sábado, agosto 29, 2009

BIGODES E COMPANHIA

ELEIÇÕES
Com as eleições a poucos dias de distância, os nossos amigos “Bigodes e Companhia” resolveram vir á praça pública, discutir varias questões ligadas a estes actos eleitorais.
Bigodes para Companhia.
- Companhia... achas bem que este ou aquele partido apresente para deputado pelo nosso distrito, um fulano que os albicastrenses não conhecem e que da nossa cidade apenas deve conhecer o nome?
- Meu amigo... como filho desta terra prefiro de longe o que é nosso! Pois, se os fulanos, sicranos, ou beltranos fossem bons, eram com certeza candidatos pelas terras onde nasceram.
- Olha... esta de nos quererem enfiar candidatados que da nossa terra apenas conhecem o nome faz-me lembrar a outra, que depois de eleita foi de abalada até outras bandas e nunca mais cá colocou os pés.
- Os pés?... Mas ela não andava de carrinho!?
- Não desconverses amigo... pois estamos a falar de coisas sérias.
- Coisas sérias!? Eu diria antes... de coisas seríssimas!
- Adiante... sabes ou não, quantas mulheres são cabeças de lista pelo nosso distrito a um lugar na Assembleia da Republica?
- Deixa-me pensar... pensar... pensar....
Cinco minutos depois....
- Então Companhia é para hoje!... ou os teus neuróticos já estão tão enferrujados que já não dão para fazer contas de somar?
- Meu caríssimo amigo... os meus neuróticos são como o vinho do porto, quanto mais anos tenho mais eles vão amadurecendo de sabedoria.
- Afinal quantas mulheres temos nós como cabeças de lista pelo nosso distrito?
- Bigodes a tua pergunta é importantíssima e ao mesmo tempo digna de ser registada nos anais da problemática sobre a discriminação de sexos na nossa história recente.
- Companhia parece-me que o vinho do porto te anda a subir aos pirolitos! Olha esquece a problemática das legislativas e diz-me o que pensas sobre os candidatos pelos vários partidos á nossa autarquia.
- Bigodes tu hoje estás numa de embirrar comigo!
- Eu Companhia!... só estou a tentar saber o que vai nesse teu cérebro desgastado pelo tempo e pêlos branquinhos traçados.
- Vamos lá conversar de coisas sérias Bigodes... pelos cinco principais partidos que concorrem na nossa cidade, temos como cabeças de lista, (Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Junta da Freguesia) 13 homens e 2 mulheres!................
- Só duas mulheres como cabeças de lista Companhia!?
- Sim meu amigo!... A CDU e o CDS, têm como cabeças de lista para a Junta de Freguesia da nossa cidade, Manuela Carvalho e Maria Belo. Todos os outros são homens.
- Só não percebo uma coisa Companhia!?
- Pergunta... que este teu amigo, independentemente de estar com os neuróticos gastos pelo tempo e pêlos branquinhos traçados é todo teu.
- Companhia deixa-te de gracinhas e diz-me: Como é possível que sendo as mulheres mais numerosas que os homens, tenham só 2 lugares em 15?
- Meu amigo... a explicação é simples! Quem de 15 tira dois, deixa lá 13.
- Lá voltas tu ás gracinhas Companhia!...
- Bigodes em tempos que já lá vão... houve uns senhores que nos governavam e outros que ainda nos governam hoje, que garantiram aos portugueses que uma coisa chamada “cota” (ou será quota?) iria resolver este grave problema.
- Mas não resolveu Companhia!...
- Pois não Bigodes!... E sabes porquê?
- Conta ... que o teu contar tem muita graça.
- Porque no dia em que as mulheres se preocuparem mais com a política no nosso pais, muitos dos nossos políticos terão que procurar trabalho em vez de emprego noutras bandas.
- Companhia o melhor é ficar-mos por aqui, senão ainda nos acusam de ser pró feministas.
- Pró feminista eu!.. lá em casa a minha Felizberta anda sempre a dizer-me que não sei fazer nada e que sou um autêntico machista.
Bigodes e Companhia

sexta-feira, agosto 28, 2009

COMENTÁRIOS - IV


Não tenho por habito publicar postes sobre comentários onde o visitante que os faz não nos diz o seu nome, porém, desta vez vou quebrar esta regra pela importância, (em meu entender), deste comentário.
Pedia no entanto aos visitantes, que de futuro assinassem este tipo de comentários, pois só assim se justifica a sua divulgação.
Anónimo disse...
Não tenho o prazer de o conhecer, Sr João Paulo Benquerença mas uma coisa é certa, tão pouco me interessa saber se é do PSD ou não, como aqui chegam estupidamente a perguntar...Para mim o que importa, é a análise realista e "Desinteressada", que faz sobrea cidade, coisa que poucos sabem fazer. Agradeço desde já, como Albicastrense, este seu pertinente artigo, mas julgo que infelizmente irá servir de pouco, uma vez que em Castelo Branco já não há "Espírito Comunitário". Esse sentimento, agora deu lugar a um outro de nome"Espírito Espectáculo". Este Presidente da Câmara, DESRESPEITOU OS SEUS ANTECESSORES, destruindo "Património à Cidade", e tudo o que é verde, substituiu por granito .Pode ser que em breve, eu o veja construir a sua própria lápide política em granito!Um grande abraço para si amigo Veríssimo, que tem sido uma pessoa da maior utilidade para a nossa terra, através do seu Blog e das suas ideias interessantes. O meu obrigado como Albicastrense.
O Albicastrense

