quarta-feira, dezembro 30, 2009

segunda-feira, dezembro 28, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXVI


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)

Comentário do autor: Em sessão de 8 de Julho de 1787 foi lida em sessão uma carta em que o Bispo de Castelo Branco, D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, começa por dizer que, logo que fora encarregado do Mistério Apostólico do Governo da Igreja, se tinha lembrado de promover a eleição “do Santo Patrono desta cidade e de todo o Bispado em cuja intercessão nós (nós era ele, o Bispo) e todos os nossos súbitos e muito amadas filhos tivéssemos em nossas necessidades pronto recurso e eficaz socorro”; mas que vários trabalhos o tinham impedido de fazer isso tão depressa como convinha e, só agora se lhe oferecia ensejo de pedir que a Câmara, com a cooperação da Nobreza e Povo, procedesse à eleição do Santo Patrono, pedido que esperava que fosse deferido sem demora. A Câmara fez a convocação para o dia 15 do mês, realizando-se a eleição sob a presidência do juiz pela ordenação. Começa-se por receber os “papeis” que, com todas as formalidades, eram metidos “ em hum vazo” e;

Acta de 1787: ”Depois de todos terem entrado os foi o mesmo Juiz pela ordenação tirando cada hum por si abrindo vendo e entregando a mim Escrivão, e eu os publicava e assentava em hum papel avulso e depois de todos publicados e assentes se apurarão os mesmos votos uniformemente votarão em Nossa Senhora com o titulo do Rosário pela razão de não haver diante de Deos Nosso Senhor mais eficaz protecção do que a Sua e ser muito antiga a devoção que os moradores desta cidade lhe tem sempre tido, e juntamente pelos muitos milagres que a mesma Senhora tem obrado pela devoção do Rosário e porque se não acrescente ao Povo novo dia santo”.

Comentário do autor: Esta de se escolher para Padroeira do bispado e cidade de Castelo Branco Nossa Senhora do Rosário por várias razoes e, muito especialmente, porque se não acrescente ao Povo novo dia santo, devemos concordar que, se foi nota uniforme da Câmara, Nobreza e Povo da cidade. Chega a parecer do famoso rabiscador das actas, o escrivão Aranha, que não devia querer que houvesse mais dias santos para lhe não faltar tempo para a redacção das actas; que são verdadeiros monumentos de arte… rabiscatóris. Era tão genial artista que ainda escrevia mais mal que nós, o que é dizer tudo.
Em sessão de 28 do mesmo mês o procurador do concelho informou que o número de alqueires de pão estavam em divida ao Monte da Piedade desde o ano da sua fundação, excedia tudo o que podia supor-se; que a continuarem as coisas assim, não podia manter-se e do desaparecimento deste resultariam gravíssimos prejuízos para os lavradores; que, nestas circunstâncias, era preciso acudir com providências urgentes e por isso propunha que se tirasse dos livros competentes uma nota exacta do que cada um devia, “para os juízos os noteficarem para cada hum pagar até dia de Nossa Senhora de Agosto de prezente anno na forma das condiçoens declaradas no livro das Sahidas pena de que não o fazendo de se proceder a penhora em seus bens”.
Os vereadores acharam que isso estava bem e por isso se fizesse assim; mas não pudemos saber se foi cumprida á risca o deliberada, porque nas sessões que se seguem não se torna a falar em tal coisa.

(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

sábado, dezembro 26, 2009

TIRAS HUMORÍSTICAS - 51


BIGODES E COMPANHIA
Agora mais a sério!.. Bom ano de 2010 para todos os albicastrenses.
O Albicastrense

quarta-feira, dezembro 23, 2009

O VELHO POTE - VIII

MÁGOAS DE UM VELHO POTE
Se houve algo que me entristeceu neste ano que agora termina, (no que diz respeito ao blog), foi o não ter conseguido que o velho pote regressasse à casa para onde foi ofertado em 1916, o Museu Francisco Tavares Proença Júnior. Publiquei neste blog em 2009 sete postes onde dei a conhecer um pouco da história deste pote.
Sete postes onde são apresentadas provas, (através de notícias publicadas em antigos jornais da nossa cidade) sobre o seu aparecimento numa casa do antigo bairro do Montinho. Da sua entrada no nosso museu e do seu abandono no jardim do Governo Civil.
Sete postes cujo único objectivo era o retorno do velho pote ao museu Francisco Tavares Proença.
Sete postes que não motivaram as entidades ligadas a este sector a tomar medidas, de forma a corrigir o abandono a que ele foi sujeito. Abandono que poderá ter acontecido em virtude da mudança do museu das instalações do Governo Civil, para o edifício do antigo Paço Episcopal.
Sete postes em que as entidades responsáveis, lavarão as mãos como Pilatos…
Se acreditasse em milagres! Pedincharia para que em 2010, (ano em que o nosso museu faz cem anos) uma estrela cintilante ilumine o intelecto adormecido dos responsáveis do Governo Civil e do Museu, para que o velho pode possa regressar finalmente ao nosso museu.
O Albicastrense

