notar e odiar pela perseguição a todas os espíritos que queriam libertar-se dos velhos preconceitos de uma política retrógrada.
O odioso Independente Geral da Policia da Corte e Reino não era mais nem menos do que isso e por esta razão a sua memória devia ser execrada, amaldiçoada, não se lhe levando sequer em desconto serviços relevantes da fundação da Casa Pia e do extermínio das quadrilhas que infestavam Lisboa.
A Maçonaria, com a qual Pina Manique nunca transigiu, é que ensinou a escrever a historia de uma maneira tão ... Liberal. Hoje a Historia, revista por homens probos e de talento, que se não deixaram arrastar pelo boato em letra redonda pêlos satélites dos “ iluminados”, já fez justiça a Pina Manique, homem de coração e homem de acção, que sabia providenciar e prever; que sabia castigar e premiar; que prendia os ladroes, os arruaceiros e os vadios, mas acudia ás crianças que não tinha quem olhasse por elas; que tinha pulso de ferro para manter a ordem e mão delicada para os acariciar órfãos e desprotegidos da sorte; que tinha olhos de lince para descobrir os que eram uma ameaça para a ordem constituída, mas não perseguia por ódio; que estava em Lisboa, mas nem por isso deixava de fazer sentir a sua influencia benéfica em todo o pais. Temos aqui um exemplo frisante do seu espirito de previdência, o embaixador de Espanha informou que em diversos pontos próximos da fronteira tinha aparecido uma terrível praga de gafanhotos que devastavam por complete os campos, deixando por onde passavam a miséria e a ruína da lavoura.
Pois o terrível Intendente, sem perda de um momento, oficiou aos procuradores das comarcas fronteiriças, recomendando-lhes a maior vigilância e indicando-lhes precauções a tomar.
Um dos exemplares desses ofícios foi lido em sessão da Câmara de Castelo Branco, realizada em 11 de Maio de 1781 e lia-se nele:
Acta de 1781: E como poderão já ter levantado daqueles sítios e infestado algumas terras deste Reyno, vossa mercê, logo, sem a menor perda de tempo, passará pessoalmente e averiguar em todas as terras da sua jurisdição e sítios mais vizinhos da raya se com effeito tem passado para este Reyn gafanhotos e existindo em algumas dellas vossa mercê dará aquellas providencias que parecerem necessárias e se tem dado em outros semelhantes casos, mandando em primeiro logar tapar os poços e fontes com portas á custa dos bens do concelho para que não possam infeccionar as aguas e seguir-se algum contagio nos Povos, havendo toda a cautela com aquellas pessoas que forem tirar agua, para que os não deixem abertos. Convocará vossa mercê as Camaras e os moradores das mesmas terras, para que juntos todos sem excepção de pessoas alguma, vão aos sítios onde elles estiverem, e mandará queimar matos sobre elles antes que possam levantar voo, ou apanha-los em mantas ou toldos para os enterrarem em covas que para isso mandara abrir nos mesmos sítios para desta forma se poder extinguir semelhante praga antes que arruínem as searas e causem mayores prejuisos, dando-me vossa mercê logo parte de tudo o que achar com certesa pello mesmo correyo portador desta para que eu o fazer presente a Sua Majestade e a mesma Senhora poder dar as mais providencias que forem necessárias e esse respeito. E para as averiguações que vossa mercê deve fazer convocara lavradores e homens peritos que tenhão todo o conhecimento das mesmas terras, para poderem melhor explorar os sítios por onde poderão estar a fazer creaçao, mandando-me de tudo um auto por vossa mercê e pellos peritos assignado com a parte que der do que achar. O que vossa mercê assim executará com toda a actividade e zelo por ser mui objecto tão interessante ao Estado e ao público.
Deus Guarde a Vossa Mercê – Lisboa, 3 de Mayo de 1781 – Diogo Ignacio de Pina Manique.
Comentário do autor: Nada escapava ao terrível Intendente. Ordens precisas, claras, o que era preciso fazer para salvar as searas e acautelar a saúde publica, para destruir a praga e evitar que se reproduzisse. E para não haver demora, num tempo em que não havia telégrafo, nem comboios, nem automóveis, vem um correio de propósito e manda que por este mesmo se lhe de conta de tudo o que haja, para Sua Majestade “poder dar as providencias que forem necessárias a este respeito”. Se fosse mais “Liberal”, era capaz de receber a informação do embaixador espanhol e deitar-se dormir.
(Continua)
PsMais uma vez informe os leitores, dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937. Modificar, emendar ou alterar estes artigos seria na minha perspectiva um insulto ao seu autor.
O Albicastrense