terça-feira, agosto 25, 2009

IMAGENS ANTIGAS DA MINHA CIDADE




Numa altura em que o calor aperta na nossa cidade, aqui ficam algumas fotografias antigas de Castelo Branco com muita neve. Imagens que nos refrescam os olhos, mas que pouco a pouco vão caindo no esquecimento colectivo.
O Albicastrense

sábado, agosto 22, 2009

VÂNDALOS Á SOLTA...


Nas últimas duas noites “gente” que não tendo mais nada que fazer, resolveu gerar o infeliz serviço que as fotografias documentam!.... Desloquei-me ao local onde pude observar a revolta de quem por ali passava, ao ver a camelice que ali foi cometida.
Das muitas perguntas que podemos fazer aos responsáveis por estes actos, faço apenas uma.
Como é possível... que alguém faça por puro divertimento este tipo de vandalismo!?
Para eles aqui fica um pensamento de Henry David Thoreau
(1817/1862.)
"É preferível cultivar o respeito do bem que o respeito pela lei."
O Albicastrense

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXI


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade
.
Comentário do autor: De 1782 a 1786 as actas municipais são uma pobreza franciscana. Não se encontra nelas nada que interesse. Nada, mesmo nada.
Até parece que os vereadores adormeceram por completo e que é o escrivão da Câmara que por sua conta e risco vai enchendo paginas e paginas com perfeitas banalidades.
Mas em 27 de Maio de 1786 aparece coisa que enche as medidas a nos mostra bem que já então, em se tratando de apanhar mais uns vinténs de ordenado, todos se julgam com direitos a receber mais, todos se julgam insuficientes remunerados.
Na indicada sessão, a Câmara descobriu que havia um medico que durante mais de quarenta anos tinha prestado relevantes serviços á cidade e seu termo. Esse médico era o Dr. António Tomaz das Neves. Importava dar-lhe uma prova de que se lhe reconheciam os méritos e os serviços. Mas como? Criando mais um partido médico na cidade, provendo nele o benemérito e dando-lhe de ordenado cento e vinte mil reis em vez dos quarenta mil reis que até ai se davam. Triplicava-se o ordenado até ai marcado, para que se soubesse que a Câmara não era unhas-de-fome. Mas logo outro médico, o Dr. João Antunes Pelejão, entendeu que o sol não devia alumiar só o colega, e por isso apareceu a requerer que se lhe elevasse o ordenado a cento e quarenta mil reis, mais vinte mil reis do que o que se dava ao benemérito. Não apanhou os cento e quarenta, mas para o calarem tiveram de dar-lhe os cento e vinte. Mas o comer e o ralhar está no principiar. Tratando-se de receber mais alguma coisa, logo apareceu mais quem quizesse
O escrivão da Câmara, alegando serviços extraordinários, que tinha posta em ordem o arquivo municipal que os seus antecessores tinham deixado numa desgraça, que tinha de escriturar mais uns tantos livros por causa das exigências da Intendência Geral da Policia a respeito dos enjeitados e outras miudezas, que fazia só por si tudo e mais alguma coisa, pediu também aumento de vencimento. Estava aberta a torneira das graças e por isso o escrivão também apanhou uma gratificação de trinta mil reis.
Foi talvez por isso que ele se meteu a escrever coisas de assombrar, numa caligrafia tão “manhosa” que nos faz ver as estrelas para perceber o que ela queria dizer na sua. E o carcereiro também apanhou. E, se mais mundo houvera, lá chegara…
(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937. Modificar, emendar ou alterar estes artigos seria na minha perspectiva um insulto ao seu autor.
O Albicastrense

quinta-feira, agosto 20, 2009

CIDADE DESCARACTERIZADA

Para quem não teve a oportunidade de ler esta semana no jornal, “povodabeira” o artigo de opinião da autoria de João Paulo Benquerença, aqui fica ele á disposição dos visitantes do blog "O Albicastrense".
PS – O albicastrense que assina por baixo este artigo de opinão... só lamenta que este tipo de artigos de opinião, apareçam unicamente em alturas eleitorais.
O albicastrense

