domingo, abril 29, 2012

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - LIX



A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).

O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.

(Continuação)
Nesta sessão de 18 de Abril aparece-nos isto, que não deixa de ser curioso:
Foy apresentada huma carta precatoria do Doutor Corregedor desta Câmara que serve de Superintendente das Cautellarias em que declara, que por haver falta de algumas Egoas obrigadas da lista nesta cidade e Alcains requeria que averiguando as pessoas mais abonadas que pudessem contribuir com o mesmo encargo delas se fizesse relação que se lhe remeteria”.
E a seguir lá vem a relação das pessoas mais abonadas.
A primeira chamava-se Manuel Marques Simões, mas não se percebe a quanto montavam os seus haveres, porque sobre as linhas donde isso constava caiu água ou coisa que o valha, o que fez desaparecer por completo as letras.
A segunda pessoa era “Filipe Severino de Oliveyra” e atribui-se-lhe a fortuna de dez mil cruzados.
A terceira chamava-se Álvaro de Azevedo, que “pela fazenda que tem nesta cidade”, tinha nada menos de “sincoenta mil cruzados”.
A quarta era de Monforte. Era o Capitão Miguel Dias Lopes “com quatro mil cruzados em bens de raiz”.
A quinta era Francisco Lopes Raposo, “o velho, com cincoenta mil cruzados nos ditos bens”.
A sexta era “Matheus Lopes Clemente, de Escalos de Baixo, com quatro mil cruzados dos ditos bens”.
A sétima era “Dom João Rodrigues Mozinho Topete de Castello de Vide, do Monte de São Luiz que tem no limite do dito lugar (Escalos de Baixo) vinte mil cruzados”.
E não se indicava mais nenhuma pessoa abonada. Possuíam alguma coisa, vamos lá, porque é preciso atender ao valor da moeda na época. Em todo o caso, depois disse formaram-se por aqui fortunas muitíssimo maiores em bens de raiz.
(Continua)

PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

sexta-feira, abril 27, 2012

TIRAS HUMORÍSTICAS - XCII



BIGODES & COMPANHIA

O jornal “Povo da Beira” dedica esta semana parte da sua página: “Destaque” ao PSD local.
A dupla “Bigodes & Companhia”, sempre à espera de meter a língua em seara alheia, aproveita uma das declarações para se meterem com a rapaziada do PSD de Castelo Branco.

O Albicastrense

quarta-feira, abril 25, 2012

25 DE ABRIL DE 2012


25 DE ABRIL SEMPRE

Numa altura em que muitos portugueses, estão de malas aviadas  para procurar novos rumos para si e para os seus, interessa recordar aqui (hoje 25 de abril), se foi para isso que os capitães de abril, deitaram abaixo o velho e caduco regime fascista. Para os que partem, este albicastrense só pode mesmo evocar uma velha canção (mas infelizmente ainda atual), de Manuel Freire.

Ei-los Que Partem

Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos

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Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados

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Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá de longe
onde o suor
se fez em pão
virão um dia
ou não

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O Albicastrense 

terça-feira, abril 24, 2012

AOS VELHOS CEDROS


UM ANO DEPOIS....
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Faz hoje um ano, postei neste blog o poste que se segue:
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Tal como aqui anunciei, realizou-se hoje a anunciada “acão simbólicaproposta por este Albicastrense.
Acão simbólica que tinha por tema: “Quarenta Albicastrenses presentes na praça do Município, pelos quarenta cedros abatidos na Sra. de Mércules.
Estiveram presentes na Praça do Município, não os quarenta albicastrenses pretendidos, mas apenas seis... Poderia dizer que independentemente dos poucos albicastrenses presentes se tratou de uma vitória, tal com fazem os políticos quando pretendem transformar derrotas em vitórias.
Poderia igualmente afirmar que o número de pessoas presentes nesta ação não era o mais importante, o mais importante seriam os motivos que lavaram à tomada da posição.
Poderia apresentar mil e uma razões para justificar a pouquíssima adesão dos albicastrenses, e tentar enganar deste modo algumas pessoas menos atentas e enganar-me a min próprio.
Porém, não vou por aí! Vou antes, argumentar que este albicastrense talvez estivesse a sonhar acordado, quando pensou que a sua pobre escrita seria capaz de mobilizar 40 corajosos albicastrenses, para lutar por uma causa justa e nobre.
Talvez esta seja a verdade! Porém, tal como alguém disse um dia: “o sonho comanda a vida. Também este albicastrense sonha! Sonha que “talvez” um dia os albicastrenses se voltem a enamorar da sua terra e a defendam com unhas e dentes, contra atitudes burras e despropositadas, como a do corte dos velhos cedros na Sra. de Mércules.
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Um ano depois, confesso que ainda não consegui percorrer o terreno onde os velhos cedros estavam, não sei se por burrice minha, ou por ainda não ter conseguido digerir a monstruosidade do corte dos velhos cedros.
A pergunta que este albicastrense aqui deixa, só pode ser uma: Serão os albicastrenses algum dia, capazes de lutarem e se manifestarem em defesa da sua terra?
Na esperança de que um “qualquer dia” isso possa acontecer, aqui fica a letra de uma velha canção (mas sempre atual), de José Afonso.