quinta-feira, junho 11, 2009

PEQUENAS COISAS - II



SINAL VERMELHO
O velho tanque já foi limpo, porém, o sistema mecânico que deveria fazer correr a água, deve ter falecido de ferrugem derivado ao abandono a que foi sujeito ao longo dos últimos anos. Como o sinal vermelho funcionou no velho tanque, (embora só pela metade), aqui fica outra situação que merece a atenção de quem dirige os destinos da nossa autarquia.
Na zona do Largo de S. João, a rua o largo e os passeios foram arranjados, no entanto os suportes de granito das pobres laranjeiras, continuam como nos tempos do abandono, (uma autentica desgraça).
Os pobres sustentáculos de granito que amparam as laranjeiras, estão como as fotografias documentam! A que bem poderíamos designar, “de porca miséria”.
Aos responsáveis por este sector na nossa autarquia, lançava aqui uma provocação! Meus senhores aquele espaço ficaria bem mais bonito, com os suportes das laranjeiras devidamente compostos. Os moradores da zona, (e não só), agradeceriam esse concerto e as laranjeiras contactadas por “Bigodes e Companhia”, propuseram-se a deixar de dar laranjas azedinhas e a começar a dar laranjinhas bem mais docinhas.

O Albicastrense

segunda-feira, junho 08, 2009

BORDADOS DE CASTELO BRANCO



A NOSSA MAIOR RIQUEZA
A pedido de alguns visitantes aqui ficam algumas fotografias de bordados de Castelo Branco

O Albicastrense

sábado, junho 06, 2009

PRAÇA POSTIGUINHO DE VALADARES


Segundo o jornal “A Reconquista” está para breve a conclusão das obras na Praça Postiguinho de Valadares.
Não sei qual a importância gasta pela nossa autarquia nestas obras, porém, seja qual for essa importância, o resultado é francamente positivo, podendo até dizer-se que a Praça Postiguinho de Valadares de hoje nada tem a ver com o velho largo de ontem.
No entanto há coisas, que por mais que pense e volta a pensar não consigo compreender. A nossa autarquia gastou, (e vai continuar a gastar segundo o presidente), uma barrica de massa no local para recuperar alguns metros da nossa velha muralha, no entanto, vai continuar a permitir que no final da muralha agora recuperada, continue a existir uma marquise e uma casa de banho, (chapadas a cimento), como aliás se pode ver nas fotografias tirada por mim no local.
A única explicação que consigo encontrar para este autêntico absurdo é que nossa autarquia se estará a preparar para tornar esta “espécie” WC privado… em WC público! …
Ou seja, os visitantes que ali se deslocarem podem (através de uma porta que possivelmente irá ser feita nesses anexos) fazer as suas “mijinhas e os seus cocós” bem no cimo da nossa velha muralha!
Agora mais a sério… Eu sei que o mamarracho da “PT” que ali tinha residência, assim como estes acessórios, foram construídos no tempo em que os inquilinos na nossa autarquia eram outros, estando portanto os actuais isentos dessa responsabilidade.
No entanto a continuidade desta “espécie de WC”, (ainda para mais quando a casa está desabitada), é um fechar de olhos perante esta verdadeira malfeitoria e uma autêntica calhoada, nas obras agora realizadas na Praça Postiguinho de Valadares.
Meus senhores… Vamos lá ter imaginação! Se conseguiram derrear parte do mamarracho existente na praça, mais facilmente mandam às urtigas, estes dispensáveis anexos.
Os albicastrenses agradecem e a velha muralha deixa de estar disponível para as “mijinhas e cocós” de uns tantos.




O Albicastrense

quarta-feira, junho 03, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (LIII)

Monumentos de Castelo Branco
IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (6)

(Continuação).
Certifico que o Sr. Luís de Sousa Brandão, Provedor da Santa Casa de Misericórdia da Vila de Castelo Branco, por via do Sr. Marcos Gil Frazão e dos irmãos da Mesa, deste presente ano, encomendaram se fizesse para a Santa Casa o Santo Sudário e indo-se desta cidade o Sr. Marcos Gil Frazão, irmão actual dos 12 da Mesa, me deixou encarregado fizesse e continuasse esta obra de piedade: o que fiz e por assistir à devoção da dita Irmandade e a servir, como devo, como irmão infinito dela, pedi ao Dr. João...(ilegível), Prior da Paróquia Igreja de S. Tomé desta cidade de Lisboa me quisesse fazer mercê (por ser muito afecto e devoto das ditas Religiosas) de me tocar e medir este Santo Sudário com o milagroso (ou verdadeiro) que esta no dito mosteiro da Madre de Deus desta cidade, e em que os moradores dela tem a devoção que a todos é notória, e ele, Padre Prior, mandou vir o Santo Sudário ao Convento da Madre de Deus e mo tornou a remeter, dizendo-me que não somente se tocara naquele Santo e verdadeiro do dito Convento mas que por uma noite inteira esteve junto e embrulhado com ele com muitas orações e lagrimas das Santas e Veneráveis Religiosas do dito Convento, que o mesmo aconteceu já com o Santo Sudário que esta na cidade de Turim, corte dos Duques de Sabóia e Príncipes de Piemonte com o que nele mandou tocara Cristianíssima Infanta de Portugal, história bem sabida: que sendo o verdadeiro Santo Sudário o que estava na cidade de Turim, saíram ambos em tal forma (por milagre) que hoje não e sabe qual o primeiro e verdadeiro, se o que ficou e Turim se o que esta no mosteiro da Madre de Deus desta cidade de Lisboa.
“Todas estas diligencias que fiz e respeito que me deu o Reverendo Prior de S. Tomé desta cidade, juro passarem na verdade pelo juramento dos Santos Evangelhos e pelo Hábito de Christus que professo”.
Lisboa, 9 de Janeiro de 1662. Miguel Achioly da Fonseca Castelo Branco.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