terça-feira, agosto 18, 2009

PEQUENAS COISAS - IV

Sinal Verde
O texto que se segue foi publicado esta semana no jornal ”reconquista”.
CIDADE DÁ VIDA AOS MONUMENTOS.
“Os principais monumentos de Castelo Branco vão passar a estar identificados com mobiliário urbano explicativo, da autoria do designer Philippe Starck. A aposta da autarquia passa por valorizar os espaços divulgando a sua história na língua de Camões, em inglês e castelhano.
Depois dos fortes investimentos na recuperação e requalificação de monumentos e da zona histórica da cidade, a Câmara de Castelo Branco está a identificar os principais monumentos e espaços da cidade, através da instalação de mobiliário urbano moderno (mupis), da autoria do designer francês Philippe Starck. De acordo com o presidente da autarquia, numa primeira fase serão instalados mupis na Senhora da Piedade, Sé, Cruzeiro de S. João, Antiga Biblioteca Municipal, Casa do Arco do Bispo, Solar dos Motas (Arquivo Distrital), Celeiro da Ordem de Cristo (Praça Velha) e Solar dos Cavaleiros (actual Museu Cargaleiro).
Joaquim Morão explica que esta sinalização dos monumentos é importante, já que cada uma das estruturas informativas instaladas vai ter uma pequena história sobre o monumento ou zona da cidade em causa e uma imagem. “Além disso, essa informação é apresentada em três línguas: português, inglês e castelhano”, esclarece o autarca. Segundo Joaquim Morão, este tipo de informação será também colocado nas entradas da cidade. “Aí quem entra em Castelo Branco será informado dos locais que merecem ser visitados”.

Já aqui tinha apontado por várias vezes a falta de informação histórica sobre os nossos monumentos junto aos mesmos. Foi pois com grande satisfação que tomei conhecimento da medida tomada pela nossa autarquia, para preencher esta lacuna.
É costume dizer-se que “mais vale tarde que nunca” como também assim penso, aqui ficam os parabéns do albicastrense. Existindo apenas com um “pequeno senão”. A informação prestada no caso da Sé, (que foi a única que vi até agora) é em meu entender insuficiente, reduzir quase oitocentos anos de história da Igreja de S. Miguel da Sé a cerca de cinquenta palavras é realmente muito pouco!
Texto da Igreja da Sé.
Já em 1213 a sua existência é referenciada e a sua propriedade atribuída aos Templários. A nave central apresenta várias inscrições alusivas ao reaproveitamento de estruturas anteriores ao Século XVII. Na construção que chega aos nossos dias prevalece o estilo Barroco – Rococó. Merecem atenção os elementos em talha dourada, com destaque para a Capela-mor, a Capela do Santíssimo e a Sacristia.”
O Albicastrense

domingo, agosto 16, 2009

CURIOSIDADES DO PASSADO

NOTÍCIAS DE OUTROS TEMPOS
(150 Anos depois)
A 16 DE Agosto 1859, foi inaugurado telégrafo electrónico, entre Abrantes e Castelo Branco. Anteriormente já existia um sistema de transmissões e envio de mensagens, através do telégrafo óptimo (Heliógrafo), que funcionava entre Castelo Branco e Abrantes. Nesses recuados tempos, havia uma seria de estações retransmissoras, entre Abrantes e Castelo Branco, uma delas situando-se no alto do castelo, que transmitia e recebia os sinais óptimos (Heliográficos), para uma outra estação que estava instalada na serradas Oleias, junto ao Retaxo, no preciso local onda hoje se encontra um marco geodésico.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal
A Reconquista

O Albicastrense

sexta-feira, agosto 14, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (LVII)


MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
CONVENTO DA GRAÇA (I)

O convento da Graça está situado na rua Bartolomeu da Costa, ao norte da cidade, confinando com os logradouros do antigo Paço Episcopal.
É desconhecida a data da fundação do convento, que é anterior à da construção do seu templo actual. Segundo uma inscrição em latim existente na fachada principal, do lado sul da porta de entrada, esta foi construída em 1519. No reinado de D. Manuel I, por mandado de Maria Rebelo e de seu genro Fernando de Pina, em cumprimento de uma promessa testamentaria de um irmão daquela senhora, de nome Rodrigo Rebelo, que morreu na Índia.
Damião de Góis, na crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel narra circunstancialmente o combate com os indígenas no qual pareceu Rodrigo Rebelo, capitão de Goa varado por lançadas por ter ficado debaixo do cavalo que montava, quando este foi derrubado com zagunchadas no peito.
Da igreja construída no primeiro quartel do século XVI, a expensas da família Rebelo, apenas resta o portal manuelino da fachada principal, de concepção simples mas graciosa. O convento foi reedificado no último quartel do século XVII e na primeira metade do século XVIII. A igreja foi então ampliada, para aparte, para o lado do poente, com um coro construído sobre um pórtico formado por dois arcos de volta abatida.
Sob o pórtico há dois portais, sendo o da entrada na igreja no estilo manuelino e o de acesso ao convento no estilo barroco. As pilastras, os capitéis, as cimalhetas, os frontões, as cornijas e os pináculos das fachadas são de cantaria de granito regional muito bem trabalhado no estilo barroca em voga no século XVIII.O claustro é de arquitectura sóbria mas elegante.
Interiormente a igreja, de uma nave única, é de uma grande simplicidade e nada tem de notável. O mosteiro pertenceu á ordem de S. Francisco até ao ano de 1526, data em que passou para os eremitas de Santo Agostinho.
Conservou-se na posse desta Ordem até à extinção das congregações religiosas, em 1834, após o advento do regime liberal.
Nessa data as suas propriedades rústicas, cujo valor era então superior a 30.000$00 reis, foram incorporadas no património do estado e vendidas em hasta pública. Como se disse no capítulo anterior, a Santa Casa da Misericórdia foi autorizada a transferir a sua sede para o convento da Graça, por portaria de 18 de Setembro de 1835. Nessa data o convento estava muito arruinada.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

