quinta-feira, julho 30, 2009

CURIOSIDADES DO PASSADO


NOTÍCIAS DE OUTROS TEMPOS
(501 Anos depois)
A 27 de Julho de 1508, D. Manuel I concedeu a Afonso Luz, licença para poder construir uma estalagem nos arredores da Vila de Castelo Branco.
Foi o primeiro estabelecimento do género a ser edificado nesta região Beirã.

PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias. A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista"
O Albicastrense

Tiras Humoristicas - 42


Com algum atraso da minha parte, (depois dos comentários às candidaturas de Eusébio e Morão), Bigodes e Companhia comentam hoje as palavras de Francisco Costa, (CDU) publicadas no jornal “Reconquista”.
PS.
Independentemente da minha simpatia pela candidatura de F. Costa, “O Albicastrense” não se responsabiliza pela tomada de posição do Companhia, nem assume o encargo de ele poder vir a votar no meu amigo Costa.
O Albicastrense

segunda-feira, julho 27, 2009

A MINHA CIDADE


As fotografias aqui colocadas, são uma forma de agradecimento aos responsáveis da nossa autarquia, pelo belo trabalho de recuperação realizado nesta zona da nossa cidade. Que durante anos e anos esteve ao mais completo dos abandonos.
Assim como criticamos determinadas obras na nossa cidade, também devemos ter a coragem e a hombridade de dar os parabéns pelas boas obras, independentemente de não concordarmos com este ou aquele pormenor dessa mesma obra
Aos responsáveis pela recuperação deste espaço da minha cidade este albicastrense só pode dizer:
BEM-HAJA… POR ESTE BELO TRABALHO.
O Albicastrense

sábado, julho 25, 2009

UMA PONTE PRÓ LARGO DO CASTELO



Afonso disse...

Estive este fim-de-semana em Castelo Branco, cidade que apesar de acinzentada pelas pedras do chão, continua muito bela.
No entanto fiquei sem palavras ao chegar ao Castelo e ver o que fizeram à Porta. Alguém me explica o que é aquilo? Como é que vocês deixam destruir o vosso património daquela maneira?
UMA PONTE… PRÓ LARGO DO CASTELO
As palavras que o Afonso deixou na secção de comentários, levaram-me a tentar compreender melhor a obra que a nossa autarquia fez no arco que dá aceso ao largo do nosso castelo.
Para perceber melhor a pergunta do Afonso, fui até ao nosso castelo para poder dissecar a obra, (ainda não tinha visto o resultado final).
Fui até lá e constatei o seguinte: É verdade que actualmente temos a oportunidade de poder ver na totalidade o portado do arco, (tal como as fotografias documentam), porém, também é verdade que por baixo do arco germinou uma ponte de ferro, que na minha modesta opinião deveria e poderia ser bem diferente.
A questão a saber-se é… se os fins justificam os meios!
(Segundo Maquiavel, se o objetivo a ser alcançado fosse de suma importância, qualquer meio para alcançá-lo seria aceitável.)
Confesso que gosto de contemplar o portado do arco na sua totalidade.
Confesso igualmente que a ponte de ferro ali colocada agride a minha pobre sensibilidade visual.


Colocar o portado do arco à mostra na sua totalidade, não deixa de ser uma belíssima ideia! O pior… vem quando olhamos para tudo aquilo e verificamos, “não dar a bota com a perdigota”.
Segundo penso, a realização deste trabalho terá tido a aprovação das entidades responsáveis por este tipo de obras.
Pois… que me desculpem esses responsáveis, mas a sensação que tive quando atravessei aquela pequena ponte de ferro, deve ter sido parecida ao do homem que é colocado na prancha do navio dos piratas, para ser lançado aos tubarões, ou seja… que mal terá feito o infeliz desgraçado, para que o pirata perna-de-pau o metesse na prancha? Explicando melhor… que mal terão feito os albicastrenses para merecerem projectos de tão grande “talento” na sua cidade!? Para terminar regresso à pergunta do Afonso: “Como é que vocês deixam destruir o vosso património daquela maneira?”
Amigo Afonso, apenas lhe posso dizer o seguinte: Os Albicastrenses estão tão extasiados com a nova cidade, que se esqueceram do velho burgo albicastrense.
Um abraço do albicastrense e bem-haja pela sua pergunta.

“Como é que vocês deixam destruir o vosso património daquela maneira?”
Responda quem souber e quiser.

O Albicastrense

sexta-feira, julho 24, 2009

António Andrade Fernandes Duarte - Exposição / I



Ao meu bom amigo António Andrade Fernandes Duarte, o meu bem-haja por ter aceitado publicar no blog, “ O Albicastrense” os seus belíssimos quadros. O texto que se segue é da autoria do próprio artista.