QUALQUER DIA
No inverno bato o queixo
sem mantas na manhã fria
No inverno bato o queixo
Qualquer dia
Qualquer dia

No Inverno aperto o cinto
Enquanto o vento assobia.
No inverno aperto o cinto
Qualquer dia
Qualquer dia

No Inverno vou pôr lume
Lenha verde não ardia.
No inverno vou pôr lume
Qualquer dia
Qualquer dia

No Inverno penso muito
Oh que coisas eu já via
No inverno penso muito
Qualquer dia
Qualquer dia

No Inverno ganhei ódio
E juro que o não queria
No inverno ganhei ódio
Qualquer dia
Qualquer dia
O Albicastrense

quarta-feira, abril 18, 2012

JARDIM DO PAÇO

UM POEMA AO JARDIM DO PAÇO - (1974)



Poema publicado na revista “Estudos de Castelo Branco”, de 1 de Outubro de 1974.

O Albicastrense

segunda-feira, abril 16, 2012

ARMAS DE CASTELO BRANCO


Em sessão de 11 de Janeiro de 1928, na Associação dos Arqueólogos Portugueses, foi aprovado o seguinte parecer apresentado por Afonso Dornelas à  Secção de Heráldica daquela agremiação:
Em papel timbrado com um castelo de prata em escudo vermelho encimado por uma coroa de Duque, recebeu a Associação dos Arqueólogos o seguinte ofício:

 Exa-ma Associação dos Arqueólogos Portugueses.

Desejando a Câmara da minha presidência mandar fazer um vidral com um escudo de Armas da cidade de Castelo Branco, venho pedir a V. Ex.  a fineza de me informarem quais as cores e outras indicações que a abalizada opinião de V. Ex. as  entender dar.
Castelo Banco 21 de Fevereiro de 1927. O Presidente. José Severino

Existem de longa data as Armas de Castelo Branco, havendo porém divergências dos diversos estudiosos do assunto, nos esmaltes a empregar. Uns dizem que as Armas constam de um castelo de ouro em campo vermelho, outros, de um castelo de prata em campo azul.
Parece-nos que, segundo as boas regras da Heráldica, não está certa qualquer das opiniões. O campo deve ser vermelho e o castelo de prata e julgamos isto porque, naturalmente, se a cidade se chama Castelo Branco ninguém pensaria num castelo amarelo. A prata é substituível por branco e o ouro por amarelo.
Depois o vermelho é cor de primeira ordem e indica guerras, ardis e vitorias; e o azul é cor de segunda ordem e indica caridade e lealdade. Castelo Branco deve grande parte da sua história à Ordem do Templo e depois à de Cristo que não consta que tivesse ali qualquer estabelecimento da caridade. A entrega daquelas paragens a estas Ordens Militares foi com o intuito de se fortalecerem e de defenderem  a região anexa às respetivas fortificações.
Se na Heráldica não houvesse um esmalte para indicar os fins guerreiros, como é o vermelho, então iríamos buscar o azul como representativo de lealdade. Vejamos, portanto como aconselhamos a cidade de Castelo Branco a esmaltar as suas antigas Armas:
De vermelho com um castelo de prata aberto e iluminado de negro. Coroa mural de cinco torres de prata por ser cidade e, pelo mesmo motivo, bandeira quarteada de branco e de negro por serem assim os esmaltes da peça principal das Armas. Por debaixo do escudo, uma fita branca com letras pretas.
A coroa de Duque, que têm usado as Armas de Castelo Branco, é um grande erro, pois que as cidades e as vilas têm a sua coroa mural privada, que tem cinco ou quatro torres, conforme se trata do primeiro ou do segundo caso. Esta coroa mural, composta de torres e panos de muralhas, representa a fortificação que defendia na antiguidade as cidades e as vilas. O número de torres que foi adoptada é destinado a diferençar se é cidade ou vila. Afonso Dornelas
Dados: Manuel Tavares dos Santos, "Castelo Branco na História e na Arte”, Porto, 1958.
PS. Perante esta carta, uma questão se coloca: Foi este vidral feito? 
Se foi, onde está ele actualmente? 
O Albicastrense