segunda-feira, dezembro 21, 2009

sábado, dezembro 19, 2009

COMENTÁRIOS - VIII

ONDE PÁRA A POLÍCIA ??
VT disse...
Ainda inserido no tema "Praça Camões" vem esta pergunta a propósito da total vergonha que se vive naquela zona da cidade durante a noite. Os bares "manhosos" pejaram aquela zona de bêbados e drogados que para além de impedirem os desafortunados residentes de dormir com os permanentes desacatos e barulheiras ainda destroem tudo à sua passagem. As paredes são constantemente borradas, os vidros das janelas são partidos, candeeiros, caixotes, sinais de trânsito e até as cablagens que se encontram nas paredes são arrancados e vandalizados. Não há canto que não esteja mijado, cagado ou vomitado ficando tudo com um cheiro nauseabundo. Nas "melhores noites" também há tiros e facadas!! Porque razão a polícia abandonou esta zona? Há anos que não se vê policiamento à noite na Praça Camões.
Quem nos ajuda???
PS – Não dar a este comentário o devido relevo, seria ser convivente com a pouco vergonha que reina por aquela pobre zona da cidade a partir de determinada hora.
Faço minhas as palavras do “VT” que aliás já me tinham chegado aos ouvidos, quando da publicação do poste da Praça Camões.

O Albicastrense

quinta-feira, dezembro 17, 2009

TIRAS HUMORÍSTICAS - 50


O presidente da nossa autarquia foi nomeado “Presidente do Fórum Ibérico das Cidades Amuralhadas e Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses”.
Tais nomeações são sem dúvida um orgulho para os albicastrenses e uma honra para a nossa cidade.
Bigodes e Companhia sempre em cima dos acontecimentos, resolveram presentear o nosso presidente com um projecto, (em maqueta fotográfica) para que ele possa recuperar, mais alguns metros de muralha da nossa cidade. Bigodes e Companhia albicastrenses, dos sete costados pedem aos santos anjinhos para que este esboço fotográfico, não acabe numa qualquer gaveta esquecido pelos responsáveis da nossa autarquia.
A proposta é lindinha e merecedora de ser estudada pelos grandes crânios da nossa autarquia. A sua recusa abalará profundamente a fé destes dois pobres incrédulos nas nossas instituições demográficas.
PS - O albicastrense não se responsabiliza pelo que estes dois infelizes possam fazer das suas existências, se este projecto for parar ao caixote do lixo.


O Albicastrense

terça-feira, dezembro 15, 2009

FAZ HOJE ANOS

97 ANOS DEPOIS

15/12/1912 – 15/12/2009

No dia 15 de Dezembro de 1912, iniciou a sua publicação o semanário “A União” Era seu director, José Barros Nobre. Tinha como editor e administrador, Joaquim Lúcio Pelejão. Era composto e impresso na tipografia de Joaquim Lúcio Pelejão.
Dizia que, como semanário político que era, queria fazer a propaganda da agremiação partidária a que pertencia, discutir os actos públicos das pessoas educadas e elogiar os actos de utilidade para o pais e para a região. Terminou em 26 de Março de 1914, com a publicação do nº 65.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal
”A
Reconquista”
O Albicastrense

EXPOSIÇÃO - V

António Andrade Fernandes

"SÍMBOLO DA PAZ"
(Realizado no ano de 2008)
A escolha deste trabalho para este mês de Dezembro prende-se com duas razoes:
Primeira: Natal é tempo de Paz e Dezembro é um mês genuíno e sincero.
Segunda: A oliveira também simboliza a paz e é dos seus frutos que se extrai o azeite que irá iluminar o Deus que se fez menino.
Tive a colaboração para a realização deste trabalho do meu amigo Veríssimo, o autor deste blog, que através da sua objectiva conseguiu captar nas oliveiras milenares existentes na Nossa Senhora da Alagada, em Vila Velha de Ródão, todas as simbologias a elas ligadas.