Olá amigos…

Chamo-me António Andrade Fernandes Duarte, tenho 47 anos de idade e nasci no lugar de Partida, freguesia de S. Vicente da Beira, concelho de Castelo Branco.
Gostaria de levar até vós uma vez por mês e durante os próximos trinta e seis meses, os trabalhos artísticos que fui realizando ao longo destes últimos 25 anos.
Trata-se de um projecto que resolvi chamar de “ Confidências sob uma manta de trapos “. Estas “confidências “ são nada mais nada menos que 50 trabalhos pictóricos efectuados em mantas de trapos.
A ideia base para a elaboração destes trabalhos surgiu a partir da frase - “A Beira Baixa é uma manta de Trapos “ (Orlando Ribeiro).
E questiono eu: A vida não será também uma manta de trapos?
Como referi, este projecto começou há 25 anos depois de ter adquirido uma casa em Xisto, pertença dos meus avós e bisavós, na aldeia onde nasci.
Posteriormente, a minha mãe ofereceu – me um grande número de mantas de trapos que a minha avó tinha confeccionado ao longo da vida.
Naquela altura achei interessante a ideia de começar algo de novo.
Desde logo, restaurar a dita casa de xisto e aí criar um espaço de visita, de pensamento também, onde iria guardar todos os trabalhos que fosse realizando. Estas ideias amadureceram quando tirei o curso de Técnico de Museografia no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco e tive o privilégio de conhecer e aprender muito com um ilustre albicastrense, o Dr. António Salvado.
Foi através deste homem, poeta maior da poesia portuguesa, que eu aprendi a amar a nossa Beira Baixa e a respeitar o legado histórico deixado pelos nossos antepassados.

Estavam assim lançadas “ grosso modo “ as ideias para o meu projecto:
“ Casa de Xisto “
“ Confidências sob uma manta de trapos “
“ Beira Baixa – Manta de trapos “

Só faltava encontrar um nome adequado ao projecto, baptizá-lo.
Escolhi precisamente o título de “O Pequeno Lugar”.
Trata – se um belíssimo poema do Dr. António Salvado que mandei gravar numa pedra de Xisto e que afixei à entrada da casa.
Diz o poema:
O Pequeno Lugar: é meia – dúzia de casas construídas d’ humildade, algumas hortas árvores dispersas, sol quando chove e quando não há chuva.
Mas um dia qualquer feita a diáspora aí - missão cumprida – se regressa.

Este “O pequeno lugar“ será também título de um livro onde ficarão guardados os retratos de todos os trabalhos “as confidências” que já realizei e os comentários que os mesmos receberam e outros que certamente surgirão nos próximos tempos.
A diversidade de cores das mantas de trapos mais as que eu lhes fui acrescentando, conjuntamente com uma grande diversidade de comentários, darão lugar a um trabalho, que espero interessante, destinado à preservação e divulgação deste património que é nosso – a manta.
Amigos… fico a aguardar a V. colaboração e comentários, o que agradeço antecipadamente.

Do meu curriculum constam as seguintes exposições:
- 1978 - Museu Municipal do Crato
- 1980 – Escola Secundária de Castelo Branco
- 1984/85 – Salão Paroquial da Partida
- 1987 – Museu Francisco Tavares Proença Júnior
- 1988 – Biblioteca Popular Dr. Hipólito Raposo em S. Vicente da Beira
- 1989 – Posto de Turismo de Belmonte
- 1989 – Discoteca English Bar no Fundão
- 1990 – Junta de Freguesia de Castelo Branco
- 1994 – Centro de Juventude de Castelo Branco
Aqui vos deixo com o primeiro trabalho:

Frutos Novos
Realizado no ano de 2005
Pintura a óleo


Materiais usados: Madeira, barro, fios e xisto
O regresso à infância é a linha inspiradora deste quadro.
Tive a colaboração dos meus filhotes, o Miguel (12 anos) e a Carolina (8 anos), os meus mais acalorados críticos.
O Albicastrense

quinta-feira, julho 23, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (LVI)

CASTELO BRANCO
NA

HISTÓRIA E NA ARTE
IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (
9)
(Continuação).
Na casa do lado do Norte da Igreja de Santa Isabel, que foi hospital do sexo masculino, foram instaladas duas escolas de ensino secundário: a Escola de Ensino Mútuo, criada por decreto de 15 de Novembro de 1834 e o Liceu Nacional, instituído por decreto de 17 de Novembro de 1836. Estes dois estabelecimentos de ensino permaneceram no antigo hospital até demolição do edifício que se efectuou pouco tempo depois de 1850 por ele ameaçar ruína. O local ficou sendo um largo público e ainda hoje é conhecido pela designação de Largo da Escola.
Na casa do lado sul, que foi hospital do sexo feminino, esteve aquartelado, em 1834, uma companhia da Guarda Nacional, mais tarde esteve ali instalada uma escola primária do sexo feminino criada por decreto de 10 de Março de 1840 e depois funcionou ali o Tribunal Judicial até 1935, data em que foi transferido para o antigo edifício da Câmara Municipal situado no Largo da Sé.
Na Igreja da Rainha de Santa Isabel existiram as confrarias da Ordem Terceira de S. Francisco e de Santo António.
Após a transferência da Misericórdia para o convento da Graça, o santo lisbonense, que tinha outrora a sua imagem no altar colateral do lado do Evangelho, passou a ser o orago, dando origem à designação de Igreja de Santo António pela qual é hoje conhecido o velho templo consagrado à Rainha Santa. Durante a reedificação da Igreja, iniciada no século XVIII e terminada em meados do século XVIII, deu-se a transição do estilo arquitectónico do Renascimento para o barroco. A fachada principal evidencia esta transição apresentando ornatos que caracterizam os dois estilos sem que, todavia esta combinação afecte a beleza das proporções e a elegância da decoração. Remata o frontão da fachada principal uma imagem da Rainha Santa Isabel e sobre a empena da capela-mor há uma imagem de S. Francisco. Ambas as esculturas, talhadas no granito regional de difícil trabalho, são relativamente são relativamente perfeitas.
A fachada lateral do lado do Norte, posta a nu com a demolição da antiga enfermaria do sexo masculino do hospital da Misericórdia, efectuada em meados do século XIX, apresenta um espeto deselegante que não se harmoniza com o da fachada principal.
Interiormente a igreja é dotada de dois altares colaterais além do altar-mor. O arco que separa a nave da capela-mor é de volta plena e esta apoiada sobre pilastras de granito. Os tectos de madeira da capela-mor e da nave são em abóbada e ostentam uma primorosa pintura do século XVIII que é uma notável preciosidade artística digna de ser cuidadosamente conservada.
A reedificação deste templo, que foi primitivamente da invocação de uma venerável santa portuguesa e tem por orago um não menos venerável santo português.
Foi feita nos séculos XVII e XVIII com dificuldades quase insuperáveis, com penosos sacrifícios da Misericórdia e da população de castelo Branco.
Deve-se portanto, evitar a sua ruína, mantendo-a aberta ao culto e mandando proceder às indispensáveis obras de conservação.


PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

Tiras Humoristicas


Bigodes e Companhia comentam a recandidatura do presidente da nossa autarquia.
O Albicastrense

terça-feira, julho 21, 2009

CEM MIL VISITAS...

Quando a cinco de Setembro de 2005 iniciei este blog, estava longe de imaginar que quatro anos depois ainda por aqui andaria e que passados quatro anos, o número de visitantes andaria à volta dos 100.000.
À ideia inicial… associou-se ao longo destes quatro anos o propósito de não desistir perante as primeiras dificuldades, que viessem a surgir.
Cem mil visitas!.. Mais de dois mil comentários...

Muitas e muitas horas frente ao computador.

Muitas e muitas horas na nossa biblioteca, em busca de notícias sobre Castelo Branco.

Muitas e muitas horas de máquina fotográfica em punho, a tentar recolher as melhores imagens sobre Castelo Branco.

Muitas e muitas horas a percorrer a nossa cidade, para poder divulgar aqui o que se vai passando em Castelo Branco.

As dificuldades foram e continuam a ser muitas, pois falar-se sobre este ou aquele projecto… sobre esta ou aquela obra… não é geralmente bem aceite por aqueles que elegemos para nos guiar rumo ao futuro.
Ideias contrárias ou diferentes das oficiais são normalmente vistas como obstáculos ao bom desenvolvimento da nossa terra pelas entidades oficiais, que de seguida, fazem passar a mensagem que quem não esta com eles está contra o progresso da sua terra, (e acusados muitas vezes de velhos do Restelo). Reparos e sugestões, que deveriam ser vistos como um contributo e acima de tudo como uma demonstração de amor pela terra onde nascemos, vivemos e seguramente onde muitos de nós vão morrer.
O poder local, (seja ele qual for), ainda não entendeu, (ou não quer entender), que os cidadãos não servem unicamente para colocar o seu voto na urninha para os eleger.
Os cidadãos têm hoje um papel importantíssimo na vida das suas comunidades, quem não conseguir entender ou compreender esta nova realidade, estará seguramente desfasado dos tempos que atravessamos.
Cem mil visitas… que deixaram mais de dois mil comentários…comentários que são quinhão importante e fundamental para o andamento do blog.
Termino deixando um abraço a todos os aqueles que já por aqui passaram e fazendo uma promessa:
Este blog foi e será sempre um local de divulgação do passado, do presente e do futuro da minha cidade, independentemente dos gostos ou desgostos de alguns que pensam ser donos e senhores de toda a razão do mundo.

O Albicastrense

domingo, julho 19, 2009

Os bancos que a minha avenida não tem

Um pequeno vídeo que ilustra uma situação que nunca vi nos bancos da nossa avenida, e pelos vistos já não vou ver, devido ao estado dos mesmos...



Um abraço d'O Albicastrense!