quarta-feira, agosto 12, 2009

UM VELHO POTE - VII


Oito meses após a primeira tentativa, para resolver o caso do pote abandonado no jardim do governo civil e cinco após a ultima tentativa, volto hoje a abordar aqui este caso que considero importante e sobre o qual nada foi conseguido.
Em Dezembro de 2008 falei aqui pela primeira vez de uma notícia encontrada por mim no antigo jornal, “Noticias da Beira”.
Esta edição de 1916 dava conta do aparecimento de um pote, (que na altura teria mais de 300 anos), encontrado no antigo Bairro do Montinho, durante o derrube de uma velha casa.
O Pote foi oferecido alguns dias depois ao museu Tavares Proença Júnior, que na altura estava instalado nas instalações do governo civil.
Com a mudança do museu para o Paço Episcopal na década de 70, o pote “terá” ficado esquecido no edifício do governo civil e caído no esquecimento de todos. Quando encontrei a notícia, pensei para com os meus botões que o velho pote iria por fim regressar ao nosso museu e desta forma fazer-se justiça para com aqueles que em 1916 o doaram ao museu da nossa cidade.
Santa ingenuidade a minha! Pois passados oito meses o velho pote continua no velho jardim do governo civil, às contingências do tempo, (hoje com mais de 400 anos).
Oito meses depois! Só me apetece gritar bem alto que fiquei sem palavras para argumentar contra aqueles que podiam e deviam resolver este assunto.
É costume dizer-se que o silêncio é de ouro…
Neste caso o silêncio é de lata… pois ele é demonstrativo da falta de interesse e da apatia instalada nas instituições, que podiam ajudar a resolver este caso.

O ignorar…
O nada fazer…
Ou o deixar falar quem fala…

É a prova que os responsáveis por estas instituições pouco ou nada se interessam pelo que se passa ao seu redor. O velho pote vai continuar:
Ao sol…
Á chuva…
E ao vento…

Até que um dia alguém repare nele e resolva dar-lhe a dignidade que 400 anos de história lhe dão direito.
O albicastrense

segunda-feira, agosto 10, 2009

EXPOSIÇÃO - II



António Andrade Fernandes

2 – O quadro que vos deixo este mês de Agosto intitula-se:

“ O Patinho Feio e Outras Gripes ”

Foi realizado no ano de 2006 e conta a história do patinho feio e de todas as atrocidades cometidas por este mundo fora contra os seus pares e os seus primos galináceos, no âmbito da gripe das aves.
Com outras gripes suínas se vão enchendo os dias de hoje……………….


Outros materiais utilizados: madeira, fios, xisto e berlindes….
Pintura a óleo

O Albicastrense

TIRAS HUMORISTICAS - 43

Bigodes e Companhia comentam a notícia saída no jornal, “reconquista” sobre a compra do Convento de Santo António, pela autarquia albicastrense.
O Albicastrense