Materiais utilizados: Fotografia. Manta de trapos, madeira, latas de refrigerantes, sementes, fios, tinta acrílica e óleo.
António Andrade Fernandes
O Albicastrense

segunda-feira, dezembro 14, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXIII


MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
Domus Municipalis – (III)
(Continuação)
Os antigos Paços do Concelho, na Praça Velha, continuaram a servir exclusivamente de cadeia até ao ano de 1984 em que se concluiu a construção de um edifício apropriado para esse fim ao norte da cidade. Nesse ano foi iniciada a execução de um projecto de adaptação do palácio para nele serem instaladas a Biblioteca Municipal e a Direcção de Urbanização do Distrito de Castelo Branco mas, reconhecendo-se que ele não oferecia as imprescindíveis condições de estabilidade, procedeu-se à sua demolição e reconstrução. A arquitectura das fachadas, concebidas no dealbar do Renascimento, foi rigorosamente mantida na reedificação: reconstituíram-se todos os elementos decorativos, incluindo a esfera armilar, as armas nacionais do século XVI e a lápide de século XVII. Em Setembro de 1951 já puderam ser alojados, no edifício reconstruído, os serviços de Urbanização dependentes do Ministério das Obras Publicas que estavam deficientemente instalados no andar térreo do Palácio do Governo Civil e a Biblioteca que funcionava acanhadamente no primeiro piso do Tribunal da Comarca no Largo da Sé. A Biblioteca Municipal era uma velha aspiração dos habitantes da cidade desde que foi verificada a viabilidade da sua instituição. Em 9 de Setembro de 1834 ordenou o Governo, numa portaria, que se organizasse uma biblioteca pública em Castelo branco com os livros dos extintos conventos da província. Esta determinação, porém não foi cumprida e aqueles livros foram armazenados numas salas húmidas do antigo Paço Episcopal que em 1835 passou a ser a sede do Governo Civil. Quando o Governo, em 25 de Agosto de 1836, instou junto do prefeito da província para que se escolhesse um edifício público destinado a biblioteca e museu foi indicado em 18 de Outubro desse ano, o da Misericórdia Velha situado entre a Rua E’ ga e a dos Oleiros, que se encontrava então devoluto por ter sido transferida a Santa Casa para o antigo convento da Graça. Não foi ali, todavia, arrumada a biblioteca publicam mas sim o Tribunal da Comarca.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

sexta-feira, dezembro 11, 2009

ALBICASTRENSES ILUSTRES - XVI

MARIA EMÍLIA LOURAÇA
(1869/1925)
Nas minhas aventuras pelos jornais antigos da nossa cidade, descobri a notícia que aqui podem ver. Curiosamente em 2008 tinha aqui escrito um poste, onda dava a conhecer esta ilustre albicastrense.
A notícia não nos diz a data em que a decisão terá sido tomada, nem os motivos que terão levado os responsáveis da altura a metê-la na gaveta.
Em 1980 o saudoso padre Anacleto, levantou o problema que caiu mais uma vez em saco roto. Só recentemente a nossa autarquia lhe fez justiça, ao atribuir a uma rua do Bairro da Carapalha, o nome desta ilustre albicastrense.

PEQUENA BIOGRAFIA
Faleceu em Castelo Branco em 12 de Fevereiro sua terra natal, e onda sempre viveu, Maria Emília Louraça de Oliveira Pinto, com 57 anos de idade. Era professora do ensino particular, ilustre escritora, e distinta jornalista. Foi directora e editora do quinzenário, de sensibilidade literária e noticiosa, que se publicou em Castelo Branco, desde 5 de Agosto de 1917 a 26 de Outubro de 1919, sob o título “ A Aurora”. Apesar da sua notável cultura, dinamismo, talento intelectual e forte intuição jornalística, Mara Emília Louraça viveu sempre com imensas dificuldades económicas. Neste sentido para sobreviver tinha de recorrer ao trabalho de eximia encadernadora, que executava na modesta papelaria de que era proprietária e se situava na rua da Figueira nº 37, em Castelo Branco, que também servia de redacção e administração do jornal “A Aurora”. Ali compunha o jornal e ali vendia também estampas, revistas, histórias da carochinha e literatura de cordel.