sexta-feira, julho 17, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XIX

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como foi escrito e publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
Comentário do autor: Os enjeitados por esse tempo eram numerosos. Filho que não pudesse ter pai no assento do baptismo ia parar á roda ou era deixado á primeira porta que se encontrava a jeito e os encargos da sua sustentação iam para cima da Câmara. Hoje, vamos lá, também uma vez ou outra ainda aparece um exposto aqui ou além, mas é caso raro. A polícia tem os olhos um pouco mais abertos, raro é que se apure quem é a mãe, embora se não consiga saber quem é o pai, o que raramente a mãe é capaz de dizer sem receio de se enganar.
Não era assim há século e meio por isso a despesa que se fazia com os enjeitados era grande, e ainda por cima a sua criação corria á matraca.
As amas pediam enjeitados tiravam-lhe os fatinhos que a Câmara lhes dava e vestiam-nos aos seus filhos legítimos ou ilegítimos, deixavam-nos morrer á fome e não participavam a morte para continuarem a receber as importâncias para a sustentação dos mesmos e os modestos vestidinhos com que se cobriam. Enfim, uma verdadeira lástima.
Para por termo a tão lamentável estado de coisas, a Câmara em sessão de 1 de Setembro de 1781, mandou fazer “ um livro novo de todos os enjeitados” para se saber á certa os que havia, mandou vigiar de perto as amas para, semana a semana, saber como os infelizes eram tratados e ordenou expressamente que, de três em três messes, as amas comparecessem com os enjeitados nos Paços do Concelho para poderem ser vistos pelo físico e apurar-se sem receio de erro se as “antigas enfiadeirias” de anjos cumpriam á risca os deveres que lhes eram impostos. Os abusos não acabaram de todo, é certo, mas a situação dos pobres enjeitados melhorou um pouco.
E amas de expostos conhecemos nós que se a afeiçoavam aos pobres enjeitadinhos como se seus filhos fossem e cuidavam deles com o maior carinho. Até conhecemos uma que, terminado o chamado período de criação que se estendia até aos sete anos, continuava a cuidar dos pobrezinhos, trabalhando de sol a sol e até noite fora parar os sustentar, mandava-os á escola para que aprendessem a ler e escrever e procurava arruma-los em condições de poderem ganhar a vida ”sem vergonha do mundo”, como ele dizia. E dalguns consegui fazer alguém. Eram exemplares raros, amas destas, mas ainda aparecia uma ou outra.
Em sessão de 16 de Fevereiro de 1782 a Câmara adoptou a seguinte deliberação:
Acta de 1782: E outrossim atendendo às queixas que fizerão os mesmos moradores dos prejuizos que lhe resulta de estarem colomeias nos coutos que destroem as novidades, e frutos das arvores, determinarão que em observância dos Acordos antigos desta Camara e em comservação dos frutos cuja expecção he própria da Camara, determinarão que as colomeias fossem expulças do Povo e coutos com pena de quinhentos reis.
Comentário do autor: Anda nesse tempo se tornavam as utilíssimas e inofensivas abelhas culpadas de estragos nas novidades e frutos das arvores e por isso as “colomeias” eram expulsas lá para as terras dos mouros, onde não houvesse pão nem vinho nem flor de rosmaninho… E esta determinação da Câmara era tão rigorosa que se impunha aos juízes do Povo a obrigação de “dar corridas aos coutos” e de “ dar parte a esta Câmara dos transgressores para serem condenados”.
Bem sabemos nós quem, se vivesse nesse tempo e visse as suas colmeias expulsas do local que amorosamente para elas escolheu, era capaz de correr a pau os juízes do povo ou de ter uma congestão cerebral como consequência do desespero que apanhava!
Deus há de ter perdoado aos vereadores o falso testemunho que levantaram às pobres abelhas, que nunca fizeram mal nenhum aos frutos, antes muito pelo contrário. A produção de cereais na nossa região tinha-se tornado escassa por vários motivos. A situação da lavoura era pouco menos do que desesperada. A Câmara entendeu que devia empregar todos os meios ao seu alcance para acudir a tão angustiosa situação e, em sessão de 20 de Abril de 1782, meteu ombros á empresa. Analisando as causa da decadência da lavoura, reconheceu que:
Acta de 1782: Hum dos princípios desta decadência das lavouras se tem reconhecido na falta de sementes no tempo das sementeiras; porque tendo sido os annos estéreis e de pouca produção, não colhe o lavrador para que chegue para sustentação e reservar para a semente, seguindo-se desta falta ou não semear o necessário ou ser precizado a tomar alguns alqueiros de pam nos seleyros dos rendeiros para pagar pello mais alto preço que correr no anno seguinte antes da colheita futura. Daqui resulta que para pagar hum alqueire se precizão três ou quatro porque a experiencia tem feito manifestas muitas fraudes para lhe aumentar o preço. E não vem o lavrador a colher para pagar o empréstimo vindo a perder o serviço de hum anno e a ter de pagar de suas casas a renda das terras que tomou para cultivar.
Comentário do autor: E tendo aqui a causa do mal, ou pelo menos uma das causas, que havia de fazer a Câmara? Pensou e achou
Acta de 1782: Para ocorre a este prejuízo tem destinado a estabelecer um celeyro comum ou monte da piedade sujeito á ademenistração desta Camara para dele emprestar aos lavradores as sementes necessárias e recebellas ao depois na messma espessia sem enteresse ou avença mais do que aquele que for indispensável para suprir as quebras pois que sem ele não poderia concervarce petuamente o seleyro em beneficio dos mesmos lavradores. Para o seu estabelecimento tem destinado aplicar alguas proçoeus do dinheiro dos Povos que sendo sugeytos verdadeiramente à ademenistração deste Senado que tem a sua intenção fundada no Governo das rendas publicas, elle tem a satisfação de ver que o Meretissimo Doutor Provedor actual o Doutor João de Figueiredo, tem feito mais incontrorveça esta admenistração nos muitos doutos provimentos que acaba de dar nos livros das contas dos mesmos Povos.
Comentário do autor: Assente a criação do celeiro comum ou monte de piadade dos lavradores, era preciso não perder tempo, porque a situação da lavoura era daquelas a que de acode logo ou está tudo perdido. E acudiu-se realmente, como vai ver-se
(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
Modificar, emendar ou alterar estes artigos seria na minha perspectiva um insulto ao seu autor.
O Albicastrense

quarta-feira, julho 15, 2009

COMENTÁRIOS III

Ricardo S. disse…
Em que mundo vivemos??? (com 3 pontos?) Perguntava hoje um senhor no Povo da Beira. Conheço-o de vista, mas nunca falei com ele. Que é da associação comercial. Seria suposto… que defendesse todos os comerciantes. Puro engano. Em que mundo vivemos??? Em pleno século XXI, Nunca numa uma sociedade racista e xenófoba, que a incrível criatura parece defender. Embora, aparentemente, por razões de limpeza e ocupação indevida de espaços, o objectivo é atingir comerciantes de Castelo Branco de origem chinesa de forma acintosa e ofensiva. De facto, a origem destes comerciantes é referida até à náusea. Ele sim, achincalha de forma revoltante e ignóbil, seres humanos que procuraram em Portugal oportunidades, tal como milhões de portugueses as procuram em todos os cinco continentes. A peça é de uma histeria inaudita, como há muito não observo, embora me digam que não é a primeira vez que o autor escreve sobre o tema, como, aliás, o texto confirma. Dei-me ao trabalho de dar uma pequena volta pela cidade e acabei por verificar que existem várias situações idênticas às referidas, que há muito se verificam, que nada têm a ver com a referida comunidade e que nunca foram alvo desta doentia sanha, reveladora de fortes tendências racistas e xenófobas, como há muito não via. Aqueles cidadãos têm deveres para cumprir. Mas também têm direitos que devem ser respeitados.
O Albicastrense