sábado, agosto 08, 2009

CURIOSIDADES DO PASSADO


AMOR E A MORTE NOS (...) REGISTOS PAROQUIAIS ALBICASTRENSES
Por: Manuel da Silva Castelo Branco
D. Pedro de Meneses
"Amor proibido no paço dos comendadores"
Assento 12 (S1 - 10, fl. 39) - Ao derradeiro dia do mês de Abril de 1624, mataram o senhor D. Pedro de Meneses, filho do senhor D. António de Meneses, comendador desta vila e seu alcaide-mor. Morreu duma espingardada na Costeira, ao fundo do chão que foi de Pero Gonçalves, donde dizem que lhe atiraram pela uma hora...
Deu a alma a Deus, foi confessado e ungido, não fez manda. Ao dia seguinte, o levaram a enterrar ao mosteiro de Santo António e, no dia seguinte depois
do seu enterro, lhe disseram missa de presente e um oficio de 9 lições por sua alma os padres de Santo António e os de Nossa Senhora da Graça; e, ao outro dia, lhe fizeram os padres seculares (todos os que acharam presentes na terra) outro oficio e, por verdade, assinei / Frei Martim Dias Caldeira.
Assento 13 (Ibid., fl. 39v) - Ao derradeiro dia do mês de Abril de 1624, mataram Manuel de Matos e, segundo se disse, morreu de uma espingardada em companhia do senhor D. Pedro, cujo criado era. Foi confessado e ungido e morreu de morte apressada; não fez manda e jaz enterrado em Santo António. Disse-se-lhe missa de presente ao dia seguinte e, por verdade, assinei. /Frei Martim Dias.
(Comentário)
Assim finalizaram tragicamente as aventuras «galantes» em que D. Pedro de Meneses se envolvera, quer com raparigas solteiras quer com mulheres casadas da vila, sem atender ao seu estado e condição social.
D. Pedro, filho 2° de D. Constança de Távora e D. António de Meneses alcaide-mor e comendador de Santa Maria de Castelo Branco, vivera os primeiros anos na corte e, depois, andara embarcado nas Armadas, mas viera encontrar aqui o ambiente propício para satisfazer as suas inclinações «sentimentais» pelo sexo oposto... Com efeito, D. Pedro era ainda novo, usava o mesmo nome de seu 5° avô, o célebre conde de Viana e Vila Real (1° Capitão de Ceuta no reinado de D. João I) e, a princípio, muitos desculpavam-lhe os caprichos, sentindo-se honrados com a sua convivência ou gratos pela generosidade que demonstrava. Em breve, porém, começaram a tornar-se notórias e mal vistas algumas das suas aventuras amorosas, em especial as que houvera com D. Ana de Lucena e D. Ana de Almeida. A primeira pertencia a uma numerosa família de cristãos - novos, sendo casada com Duarte Rodrigues também da mesma nação; na ausência deste e sem o consentimento dela, sua irmã D. Isabel de Lucena facultava a D. Pedro a entrada da casa, favorecendo assim os seus «ilícitos e desonestos amores». A segunda era irmã de Simão da Silva de Almeida e ambos filhos do doutor João de Almeida, desembargador da Casa da Suplicação, que servira de provedor da Misericórdia (1615-1616) e juiz de fora de Castelo Branco; D. Pedro «conversava» com ela aproveitando a complacência do boticário Manuel Jordão e de sua mulher D. Maria Lopes, por cuja residência penetrava na contígua do pai de D. Ana «tirando umas tábuas do sobrado».
De tudo isto resultaram discórdias e ódios mortais, pelo que o desembargador Francisco Borges de Faria veio a Castelo Branco tirar devassa, em 1622, com o fim de pôr cobro a tão melindrosa e degradante situação; e, no ano seguinte, D. Pedro e D. Fernando de Meneses (seu irmão mais velho) recebem ordem para regressar à corte. E, então, sucede o inacreditável!.. A vila divide-se em dois partidos: de um lado, os que consideram benéfica e indispensável a saída dos dois fidalgos, pois sentiam-se vexados com as suas liberdades e prepotências; do outro, os que lhe são favoráveis. Estes últimos acabam por dominar a situação, levando a própria Câmara a fazer uma representação a Filipe III, datada de 7.5.1623, manifestando-se contrária à retirada de D. Fernando e D. Pedro de Meneses
fidalgos tão ilustres e de tanta consideração e importância, pois eram amparo e refúgio de todas as necessidades da gente pobre e miserável com as suas pessoas e rendas, despendendo-as com tanta caridade e liberalidade e fazendo amizade e concórdia em proveito comum do povo» e, igualmente, opondo-se à devassa dos dois irmãos por tal medida resultar da inimizade que lhes tinham o juiz de fora da vila e dois homens dela (Diogo Pais Freire e Simão da Silva de Almeida) e mais gente «apaixonada por questões e delitos que se poderiam castigar e remediar por outras vias». Efectivamente, o juiz de fora não subscreve este documento, nem as pessoas indicadas e outras mais, mas o certo é que os dois fidalgos permanecem na vila. Entretanto, D. Pedro mete-se em nova aventura, pois enamora-se de D. Maria de Mendonça filha de Antão da Fonseca Leitão, fidalgo da Casa Real e senhor do grande morgado de Oledo, o qual assistia havia alguns anos com a sua família na velha urbe albicastrense. Segundo vários autores, D. Pedro teria desonrado a jovem com promessas de casamento; outros referem que, andando a requestá-la, seus parentes o advertiram para «cessar nos amores e se queria casar com ela a pedisse ao pai». Em qualquer caso, a atitude de D. Pedro foi de afrontamento e esquiva pelo que, ferida na honra, a orgulhosa família dos Fonseca Leitão decidiu vingar-se e terminar de vez com a causa da sua vergonha. Assim, na noite de 30.4.1624, um grupo de vários homens chefiados por Manuel da Fonseca Leitão (irmão de D. Ana) emboscou-se junto aos muros do castelo, defronte da porta da Traição e, quando D. Pedro de Meneses cavalgava pelo caminho da Costeira, de regresso à Alcáçova, acompanhado por Bernardo da Silva Castelo Branco e Manuel de Matos (seu criado), atiraram sobre eles para matar!.. Era uma hora da madrugada. Apanhados de surpresa e antes de poderem ripostar, D. Pedro e Manuel de Matos foram atingidos cada um por 5 balas e Bernardo da Silva ficou com os três dedos principais da mão esquerda esfacelados. Alertados pelo ruído do tiroteio e gritaria, acorreram criados e alguns soldados da guarnição, que transportaram os feridos para o Paço da Alcáçova. Ali faleciam, no mesmo dia e depois de confessados e receberem a extrema-unção, tanto D. Pedro como o seu criado. Quanto a Bernardo da Silva sobreviveu aos ferimentos, permanecendo no castelo durante algum tempo sob os cuidados do médico e cirurgião Dr. Francisco de Luna (irmão do célebre Dr. Filipe Montalto).
Este dramático acontecimento provocou um verdadeiro estado de tensão na vila, pois o alcaide-mor D. António de Meneses tomou imediatamente as medidas indispensáveis para a captura e castigo dos implicados na morte de seu filho: fecharam-se as portas da fortaleza e cerca amuralhada; piquetes armados esquadrinhavam a terra e arredores, em busca dos assassinos; meteram-se na prisão algumas pessoas supostas cúmplices no atentado, entre elas os pais de Manuel da Fonseca Leitão e Simão da Silva de Almeida (o pai e a irmã deste ficaram detidos em casa). Durante três dias, os sinos das igrejas anunciam as cerimónias com o enterro das vítimas e a celebração de missas por suas almas. De Lisboa veio logo uma numerosa alçada presidida pelo desembargador João Pinheiro, que convoca e ouve testemunhas, entre as quais o Dr. Francisco de Luna; liberta os julgados inocentes, como o Dr. João de Almeida e seus filhos; e acaba por confirmar as suspeitas quanto ao envolvimento no caso da nobre família dos Fonseca Leitão. A alçada permanece bastante tempo na vila, recebendo ordenados elevados todos os seus membros. Assim: o juiz presidente, Dr. João Pinheiro, vencia 4 cruzados por dia; o meirinho Francisco do Vale e o escrivão Sebastião do Vale, 500 réis cada um, além de mais 12 homens a 100 réis e tudo ã custa da fazenda dos delinquentes. Enfim, a sentença é pronunciada em Castelo Branco, a 14.12.1624, sendo condenados todos os culpados não só em pesadas penas pecuniárias destinadas às famílias das vítimas e despesas com o processo, mas também aos mais severos castigos, que são logo executados na praça da vila e por forma simbólica, pois não se haviam capturado os criminosos. Assim: Manuel da Fonseca Leitão foi degolado em estátua ao pé do pelourinho e obrigado ao pagamento de 2000 cruzados a D. António de Meneses, 300000 réis aos irmãos de Manuel de Matos e 200000 réis para Bernardo da Silva; Francisco da Costa de Mendonça (seu tio, irmão da mãe) enforcado também em estátua e a igual indemnização; João Tavares, o «Castelhano» e Francisco Mayor, o «corta-focinhos», enforcados depois de decepadas as mãos no pelourinho; Francisco da Proença degradado até ao fim da vida para Angola, com baraço e pregão pelas ruas públicas; Manuel Vaz Alfaia e António Sanches em 5 anos de degredo para o Brasil. Quanto aos pais e irmãos de Manuel da Fonseca Leitão, que haviam ficado presos, foram condenados em 8 anos de degredo para o Brasil; a nunca mais viverem em Castelo Branco ou 10 léguas ao redor; e no pagamento de 4000, 200 e 100 cruzados, respectivamente, para os mesmos acima nomeados. Como os restantes réus andavam fugidos, Antão da Fonseca teve de suportar todas as penas pecuniárias, avaliadas em cerca de 25000 cruzados. No cumprimento da sentença partiu para o Brasil, onde morreram sua mulher e dois filhos, ambos solteiros e sem geração: a infeliz D. Maria de Mendonça e João da Fonseca, a quem mataram em Pernambuco. De regresso a Portugal, viveu os últimos anos em Oledo, aqui falecendo a 15.3.1651. Manuel da Fonseca Leitão, seu filho herdeiro, esteve hominizado muitos anos em Castela e passando a Roma ali tomou ordens menores. Por alvará de 20.4.1651, EI-Rei D. João IV deu-lhe licença para voltar ao reino, falecendo no Sabugal a 23.3.1673.
O Albicastrense