segunda-feira, junho 01, 2009

COMENTÁRIOS - I



Os comentários deixados pelos visitantes neste blog, são para mim algo de fundamental… no dia em que eles deixarem de aparecer é sinal que o blog deixou de fazer sentido, ou que se afastou dos objectivos traçados inicialmente. Os comentários são portanto uma pedra basilar, para que este ou qualquer blog possa existir.
Ultimamente apercebi-me que certos comentários aqui deixados mereceriam, muito mais que a pequena caixa dos comentários onde são colocados. A partir de hoje, “O Albicastrense”, irá prestar homenagem aos visitantes que fazem esses comentários, transformando-os em postes de forma a dar-lhe o correspondente destaque.
O título dos postes terá sempre o nome ou apelido que o visitante deixou no seu comentário. Iniciava este tipo de postes, com dois comentários aqui deixados pelo “Kenny
no dia 29 de Maio.
Quinta-feira, Fevereiro 19, 2009
Poste “Obras na minha cidade
Kenny disse…
Eu só sei que quando soube que tinham restaurado o miradouro sorri, tantas eram as memórias que tinha de tal local. Imaginei uma nova pintura e um jardim bem tratado. Nada mais. Reservei um dia dos poucos que ainda consigo passar em Castelo Branco para ir ao miradouro, peguei na namorada e fui, para nos recordarmos de anos passados, num miradouro restaurado. Fiquei, no mínimo, transtornado. Não fiquei nem 10 minutos no miradouro e preferi admirar a parte velha da cidade. O miradouro antigo fascinava-me. Lembro-me de quando era pequeno... a primeira vez que lá fui. A minha irmã levou-me, eu tropecei e caí num dos lagos que havia e diverti-me imenso! O miradouro sempre teve grande valor sentimental para mim e agora só na minha memória vai poder revisita-lo. Podiam ser uns arcos azuis idiotas, uns laguitos / fontes de água suja e vegetação selvagem, mas para mim era um espaço mágico. A cidade está a ficar cheia de jardins de "betão"!

Sexta-feira, Maio 15, 2009
Poste “Opinião"
Kenny disse…
Devo expressar-me aqui. Não sou albicastrense, mas vivo na cidade há já bastantes anos e orgulho-me de a considerar "a minha cidade". Houve mudanças na cidade que simplesmente adorei. A quinta das laranjeiras, onde foi criado um parque infantil, o fórum que criou imensos empregos, as novas vias de trânsito que rodeiam a cidade e que permitem uma excelente circulação, o centro da cidade desenhado para pedestres... Mas nem tudo está excelente. O parque da cidade era para mim um santuário com todo o seu arvoredo. Agora parece um descampado. A zona das docas e o antigo passeio verde também poderia ter mais árvores, ou árvores que fornecessem boas sombras. A última coisa que me deixou bastante desiludido foi o miradouro. Não sei se já lá foram, ou se lá iam anteriormente. O miradouro estava num estado de abandono, mas era um espaço mágico, com as suas fontes, bancos e espesso arvoredo. Desafio os leitores a ir agora visitar este local. Não está assim tão mau, mas sinceramente acho que um simples jardineiro teria bastado para tornar o miradouro num lugar resplandecente. Por falar em miradouro, fui lá atraído pela reconstrução da muralha norte, um projecto que desconhecia. Parece ir no bom caminho. Acho que se precisam de árvores e sombras em Castelo Branco. E talvez a restauração de alguma da parte velha da cidade. Obrigado a quem leu até aqui e ao autor deste blog, que eu desconhecia, e que já muito me ensinou sobre a cidade nos poucos posts que li.

PS. Ao Kenny… O meu bem-haja, por estes dois comentários.
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

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