CURIOSIDADES DO PASSADO

NOTÍCIAS DE OUTROS TEMPOS
(174 Anos depois)
A 17 de Julho d 1835, por decreto do Ministério da Guerra e em satisfação da Câmara Municipal de Castelo Branco, foi concedida licença para serem desmantelados os arcos da muralha da cidade, sendo aproveitada a pedra, resultante destas demolições, para ser aplicada em obras a construir, de manifesta utilidade pública.
Posteriormente, em Março de 1839. Foi autorizada a venda em haste pública, de parte da pedra que resultou da demolição de algumas muralhas do Castelo, telha e madeiramentos procedentes da destruição deste património nacional. E assim, se aniquilou, leviana e irresponsavelmente, parte do património da nossa cidade.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista"


O Albicastrense

domingo, julho 12, 2009

BIGODES E COMPANHIA - Entrevistas

Avenida Nuno Álvares
Bigodes e Companhia avisados pelo lendário salteador Robin dos Bosques que na floresta de Sherwood luta contra a tirania do temido Príncipe João, mandou-me um pombo-mail sobre o estado em que se encontram alguns dos bancos da nossa Avenida Nuno Álvares, (como raio terá ele sido sabedor, do estado lastimoso dos bancos?). Resolveram meter pés a caminho e verificar pessoalmente a veracidade das informações enviadas por Robin dos Bosques, (O tal que roubava aos ricos para dar aos pobres!..).
Munidos de uma boa máquina fotográfica, escondida por baixo do capote do Companhia, (não estivessem os bancos avisados para não se deixar fotografar), para captar as imagens demonstrativas desse estado e ao mesmo tempo para tagarelar com os muitos albicastrense que regularmente assentam os seus rabiosques nos ditos bancos.
Bigodes para Companhia.
-- Esta coisa de entrevistarmos pessoas está a deixar-me com as unhas dos pés arrepiadas.
-- Deve ser por não cortares as unhas há mais de um ano. Nós vamos apenas colocar pequenas questões aos aproveitadores que regularmente assentam os seus traseiros nos bancos de todos nós
.

Já na avenida a dupla pateta mete conversa com o primeiro dos albicastrenses, que encontra sentado num dos bancos da dita cuja.
-- Caro amigo albicastrense… Importa-se que lhe coloquemos algumas questões relativas aos bancos desta avenida?
-- Olha! Quem havia de dizer que um dia ia conhecer estes dois tratantes.
-- Como se chama o nosso amigo?
-- Nosso amigo! Olha… Estes ainda agora aqui chegaram e já estão a chamar-me amigo. – Eu sou o Zé do Coice.
-- O amigo Zé do Coice… Já reparou que o banco em que está sentado lhe falta uma tábua?
--Então e depois! Eu não sou polícia… Se quiser fazer queixa vá ao nosso primeiro que ele tem casão aqui ao lado.
-- Nós só queríamos saber a sua opinião, sobre o estado dos desgraçados bancos desta nossa avenida
-- Uma vergonha meus amigos! Ainda há dias dei cabo de umas calças numa das lascas do banco, mas vou apresentar factura ao nosso principal.
-- Quer aproveitar esta oportunidade, para mandar discurso ao nosso primeiro sobre este estado dos bancos?
--
Primeiro amigo ou arranjas estes bancos... ou o Zé do Coice deixa de estar contigo.

Bigodes para Companhia.
Companhia… O Zé Coice acaba de dar um coice no primeiro, vamos falar com a maralha que está no banco ao lado.