quinta-feira, agosto 06, 2009

O ENIGMA





É costume dizer-se: “No melhor pano caí a nódoa”

Pegando neste provérbio diria que nas obras junto ao largo da Sé, que recentemente tiveram honras de inauguração, também assim aconteceu.
Ou seja… inaugurou-se aquele complexo e alguém se “olvidou” da parede que a fotografia patenteia! 
(Será que esta parede é uma peça de arte e está em exposição!?)
Tal como aqui disse anteriormente, considero que a aposta feita pela nossa autarquia foi uma aposta ganha, porém, (e que me desculpem os responsáveis por estas obras), mas por mais voltas que de à cabeça não consigo descortinar o porquê desta parede, (foto 1), ter ficado neste estado...
Por problemas de dinheiro não terá sido certamente, pois o presidente da nossa autarquia, está constantemente a afirmar que a mesma se encontra bem de finanças e que se recomenda. Imagino portanto que só pode ter sido por falta de um projecto capaz para esta parede! 

Ora "Bigodes e Companhia" especialistas em projetos de paredes, resolveram fazer um anteprojeto e oferece-lo à nossa autarquia,
(foto 2), para uma possível implantação no local, até que a nossa autarquia resolva este delicado problema. Assim, como a dita casa já tem uma casa de banho construída em cima da nossa muralha, fica com duas: uma no primeiro andar e outra no rés-do-chão. É caso para dizer que de uma cajadada matamos dois problemas, perdão, dois coelhos.
Meus senhores, desculpem a franqueza deste albicastrense, mas inaugurar estas obras e deixar a parede naquele estado nem ao diabo lembraria tal diabrura. 

A continuação da parede naquele estado, ofusca o bom trabalho feito nesta zona e leva a que nos interroguemos sobre a capacidade dos nossos autarcas para resolver situações de dialogo, (proprietário da casa vs. câmara municipal).
Para terminar lembrava o slogan de um concurso agora em voga na TV:
"Soltem a Parede"… expressa Marco Horácio na Sic.
"Esta parede é uma vergonha"... Declara o albicastrense.