sexta-feira, abril 13, 2012

O HYPÓLITO COMENTA - I



Um cartoon é como todos sabem, um desenho humorístico acompanhado ou não de uma legenda de carácter extremamente critico, retratando de uma forma mais ou menos sintetizada, algo que envolva o dia-a-dia de uma determinada sociedade.
Entre 1971 e 1975 o antigo jornal “Beira Baixa”, publicou um, que tinha por título: O Hipólito Comenta.
Quarenta e um anos depois da publicação deste cartoon e, independentemente de correr o risco daqueles que visitam este blog, não compreender ou achar pouca graça ao boneco que criticava ou brincava com os acontecimentos da época em Castelo Branco.
Vou postar aqui, alguns desses bonecos regularmente por entender que eles são realmente muito interessantes. Sobre o autor deste cartoon, apenas sei (como se pode ver no boneco), que ele assinava os mesmos com a letra “R”.

Ps. Se alguém possuir informação sobre o autor deste cartoon, agradecia que a deixasse na caixa de comentários.
O Albicastrense

quarta-feira, abril 11, 2012

ALBICASTRENSES ILUSTRES - XXVI

AFONSO DE PAIVA
Afonso de Paiva, foi natural de Castelo Branco e filho de Pedro Vaz, escrivão dos direitos reais dos judeus daquela vila, em tempo el-rei D. Afonso V, e de sua mulher Maria Gil de Paiva.
Ali viveu casado com Mércia Vaz, de quem não houve geração, sucedendo a seu pai no referido oficio, que lhe confirmou D. João II, por carta passado em Santarém a 8 de Dezembro de 1485.
Foi também escuteiro de Rui Mendes de Vasconcelos, que fez parte do Conselho de D. João II e foi alcaide e fronteiro-mor de Penamacor nas guerras de D. Afonso V e depois capitão de Ceuta, onde resistiu ao forte cerco do rei de Fez. É natural que nestas lides o tivesse acompanhado Afonso de Paiva, de espírito arguto, assimilando facilmente o castelhano e o árabe, adquirindo assim aqueles atributos que maior influencia tiveram talvez no animo de D. João II, ao escolher os homens que haveriam de levar a cabo no seu projecto de saber novas da Índia, por terras através de um rei cristão, o lendário Preste João. Desta empresa foram encarregados Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã, que partiram no dia 7 de Maio de 1478 de Santarém, onde o rei se encontrava com a sua corte. De Lisboa seguem para Valência e dai, talvez por mar, para Barcelona, onde chagam a 14 de Junho do mesmo ano. Embarcam então para Nápoles e, seguidamente, dirigem-se à ilha de Rodes.
Aqui são acolhidos por dois portugueses, freires do Hospital, que os aconselham a disfarçar-se de mercadores de mel. Deste modo chegam a Alexandria, onde estiveram quase a morrer, pois foram atacados por febres.
Apenas melhoraram dirigiram-se ao Cairo e, adoptando trajes muçulmanos, juntam-se a uma caravana de mercadores mouros, que acompanham até Adem, na entrada do mar Vermelho.
Separam-se então. Pêro da Covilhã vai para a Índia, ao passo que Afonso de Paiva segue para a Etiópia. Combinam, porém encontrar-se no Cairo mas, quando Pêro da Covilhã depois de viajar pelas costas ocidentais do Indostão regressa àquela cidade, encontra noticias da morte do seu companheiro, pelo que se dirige à Etiópia, onde é bem recebido pelo Imperador que, no entanto não lhe consente o regresso à Pátria.
Um ano antes da partida para esta aventura, sucintamente descrita, D. João II, atendendo aos serviços de Afonso de Paiva, havia-lhe feito a mercê de 1.500 réis de tença, conforme ficou registado na chancelaria daquele rei:
D João, etc.,. a quantos esta nossa carta vierem saber que, querendo nós fazer graça e mercê a Afonso de Paiva esguardando ao serviço que nos tem feito havemos por bem e queremos que desde o primeiro dia do mês de Janeiro que ora passou deste ano presenta de 1486 em diante, em cada um ano enquanto até que morto for, ele tenha esta tença de 1.500 réis brancos. E porém (por isso) mandamos ao veador da nossa fazenda que lhe mandem assentar os ditos dinheiros em nossos livros e dar em cada um ano per luguar aonde deles esta usamos paguar. Data em o nossa vila de Santarém a 14 dias de mês de Março.  António Carneiro a fez, ano de 1486".