-- Amigos nossos… A amalucada dupla Bigodes e Companhia têm algumas perguntinhas para lhes fazer.
-- Estes malucos querem fazer-nos umas perguntinhas!? - Disse o mais anafado do grupo.
-- Nós estamos a perguntar á malandragem da terceira idade que frequenta estes banquinhos, sobre o estado em que se encontram alguns deles.
-- Achamos que hoje vão os bancos… Amanhã as árvores… De seguida os passeios … E por fim… Vamos nós para a quinta das tabuletas. - Respondeu o mais magricelas do grupo.
-- Cruzes canhoto! Voltando aos bancos que é o que aqui nos trás. – Nós gostaríamos que se pronunciassem sobre esta problemática muito abrangente e muito sofisticada, do estado dos velhos bancos da nossa linda avenida.
-- Olhem! Eles até são conhecedores de palavreado caro... -- O bando da sueca que aqui joga habitualmente, vai fazer um baixo assinado ao nosso primeiro a exigir a substituição destes bancos por sofás de cabedal, com pequenas mesas para aqui podermos realizar os nossos torneios da sueca. Respondeu o que parecia ser o cabecilha do grupo.
-- Substituir este bancos por sofás!?
-- Por sofás… Mesas de jogo, e já agora queremos que o nosso primeiro nos traga umas grades de cervejinha para amanhar os joguinhos. – Disse de novo o magricela do grupo.
-- Vocês estão a reinar?
-- Olha! Afinal eles até são inteligentes... – disse o anafado do grupo.
-- Afinal querem ou não pronunciar-se sobre os bancos!?
-- Claro que queremos… Ou o nosso primeiro manda arranjar os bancos da nossa mais bonita avenida, ou o agregado da Sueca contacta o Bando da Soneca, o Conjunto dos Mirones, o Rancho dos Coscuvilheiros, o Clube das Viúvas Carentes e muitos outros que aqui têm delegação. Para uma grande jornada de luta frente ao solar do perfeito. – Respondeu o cabecilha do grupo.
-- Estão dispostos a ir até onde na defesa dos bancos?
-- Não podemos ir muito longe… pois as pernas já se recusam a grandes caminhadas. - Disse o que até então, tinha estado calado
-- Não perceberam! Nós estamos a referir-nos á luta em defesa da reparação dos bancos da avenida.
-- O agregado da Sueca ficou encarregado de aprontar formas de luta, já sentenciou a primeira acção, para o dia em que for anunciado que o nosso primeiro vai ser candidato á sua própria sucessão na autarquia do nosso burgo. – Se o primeiro não mandar ajeitar os nossos bancos, nós ajeitamos um refrão que vamos cantar prá frente do seu Solar. Disse o cabecilha do grupo.
-- Podemos saber qual é esse refrão?
-- Porra!.. Que estes querem saber de tudo… – O refrão é da autoria do prestigiado e desconhecido albicastrense, (Zé das Quadras). – Disse o anafado do grupo.

I
Ò Prefeito… Ò Prefeito…
Um concelho te vamos dar…
Ou ajeita os nossos banquinhos…
Ou em ti não vamos votar.
II
Em ti não vamos votar…
Se não nos fizeres esse jeito…
Vamos votar no Eusébio…
Para ser o nosso perfeito.
Companhia para Bigodes.
-- Vamos embora Bigodes… Se não estes amalucados ainda dão connosco em doidos.
-- Calma Companhia! Vamos primeiro falar com os namoradinhos do banco do lado.
-- Os jovenzitos respondem-nos a duas perguntas?
-- Vocês são cegos! - Disse a miúda… – Calma amorzinho… Eles devem sofrer de miopia aguda.
-- Nós apenas queríamos saber a vossa opinião, sobre o lastimoso estado de alguns dos bancos desta nossa avenida.
-- Amorzinho… Estes coroas devem gostar de chatear quem está numa sessão de beijoquice. – Disse o jovenzito.
-- Perdão… Pela interrupção da sessão de beijoquice. Podem continuar que nós vamos arreliar para outras bandas.
-- Amorzinho… Estes devem ter fugido de algum lar da quarta idade. – Disse o jovem reguila.

Bigodes para Companhia.
Vamos… já temos matéria para entalar o albicastrense e alertar o nosso prefeito.
Bigodes e Companhia

quinta-feira, julho 09, 2009

RUA D' EGA

ZONA HISTÓRICA DA MINHA CIDADE

Esta rua com pouco mais de 250 metros, terá à volta de 200 portados na soma dos dois lados da rua. No entanto grande parte das casas existentes nesta rua, estão desertas por falta de condições habitacionais, estando algumas delas em ruínas. A situação não é famosa por aquelas bandas, porém, com o arranjo das ruas estou convicto de que foi dado um passo importantíssimo, para resolver de uma vez por todas a triste “caca” em que muitos dos que habitaram a casa grande da nossa cidade, deixaram cair esta pobre zona de Castelo Branco.
Muitas críticas já aqui fiz ao nosso primeiro e irei com certeza continuar a fazê-las. Porém… será de toda a justiça, (Independentemente da lentidão das obras e de algumas coisas menos boas), realçar o trabalho feito pela nossa autarquia, nesta martirizada zona da cidade. Estou mesmo convencido que depois do arranjo das ruas, se seguirá a todo a vapor o restabelecimento de muitas das velhinhas casas e que dentro de alguns anos, (espero ainda andar por cá, nessa altura…), a nossa zona histórica não terá apenas o pomposo nome de zona histórica, mas que se tratará verdadeiramente uma zona histórica que irá orgulhar todos os albicastrenses.

ALGUMA DA HISTÓRIA DESTA RUA

Manuel da Silva Castelo Branco nos no seu livro: “Subsídios para o Estudo da Toponímia Albicastrense no Século XVI ” conta-nos um pouco da história desta rua.
A Rua de E’ EGA é um topónimo que, segundo joseph M. Piel deriva do nome próprio Egas; alguns supõem também que o seu uso em Castelo Branco poderá talvez resultar da Ordem de Cristo ter possuído uma outra comenda de “pleno jure”, na vila da EGA… Aparece mencionado este arruamento, numa carta de venda feita, em 1522, por Diogo Vaz e sua mulher Beatriz de Sousa a Sebastião Nunes, todos moradores em Castelo Branco, de uma casa sitas detrás da Misericórdia, com quintal e poço para a rua D’ EGA e que ficaram, por falecimento de Aires Botelho, a seus herdeiros. Morou nesta rua o R. P. Bartolomeu da Costa, varão notável pelas suas virtudes, que nas próprias casas de residência fundou um Hospital dos Convalescentes de Castelo Branco.
Muito pouco para uma rua com tantos e tantos anos de história, na história da nossa cidade.

ALGUMAS DAS PRECIOSIDADES DA RUA D’ EGA.