O Albicastrense

segunda-feira, agosto 03, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XX


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como foi publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Comentário do autor: Não bastava dizer-se que estava criado o celeiro comum ou “monte da Piedade” dos lavradores, era preciso pô-lo desde logo em condições de satisfazer ao fim para que fora criado e isso se fez. Com o “dinheiro dos Povos” compraram-no trinta moios de centeio e uma porção menor de trigo, que se não diz qual fora, até que: “a experiencia mostrasse se precizão de mayor numero de moyos ou a conservação daqueles com que principia”.
Comentário do autor: Mas faltava casa para recolher as sementes. Depois de algumas hesitações, escolheu-se para isso o próprio edifício dos Paços do Concelho, como se lê na acta:
Acta: “Para seu recolhimento destina a casa desta Camara como mais hábil para boa guarda e conservação destes fruitos e posta em lugar público que manifesta a todos o tempo e forma da sua destribuiçao”.
Comentário do autor: Mas os cereais recolhidos estavam sujeitos a quebras e era preciso acudir a isso para evitar prejuízos de maior ou menor vulto. Isso fez a Câmara, como se lê ainda na mesma acta:
Acta: “Os avences que lhe parecem mais moderados sam o de quatro alqueires por moyo e á proporção nas medidas mais pequenas.”
Comentário do autor: O depósito de trinta moios de centeio e da primitiva porção de trigo reconheceu-se pouco depois que não era suficiente, não chegava para acudir às necessidades da lavoura e por isso se foi aumentado sucessivamente o deposito, que logo no ano de 1783 subiu para quarenta moios de centeio e mais “um quarteiro de trigo”.
Também se reconheceu passado pouco tempo que a percentagem (os avances) de quatro alqueires por moio era pesado, e por isso se reduziu a três alqueires por cada sessenta ou seja cinco por cento. O lavrador que recorria ao celeiro comum pagava o cereal que lhe era emprestado por ocasião da colheita seguinte, pagando na mesma ocasião os três alqueires por moio, que serviam não só para cobrir as quebras, mas também para pagar ao mediador. O cereal emprestado e o recebido eram sempre medidos na presença dos vereadores ou, se estes não podiam assistir, pelo menos com a assistência do Juiz de Fora. Se o cereal em depósito não era utilizado pelos lavradores na sua totalidade na ocasião das sementeiras, vendia-se ao publico, para que nas sementeiras do ano seguinte a semente empregada não fosse já velha, dos anos atrasados, pois que o cereal novo era; “mais hábil para semearce e se conservar incorrupto”.
O celeiro comum dos lavradores, que durou mais de um século, prestou aos lavradores menos abastados óptimos serviços. Começou a decair com o estabelecimento do regime constitucional, com o aparecimento dessa beleza começou a decair o prestígio dos municípios.
Hoje restam apenas vagas recordações dessa bela instituição. Os lavradores que o utilizaram morreram e os de hoje, se não têm na ocasião da sementeira sementes em quantidade suficiente ou dinheiro para as comprar, recorrem aos empréstimos a juro que, quando Deus quer, chega a ser de quinze a vinte por cento. Podiam, actualmente, recorrer á Caixa Geral de Depósitos, que, como se sabe, faz empréstimos á lavoura a um juro módico; mas não estão para se ralar com o cumprimento das formalidades indispensáveis. Os nossos lavradores foram sempre assim e está-se a ver que, já agora, não mudam. Basta lembrarmo-nos de que nem sequer são capazes de unir-se para fazer funcionar capazmente o Sindicato Agrícola que foi fundado nas condições mais favoráveis que era possível desejar. Assim, a Caixa de Credito Agrícola, em que por cá se passou ficou em nada.
Em Julho deste mesmo ano de 1782 a Câmara;
Acta: “ atendendo a falta que há dos rendimentos do concelho para as suas despesas pois que alem de outras dividas em que está encarregado a participação deve á terça de Sua Majestade cento outenta e seis mil reis procedendo esta falta do ordenado das amas dos ingeitados”.
Comentário do autor: Deliberou, em sessão de 27 do mês citado, laçar sobre os povos do concelho uma finta de trezentos mil reis.
A finta que rendeu mais alguma coisa do que os 300.000 réis, foi distribuída pelos povos do concelho pela forma seguinte: Cidade, 70.000 réis; Salgueiro, 10.000 mil réis; Cafede, 20.000 réis; Alcains, 30.000 réis; Escalos de Cima, 20.000 réis; Louza, 30.000, réis; Mata, 10.000 mil réis; Escalos de Baixo 50.000, réis; Monforte, 60.000 réis; Malpica, 10.000 réis; Cebolais, 15.000, réis; Maxiais, 10.000, réis; benquerenças; 10.000, réis; Lentiscais, 3.000, reis; Retaxo 6.000, réis; Não sabemos se estas quantias eram arbitradas conforme a importância das povoações nesse tempo, se conforme as culpas de cada um no engrossamento do numero dos engeitados. Os vereadores é que o podiam dizer; mas não o disseram então e hoje já se lhes não pode pedir que o digam. Em sessão de 18 de Setembro de 1782, a Câmara,
Acta de 1782: “atendendo ao grandíssimo damino que exprimentão as creaçoes dos Gados pelos Lobos e reflectindo que nesta cidade e nas vizinhanças he tanta a multidão deles que em muitas partes se tem observado hua rez cercada de seis e sete Lobos… e ponderando que as montarias fazendo perder inúmeros dias aos Povos não tem conseguido demenuillos e que o único meio é premear condignamente a pessoa que os matar não sendo o bastante os quinze tostões que athá agora se davão conformando-se com a referida ordenação determina que o premio seja de três mil réis… E declarão que por Lobo piquenos se darão cinco tostões como determina a referida ordenação”.
Comentário do autor: Ainda não há muito, as Câmaras davam um tanto a quem apresentasse uma pele do lobo, provando assim que tinha abatido um desses bichos daninhos animais. Perdeu-se o costume, porque os lobos foram de tal modo rareando que todos se consideravam extintos. Mas agora os lobos vindos não se sabe de onde, (talvez da Rússia!.. onde até os lobos se sentam pouco á vontade com a fraternidade praticada por Staline e pelos outros “camaradas”), são numerosos por ai a causam prejuízos avultados nos gados. Renovada a causa que o originou, porque se não há-de renovar o costume? Quer-nos parecer que, se se dessem prémios de relativa importância a quem provasse ter abatido um lobo, perseguição a tão daninhos bichos acentuar-se-ia de tal forma que em pouco tempo não se lhe conheceria mais que o nome por tradição e a forma pelo desenho.
Em 1782 davam-se três mil réis a quem provasse ter abatido um lobo.
Façam-se contas. Quanto valem hoje os três mil réis de 1782? Cento e cinquenta escudos? Garanta-se um premio deste valor a quem mostrar que realmente matou um lobo e verão como aparece quem de boa vontade se atire á caça do bicho.
(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
Modificar, emendar ou alterar estes artigos seria na minha perspectiva um insulto ao seu autor.
O Albicastrense