Rua. Professora Emília Louraça Castelo Branco 6000-342
O Albicastrense

quinta-feira, dezembro 10, 2009

AVENIDA NUNO ÁLVARES




Nos últimos tempos vários visitantes deixaram deste blog, comentários referentes a uma possível mexida na Avenida Nuno Alvares.
Existe um ditado popular, que diz o seguinte; “Não há fumo sem fogo”. Como considero que este ditado até tem muito de verdade, resolvi tentar saber mais, sobre o “diz que diz”, que depois ninguém confirma.
Após alguns contactos, umas tantas perguntas e algumas horas perdidas, consegui encontrar o site de uma empresa que faz projectos, (RISQUE), que apresenta na sua página da internet “
http://www.risco.org/pt/02­­_03.html” um projecto para a “Zona Envolvente da Estação Ferroviária,” com a data de 2007.
Afinal tanto secretismo e pseuda-participação da população, quando tudo parece estar já decidido para o nosso presidente.
Em meu entender o projecto é medonho, (para este local) e acaba, definitivamente, com a cidade equilibrada.
Ganhou o betão, perdeu a cidadania e honra na política.
UMA PERGUNTA….
Porque razões não foram estes bonecos divulgados pela nossa autarquia, antes das últimas eleições?
Se fosse mauzinho… Diria que alguém pretendeu esconder aos albicastrenses, coisas que “parecem” estar há muito decididas.
Se assim for! Só posso concluir que devem existir consciências desassossegada na nossa autarquia.
Vamos esperar para que o tempo se encarregue de nos trazer os próximos capítulos desta pobre novela da TVI, (perdão! dos nossos autarcas…).
O Albicastrense

terça-feira, dezembro 08, 2009

COMENTÁRIOS - VII

A importância do comentário da CDU é inquestionável, por esse motivo ele salta, (como já aconteceu com outros comentários) da secção de comentários, para a secção de postes.
À CDU o bem-haja por este esclarecimento.

CDU disse...
A CDU, tendo verificado que o prédio situado na rua J. A. Morão (antiga Garagem dos Limas) foi demolido sem que estivessem afixadas as razões da demolição, da obra ou de qualquer projecto para o local, violando os preceitos legalmente exigidos, enviou, através do deputado municipal João Delgado, um requerimento ao presidente da Assembleia Municipal, solicitando que sejam facultados os esclarecimentos que levaram a tal procedimento e também que, na eventualidade de haver qualquer projecto para o local, lhe seja facultado o mesmo. Chamou, ainda, a atenção para as condições ilegais em que a demolição ocorreu já que, não respeitaram as normas de segurança e ambientais em vigor, não colocando os devidos resguardos que evitassem ou atenuassem os perigos resultantes da queda de entulho ou de poeiras produzidas, pondo em perigo a integridade física e a saúde dos transeuntes, moradores e empresários dos estabelecimentos. Chamou, também, a atenção para a ausência de sinais ou cuidados de levantamento ou pesquisa de tipo arqueológico, numa zona que devia merecer esses cuidados.
O Albicastrense

sexta-feira, dezembro 04, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXV


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.

Comentários do autor: Na sessão que se segui à de 15 de Outubro de 1786 a que fizemos referencia no capítulo antecedente, realizou-se precisamente um mês depois daquela, em 15 de Novembro e apesar de tão largo intervalo, não há nesta nada, absolutamente nada, que interesse. Parece poder depreender-se de que a vida municipal ia em manifesta decadência. E os vereadores, vamos lá, também não estavam para se ralar muito. Em sessão de 17 de Dezembro aparece um requerimento da Madre Abadessa e mais religiosas do convento de S. Francisco da Vila de S. Vicente da Beira pedindo o seguinte:

Acta de1786:“a Sua Magestade hum real de agoa em toda a comarca por sinco annos parar reparar as ruinas do seu convento a exemplo de outro real de agoa que por sinco annos lhe consedeo o Senhor Rey Dom José que Santa Gloria haja no anno de 1754 sobre cujo requerimento manda Sua Magestade ouvir esta Câmara Nobreza e Povo....”