Nesta rua existem alguns dos mais belos portados quinhentistas da nossa zona história, uma cruz de Cristo com uma inscrição por baixo, que não consegui decifrar mas que tem a data de 1720. E por fim uma bonita casa, com a frontaria toda ela em granito.

O Albicastrense

terça-feira, julho 07, 2009

Tiras Humoristicas

Bigodes e Companhia comentam a entrevista dada pelo candidato do PSD ao Jornal “povodabeira”.

O Albicastrense

segunda-feira, julho 06, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (LV)

CASTELO BRANCO
NA
HISTÓRIA E NA ARTE
IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (8)
(Continuação).
Alegando também a Mesa que a Casa não devia gastar nas obras o que era destinado aos doentes, solicitava ao rei a continuação do subsídio do real de água e, por alvará de 13 de Dezembro de 1740, foi-lhe deferido a pretensão. Conseguiu assim, a Misericórdia, a almejada conclusão das obras de reedificação da igreja e de construção do hospital, que haviam arrastado durante mais de um século.
De ambos os lados da igreja foram construídas enfermarias, destinando-se as do lado do Norte aos doentes de sexo masculino e as do lado Sul aos do sexo feminino. Por breves pontifícios de 2 e 3 de Outubro de 1777, de Pio VI, obteve a Misericórdia dois altares privilegiados: o da Visitação e o de S. João de Deus. Em 1798 já o hospital estava muito arruinado, necessitando de substituição dos pavimentos e dos tectos de madeira. A Mesa reunida em 1 de Janeiro desse ano, deliberou mandar executar as obras necessárias, despendendo nelas a quantia de 300$000 reis que lhe havia sido legado em testamento em 1794, pelo benemérito Padre Manuel Mendes beato.
A Santa Casa da Misericórdia esteve instalada nas dependências da Igreja da Rainha da Rainha Santa Isabel até ao ano de 1835. Tendo-se tornado insuficiente as instalações do hospital e aproveitando a circunstancia de haverem sido extintas em 1834 as Ordens religiosas deliberou, a Mesa, em sessão de 5 de Setembro daquele ano, dirigir às cortes uma representação solicitando a troca do edifício da Misericórdia pelo do convento de Santo António dos Capuchos. Não conseguiu, porém, o deferimento da pretensão e, em sessão de 6 de Outubro do mesmo ano resolveu pedir as instalações do convento da Graça. Foi concedida, pelo Ministério da Fazenda, em portaria de 9 de Julho de 1835, a permuta dos edifícios e, em portaria de 18 de Setembro do mesmo ano foi autorizada a transferência da Misericórdia para o antigo convento da Graça. Foram mudados os sinos e algumas imagens de santos, entre as quais a da Padroeira da Misericórdia.
Na casa do lado do Norte da Igreja de Santa Isabel, que foi hospital do sexo masculino, foram instaladas duas escolas de ensino secundário: a Escola de Ensino Mútuo, criada por decreto de 15 de Novembro de 1834 e o Liceu Nacional, instituído por decreto de 17 de Novembro de 1836.

(Continua)

PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos.

O Albicastrense

sábado, julho 04, 2009

OPINIÃO - Maria João Pires

MARIA JOÃO PIRES
Vai renunciar á nacionalidade Portuguesa.
“A pianista Maria João Pires vai renunciar à nacionalidade portuguesa, tornando-se aos 65 anos cidadã brasileira. A notícia é avançada pela Antena 2 da RDP, que adianta que a pianista se fartou “dos coices e pontapés que tem recebido do Governo português". Decepcionada com o modo como tem sido tratada a nível governamental, sobretudo no seu projecto de ensino artístico de Belgais (Castelo Branco), Maria João Pires, que tinha dupla nacionalidade, decidiu agora ficar apenas com a brasileira”.
Não vou aqui pronunciar-me sobre esta decisão de Maria João Pires, pois cada Português é livre do tomar as decisões que muito bem entender sobre a sua “Portugalidade”. Porém… tal decisão não poderá deixar de ser questionada por todos aqueles Portugueses que ao longo de muitos e muitos anos, tudo têm feito por este pais. As perguntas que aqui deixo não são muitas nem complicadas, pois as minhas fracas capacidades intelectuais, não me permitem colocar questões difíceis ou complicadas.
AS MINHAS INTERROGAÇÕES
Se todos aqueles que lutaram pela democracia em Portugal, antes e depois do 25 de Abril tivessem desistido ou tivessem renunciado a essa luta, que país teríamos hoje?
Se os militares de Abril, que tantas e tantas vezes tão mal tratados foram por aqueles a quem entregaram o poder após o 25 de Abril, resolvessem entregar os quartéis aos governantes e fossem de abalada para um qualquer outro pais, que forças armadas teríamos nós?
Se todos os professores portugueses que diariamente vêem o seu estatuto profissional ser posto em causa, decidissem ir de apalada até ao Brasil leccionar, quem iria formar os Portugueses do futuro?
Se todos os sindicalistas que durante anos e anos foram, (e continuam a ser), prejudicados profissionalmente por causa das suas opções sindicais desistissem dessa luta, que direitos laborais teriam hoje os trabalhadores Portugueses?
Se todos os trabalhadores que diariamente são despedidos no nosso pais, renegassem ou entregassem o seu bilhete de identidade as autoridades e fossem labutar para um outro pais, que pais teríamos para entregar aos nossos filhos?
Se todos os escritores, pintores, poetas e outros tais que foram censurados antes e depois do 25 de Abril, resolvessem ir de abalada para um outro pais qualquer, que pais teríamos nós hoje em dia?
Maria João Pires tomou a decisão que tomou e não sou eu que a vou criticar pela sua decisão, porém… se todos aqueles que em determinado momento das suas vidas, não encontraram soluções para resolver os seus problemas, baixassem os braços e fossem de abalada para outras bandas, Portugal seria hoje não o deserto da outra banda que o “outro” falava, mas antes um pequeno deserto Ibérico.
A decisão é respeitável e tem que ser respeitada, mas por favor, não façam da opção de Maria João Pires um drama nacional e uma tragédia local.
O Albicastrense