sábado, agosto 01, 2009

A NOSSA ZONA HISTÓRICA


UMA JANELA DE 1659
A zona histórica de Castelo Branco é como todos nós sabemos um local onde a qualquer instante podemos ficar de olhos esbugalhados, ou de boca aberta perante a descoberta de mais uma pequena preciosidade. Na minha última visita e esta zona, mais uma vez isso aconteceu!
Ao entrar pela antiga rua do Saco, reparei na existência da uma bonita janela que até então nunca tinha reparado. A casa a que esta janela pertence, tem frontaria para a rua de Santa Maria e traseiras para a antiga rua do Saco e foi restaurada há alguns anos, para servir de galeria de arte que infelizmente fechou portas pouco tempo depois.
Curiosamente visitei por várias vezes esta galeria e nunca me apercebi da existência desta linda janela. Das muitas interrogações que poderíamos colocar em relação a esta janela! Escolho uma:
Estará esta janela no seu local de origem?
Ou terá sido ali colocada posteriormente!

Tem gravado no seu granito a data de 1659. Trezentos e cinquenta anos depois a velha janela contínua presente na nossa zona histórica. Porém duvido que alguém nos possa contar um pouco da sua história.
Em época de eleições para a nossa autarquia, lançava aqui um desafio aos seus futuros responsáveis.
Desafio! Sonho… ou tolice de alguém que por vezes gosta de sonhar!? Deixem-me acreditar…
Que os futuros responsáveis se responsabilizem pela constituição de uma comissão de pessoas, competentes e capazes para fazerem um estudo sério sobre a nossa zona histórica. Comissão que poderia ainda levar á avante as seguintes acções.
1 - Recolha de toda a documentação dispersa sobre a referida zona, (sem quais queres preconceitos de autores).
2 – Sinalização topográfica de todos os portados quinhentistas da nossa zona histórica, para que de futuro qualquer obra a fazer nesta zona não possa pôr em causa qualquer portado.
3 – Sinalização topográfica de todas as inscrições, brasões, cruzes e janelas como a que descrevi no inicio.
4 – Um estudo toponímico dos nomes das ruas e qual a razão que terá levado a que esse nome fosse dado á rua.
5 - Um estudo rua a rua, sobre as casas ali situadas para se saber quais as que podem e devem ser urgentemente recuperadas.
Estes são apenas uma mão-cheia dos muitos estudos que esta comissão poderia desenvolver, em prol da na nossa zona histórica.
Como “o sonho comanda a vida” vamos acreditar que um dia destes, alguns dos nossos eleitos se irão lembrar que estudar e dar a conhecer o nosso passado, é tão ou mais importante que uma pilha de obras feitas na nossa cidade.
O Albicastrense

CCCCB, DEZ ANOS APÓS A SUA INAUGURAÇÃO

  UM EDIFÍCIO QUE DEVIA SER MOTIVO DE ORGULHO PARA A TERRA ALBICASTRENSE, ESTÁ COMO AS IMAGENS DOCUMENTAM.  QUEM PASSA À SUA PORTA E OLHA P...