Dados recolhidos na obra: Figuras Ilustres de Castelo Branco”, de Manuel da Silva Castelo Branco,
O Albicastrense

segunda-feira, abril 09, 2012

COLCHAS DE CASTELO BRANCO



SIMBOLOGIA - III

São conhecidos e corretamente empregados os símbolos, que aparecem nas colchas de Castelo Branco.
 GALO
Nas colchas de Castelo Branco lá está o galo impante, no meio pano, bem emplumado e policrómico, adaptado dos pavões e aves do paraíso dos modelos orientais.
Não admira a sua aparição, nas colchas feitas pelas noivas. Elas destinavam-se a cobrir a cama dos noivos na festa dos esposais.
O galo, símbolo viril, estende-se aos rifões de clara lição familiar: “Em casa de Gonçalo, manda mais a galinha que o galo”.
(Luís Chaves)
O Albicastrense

sexta-feira, abril 06, 2012

BAIRRO DAS VIOLETAS


As imagens que se podem ver neste post, foram captadas na nova zona verde, criada pela autarquia albicastrense, no Bairro das Violetas.
Como albicastrenses que sou, não posso deixar de dar os parabéns aos responsáveis pela sua construção, pois a partir de agora os albicastrenses moradores neste bairro e dos bairros ali próximos, dispõem ali dum local excepcional para poderem conviver e praticar exercício.
Como morador no Bairro do Valongo, não posso deixar de dizer que senti alguma raiva dentro de mim, quando ali captei estas imagens.
Malquerença motivada pela desigualdade de tratamento dos bairros da minha terra, por parte da autarquia albicastrense.
Malquerença motivada por constar, que nem todos os albicastrenses são respeitados da mesma maneira pela sua autarquia.
Malquerença motivada por morar num bairro com mais de trinta anos, onde ainda existem passeios que nunca foram arranjados.
Malquerença motivada por morar num bairro onde os espaços verdes, são miragens para o ano 2100.
Malquerença motivada pela promessa de requalificação urbanista do bairro onde reside, mas nunca cumprida.
Malquerença motivada pela falta de todas e mais algumas condições essenciais, para que o Bairro do Valongo, seja não o bairro bastardo da minha terra, mas antes um bairro de pleno direito da terra albicastrense.
Podia continuar com os desabafos, porém vou ficar-me por aqui, senão a malquerença ainda me sobe à cabeça e acabo por ter um clique...
O Albicastrense

quarta-feira, abril 04, 2012

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - LVIII


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.

(Continuação)
A sessão que se segui à de 25 de Janeiro de 1792 realizou-se em 12 de Fevereiro.
Estávamos à espera de ver aparecer nela o “Thesoureyro do Conselho” para prestar contas, mas ficamos logrados. O bom do homem apareceu, é certo; mas em vez de aparecer para dar contas, apareceu para dizer à Câmara que nem um vintém tinha para pagar às amas dos enjeitados e por isso, se lho não arranjassem sem demoras, “não podia continuar os pagamentos das mesmas creaçoens”.
A Câmara achou que o Sr. Manuel António de Carvalho (era esta a sua graça do tesoureiro) tinha carradas de razão e por isso lançou sobre os povos da “cidade e seu termo” mais uma sisa de 300.000 réis.
Não foi preciso muito tempo, como se verá, para que este dinheiro se acabasse, porque o número de enjeitados crescia de mês para mês que era mesmo uma pouca-vergonha e por isso mesmo as sisas eram quase o pão nosso de cada dia. Nesta mesma sessão houve reunião da Nobreza e Povo de Escalos de Baixo. Na acta consta o seguinte:

para effeito de responderem a dous Requerimentos de Joaquim Fernandes Mateiro do mesmo lugar de Escallos de Baixo que fez a Sua Magestade pelo Dezembargo do Paço em que pede Provizam para poder tapar hum pequeno bocado de Terra sua propria que tem no sitio da boraloza e vale das Colomeyas lemite do mesmo lugar o qual requerimento veyo a informar ao Doutor Corregedor desta Comarca que o deregio a esta Camara em Precatoria.
E o outro requerimento para poder meter huma serventia dentro em hum Quintal que tem no sitio de Nossa Senhora das Neves toãbem sua propria cujo requerimento veyo a informar ao Doutor Provedor desta Comarca que tãobem o deregio a esta Camara em Precatoria ambas para effeito de se ouvir o mesmo Nobreza e Povo que sendo presentes lhes forão lidos os referidos requerimentos nas mesmas Precatorias por formaque bem entenderão. E pelo respeito a tapada do bocado de Terra no citio das Colomeyas responderão que ellas convinhão no requerimento do Suplicante e que este era lavrador e havia nescessidade do tapume para sustento de seus Gados sem os quais não podia continuar a lavoura. E pelo que pertençe à serventia responderão, que suposto o pedasso que o Suplicante pertende tapar seja conselhio não causa prejuizo algum ao publico sendo certo que nem o Conselho nem o publico recebem dele utelidade alguma”.

E a seguir lá aparecem as assinaturas da Nobreza e Povo de Escalos de Baixo. São treze as assinaturas, das quais oito de cruz. Os cinco que assinam com o seu nome chamavam-se (respeitamos-lhes a ortografia): “Felipe Gomes Marujo, Manoel Esteves Barrozo, Joze Gonsalves Rosa, Agostinho João Fg. e Simam Gomes Lazaro”.
Em seguida a Câmara abundou nas mesmas ideias da Nobreza e Povo e disse que:

atentida a grande nescessidade que há de Tapumes e a grande utelidade que delles segue não só a cada um dos particulares que os pertenda tapar mas ao publico sendo este o unico meyo porque se podem conservar as lavouras que convinhão nos requerimentos dos Suplicantes”.

Andou com sorte o Sr. Joaquim Fernandes Mateiro. Não só obteve deferimento da sua pretensão quando ao tapume no que era exclusivamente seu, mas até consentiram que ele tapasse um pedaço de terreno concelhio.
Com certeza tinha lâmpada acesa na casa da Meca.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

segunda-feira, abril 02, 2012

DO POETA PARA UM HOMEM BOM


Para um grande albicastrense que neste momento atravessa problemas de saúde, aqui fica este seu belo poema para lhe dar força, força para que ele possa continuar a presentear-nos com a sua presença física, por muitos mais anos.

Registe ao que lhe chega
inesperadamente,
como um trovão que rasga a noite além,
como um compasso dissonante rude,
resiste embora saiba
que à sua frente não há ponte firme
que possa atravessar.
Sendo grande o receio,
resiste, ainda que lhe gele o coração,
a gestos a palavras,
a actos consumados,
apesar de na face
as rugas penetrarem mais profundamente.
António Salvado
O Albicastrense

domingo, abril 01, 2012

VELHAS IMAGENS DA MINHA CIDADE – XXIV


O passatempo “Velhas imagens da minha terra”, tem para identificar desta vez, uma imagem bem bonita e interessante.
Esta imagem, mostra-nos um local que não é difícil de identificar, pois o local ainda hoje se parece muito com o que a imagem nos mostra, independentemente dos muitos anos passados.
A pergunta que aqui deixo desta vez, não tem a ver com o local (pois ele é óbvio), mas antes com a festividade que a imagem nos mostra.            
 Que festejos documentam esta imagem?

Não podia ser mais fácil!... Não sabe? Ai estes Beirões que não conhecem a história da sua terra.

PS. Tal como das outras vezes, as respostas certas só serão publicadas dois ou três dias depois, para que todos possam responder.

O Albicastrense 

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...