sexta-feira, julho 03, 2009

COMENTÁRIOS - II

Carlos Vale disse.
O preço da água em C. Branco é uma questão antiga. Há muito que esse preço é dos mais caros do País. Sabemos e sentimos isso quando pagamos o recibo. Além do valor da água temos aquela taxas todas, que somam mais que o valor da mesma. Assim temos: Valor da água; quota de disponibilidade; tarifa saneamento fixa; tarifa saneamento variável; tarifa resíduos sólidos fixa; tarifa resíduos sólidos variáveis. Com a habilidadezinha em relação à antiga taxa do contador ter sido substituída à socapa, pela quota de disponibilidade, logo que se falou da anulação por lei da taxa do contador. Além do mais a água tem aumentado de preço todos os anos acima da taxa de inflação, como aconteceu este ano, em que aumentou quase 6%, quando valor fixado para a inflação foi de apenas de 2,1%.Há ainda a situação da concessão da rede em "alta" e respectivos equipamentos (barragens, estações elevatórias, e tratamento (etares), condutas, etc, etc, pagas por todos nós, através do OGE e também do pagamento das taxas e tarifas e outros impostos. Concessão assinada há dois anos por um prazo de 41 ano e que rendeu mais d 6o milhões de euros a receber em 7 anos. Sem que o negócio trouxesse qualquer benefício ao cidadão, que vê todos os anos aumentar o valor total do recibo. O cidadão nem chega a saber. Convém informar, que estes preços, taxas e tarifas são aprovadas pelo PS nas Assembleia. Municipais por proposta do presidente Morão. Não é a 1ªvez que a Deco denuncia esta situação. Posso informar que a CDU tem votado contra estes aumentos que, já por várias vezes, informou em comunicado. A última vez que falou sobre a água foi na sessão do Dia da Cidade, em Março deste ano. Muito mais havia sobre receios futuros, mas fica para outra ocasião.
O Albicastrense

quinta-feira, julho 02, 2009

CAPELA DO ESPÍRITO SANTO


O jornal reconquista, anunciou recentemente que a nossa autarquia se prepara para requalificar a Capela do Espírito Santo, esta requalificação irá permitir que a velha Capela volte a ter o seu espeto original. Ainda segundo a mesma noticia, esta requalificação é motivada pelas muitas infiltrações e abatimentos provocados pela retirada do reboco das paredes exteriores há alguns anos atrás. O investimento ronda os 100 mil euros.
Esta notícia levou-me a tentar saber mais sobre a Capela do Espírito Santo, após alguma pesquisa encontrei este belo livro que aqui quero divulgar e recomendar a quem se interesse por conhecer aquilo que de melhor temos na nossa cidade.
CAPELA DO ESPÍRITO SANTO
DE
CASTELO BRANCO
ELEMENTOS PARA O SEU CONHECIMENTO
(Maria Adelaide Neto Salvado)
Maria Adelaide Neto Salvado. Geógrafa e professora investigadora de temas de cultura regional, publicou entre outras obras Os Avieiros nos finais da década de cinquenta (1985), O Espaço e o Sagrado em S. Pedro Vir-a-Corça (1993), O Culto do Espírito Santo em Terras da Beira-Baixa as longínquas raízes (1997), Confraria de Nossa Senhora do Rosário de Castelo Branco - Espelho de Quereres e Sentires, (1998), Rei Wamba Espaço e Memorias (co-autoria) (1999), O Jardim do Paço de Castelo Branco roteiro de uma visita de estudo (1999), Remoinhos Ventos e tempos da Beira (2000), Nossa Senhora do Carmo nas Alminhas da Beira Baixa (2001), Nossa Senhora da Azenha a Luz da Raia (2001), Em nome do Amor… Maribela e José Pina Um caso de Amor e Morte em Sarnadas de Ródão no inicio do século XX (2001), O Colégio de S. Fiel centro difusor da Ciência no interior da Beira (2001), Elementos para a Historia da Misericórdia de Monsanto (2001), A Misericórdia de Medelim apontamentos e lembrança para a sua história (2002), A historia de uma imagem da sacristia da Igreja de S. Miguel da Sé de Castelo Branco (2003), A Procissão do Corpo de Deus de Castelo Branco (Região e poder politico elementos para o seu estudo) (2003), O Horto de Amato Lusitano, Uma ponte para a Cultura, Educação e Cidadania (co-autoria) (2004), Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco (2006). Tem diversa colaboração em jornais e revistas entre as quais se destaca a publicada nos Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior da Pré-Historia ao século XXI.
Bem-haja a Maria Adelaide Neto Salvado, pelo seu esforço na divulgação do nosso património.
Aos visitantes do blog apenas uma frase.
Façam lá o favor de ler....
O Albicastrense

quarta-feira, julho 01, 2009

Tiras Humoristicas


Bigodes e Companhia galhofam com a preocupação de alguns albicastrenses, sobre os famosos arcos do velho miradouro
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...