Comentário do autor: A Câmara, com o apoio unanimo da Nobreza e do Povo, achou que o auxílio era preciso porque este convento; “ era o único que havia não só nesta Comarca mas ainda em toda a extensão que decorre desde Gouveia até Abrantes e que não tendo este convento meios para se reparar das suas ruínas por ser notória a sua pobreza hera de interesse de toda a Comarca a sua conservação e reparo ”.
Mas, se isso era verdade, também era verdade que isso do real de água tinha que se lhe dissesse, “porque faria uma notável alteração nos viveres sujeitos a este tributo ” e com coisas de víveres não se podia brincar. O que podia fazer-se era dividir a importância em que fossem orçadas as obras por todos os concelhos da comarca, pagando-se com “os sobejos do Concelho ou do Povo”, em três, quatro ou cinco anos. Muita pena das pobrezinhas Irmãs do Convento de S. Francisco, mas dinheiro era sangue, especialmente quando se tratava do pão-nosso de cada dia, dos viveres, e então que se arranjassem lá com os “ sobejos do Conselho ou do Povo ”.
E assim pensaram todos, incluindo o Sr. José Agostinho Pancas, que é o primeiro a assinar a acta.
Até 2 de Abril de 1787 não aparece nada que jeito tenha. As sessões da Câmara são raras e nestas não aparece uma deliberação que tenha sombra de interesse. Em sessão realizada nesta data, porem, aparece-nos de novo a Câmara a lançar uma finta para acudir á necessidade de pagar às amas dos expostos e é outra vez á freguesia de Monforte que se exige a maior quantia.
Monforte tem de pagar 80.000 réis, ao passo que a cidade paga apenas 30.000 réis.
É com certeza a história do Chaparral que provoca esta diferença. Em 7 de Abril aparece a carta régia com a nomeação dos novos vereadores e do procurador do concelho. Os vereadores eram Francisco da Fonseca Coutinho e Castro João de Mendonça Valadares e Manuel Vaz Nunes Preto da Castillo; o procurador do concelho era o Dr. José Esteves Póvos.
A nomeação desta vez aparecia com notável atraso. Costumava a carta régia vir em princípio de Janeiro; veio desta vez três meses mais tarde.
Os novos vereadores, pelo que se pode desprender-se da pobreza das actas, não vinham com grande vontade de trabalhar. Durante o primeiro mês não fazem nada que se veja. Em sessão de 23 de Maio, porem, aparece coisa seria. Os arrematantes da carne de vaca apareceram a dizer mal da sua vida e a pedir que lhes acudissem. Tinham arrematado o fornecimento desta carne a 30 réis o arrátel, mas estavam a perder um dinheirão.
E o caso era sério a valer, porque antes de eles começarem com o fornecimento apenas se chegava a matar duas reses e na altura em que se encontravam chegavam a ser obrigados a matar cinco e seis ”por todas quererem vaca por ser pelo preço da carne meuda”; pediam por isso que lhes valessem, permitindo-lhes elevar o preço.
A câmara, ponderando que os arrematantes se tinham sempre portado bem, ao contrario do que tinha acontecido com os arrematantes que os tinham precedido, com os quais as questões eram o pão-nosso de cada dia, e considerando que já havia exemplos de alteração de preços da arrematação, foi generosa: consentiu na elevação do preço da carne de vaca de 30 réis para 35 réis.
Eram 5 réis de aumento em cada arrátel, o que representava qualquer coisa como o agravamento do preço em cerca de 17 por cento.

(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.

O Albicastrense

terça-feira, dezembro 01, 2009

OBRAS NA MINHA CIDADE


A antiga garagem da Beira está a ser demolida, (e bem demolida segundo este albicastrense), pois este espaço estava uma autêntica lixeira.
Esta garagem ocupava um espaço que dá para a Rua J. A. Morão e largo de S. Marcos, sendo precisamente este pormenor que me leva a escrever esta pequena nota.
A pergunta que aqui gostaria de deixar aos responsáveis da nossa autarquia, só pode ser uma.


Está esta obra a ser seguida por responsáveis devidamente competentes, ligados à defesa da nossa história local?

Ou mais uma vez, (tal como aconteceu no largo de S. João), manda-se abaixo a garagem, retalha-se o subsolo e depois se aparecer alguma coisa, logo se vê!..
Gostaria de lembrar aos responsáveis da nossa autarquia, que estas obras não estão a decorrer num local qualquer!
Neste subsolo, existe muita da nossa história ligada ao sector da água, se olharem ao redor, podem ver a existência de um velho chafariz, que durante muitos e muitos anos deu de beber aos albicastrenses e que só a incúria de alguns, levou ao estado em que se encontra.
Ora como todos nós sabemos, este chafariz, (e não só) era alimentado por uma fonte que brotava na encosta do castelo, sendo pois legítimo pensar-se que no subsolo desta zona, possam estar condutas ou túneis por onde essa água passava.
Meus amigos as precauções tomam-se antes de as desgraças acontecerem! Por isso, este albicastrense mendiga o máximo cuidado, (se não for já demasiado tarde…) para com a defesa da nossa história local.

O Albicastrense.

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...