quinta-feira, julho 19, 2012

CENTRO COORDENADOR RODOVIÁRIO DE CASTELO BRANCO


Este blog não é unicamente um local, onde o seu autor opina sobre o que vai acontecendo de bom e de mal em Castelo Branco, mas também um sítio aberto, a todos aqueles que queiram opinar sobre o que se vai passando na terra albicastrense.
Infelizmente (independentemente das mais de 250.000 mil visitas,) isto não tem acontecido. Na falta de tal, vou aqui colocando trabalhos recolhidos em jornais da terra albicastrense, e (o caso que aqui trago desta vez) no Facebook.
Ao David Miguel, autor do trabalho que li e "rapinei" no Facebook para este blog, este albicastrense só pode mesmo dizer; MUITO BEM-HAJA pelo seu trabalho.
O trabalho de David Miguel tem entre outras virtudes, a capacidade de nos pôr a pensar sobre este projecto, e levar-nos a perguntar, se os albicastrenses só servem para votar num marmanjo qualquer e ele depois que resolva o que tem a resolver, ou se pelo contrário, não deveriam ter um palavra sobre as grandes obras na sua terra.
Centro (Des) Norteado de Transportes 
Durante semanas tentei convencer-me de que não valia a pena criticar o projecto do novo Centro Coordenador de Transportes (CCT) anunciado, de que não interessava o Como ou Porquê, uma vez que era mesmo urgente.
Porém, a pertinência do texto (de uma leitora) na edição anterior sobre este tema impediu-me de continuar indiferente para este erro de planeamento urbanístico, muito pouco conveniente para o interesse público. Quando tanta "cabecinha pensadora" consegue finalmente chegar a uma conclusão, fá-lo erradamente, nomeadamente sobre a localização e projecto do novo CCT de Castelo Branco. Poderei até estar completamente errado no raciocínio, mas permita-se à consciência apresentar 10 argumentos para tal:

1) O argumento de que "se deve manter o CCT no centro da cidade" é uma lamechice política e incongruência, sobretudo porque o centro da cidade é de difícil acesso e tal que contraria todas as tentativas da CMCB em afastar o trânsito do  centro da cidade, que a levou a construir um túnel, e a fazer da circulação automóvel no centro um caos incompreensível ao comum dos automobilistas.

2) A incoerência estratégica do Executivo, pois construiu duas variantes circulares à cidade a terminar do lado oposto da via férrea: Via Circular Interna, que liga ponte da Carapalha à Quinta do Socorro, e a Variante Externa que liga a Zona Industrial (N3) à estrada de Malpica.
Ainda assim, ignora este gigante pormenor e prefere colocar a nova infra-estrutura do lado oposto da "barreira física" ferroviária. Ou será que serviram apenas para desviar a atenção dos camiões de lixo Bizarro que faziam estremecer prédios e a própria ponte da Carapalha? Iremos agora estar sujeitos a um novo tipo de veículos a fazer ressonância na ponte (nova ou actual)?

3) O reforço da incoerência, ao afirmar que o acesso se deve fazer pelo centro por ser mais útil, quando do lado oposto tem 3 estradas de via dupla em cada sentido (12 faixas de rodagem para acesso): 4 faixas na Via Circular Interna do Barrocal, 4 faixas na Avenida da Carapalha, 4 faixas na Avenida do Brasil. Isto, sem incluir as ciclo-vias, obviamente.

4) Não faz qualquer sentido obrigar os autocarros a atravessar a ponte ou vir por dentro da cidade, atendendo aos acessos enunciados no Ponto 3. De tal modo que talvez fosse desnecessária uma nova ponte, e mais simples usar o túnel já construído pela Refer, e que foi de seguida soterrado, o que permitiria poupar alguns milhões de euros públicos

5) Não acreditar no futuro da cidade, escolhendo o projecto que tem espaço para 10 autocarros, em detrimento de outro que contempla 15. Deveremos então acreditar que são falaciosas todas as vontades demonstradas na promoção turística da Região pela autarquia? Ou pelo menos isso não demonstra.

6) Inexplicável o fetiche da autarquia pelos estacionamentos subterrâneos, provavelmente descontrolado. Argumentar que são necessários 120 lugares naquele local, quando a menos de 50 metros (detrás da Segurança Social) recentemente construiu centenas de parqueamentos, a somar aos do parque do Call Center (pertencente à autarquia, logo depois da ponte) é a prova de redundância e desapego aos orçamento comedidos. Além disso, lançar tanto dinamite na proximidade dos prédios da Quinta das Pedras é não respeitar as construções com mais de 50 anos daquela urbanização e oferecer uma tela de fissuras aos proprietários.

7) Afirmar que colocar o CCT deste lado apoia o planeamento urbanístico, é algo que só lembra a um político que nunca falou com um entendido no tema. A mancha de betão que circunda aquela zona da cidade, apenas abonada por parque infantil e ringue de futebol, bem fazia merecer um espaço verde contiguo. Além disso, do lado da Carapalha, já existe uma Zona de Lazer e a proximidade da zona agrícola protegida da APPACDM, fazendo um balanço bem mais justo entre o cinza e o verde.

8) Basta passar pelo local para perceber que o espaço é limitante para uma infra-estrutura do tipo, que se quer moderna, versátil e ampla, pode servir para estacionar autocarros, mas as manobras não serão de todo facilitadas, e não é preciso engenheiro para perceber isso. Além disso, a autarquia já construiu duas rotundas do outro lado, que poderiam facilitar em muito o trânsito, em vez de sobrecarregar a rua da Estação, uma das mais movimentadas da cidade.

9) Estando num país democrático, os contribuintes deviam ser ouvidos. A autarquia não deveria limitar-se a plantar as decisões na comunicação social, para dar a imagem pública de inevitabilidade técnica, mas procurar consensos. Perceber as opiniões dos profissionais rodoviários, dos moradores, dos albicastrenses.

10) Numa fase de tanto desemprego e restrições ao orçamento das famílias, devia-se procurar o projecto mais económico, ou pelo menos com melhor relação custo/benefício, pois quem vai pagar não é o Executivo, mas os contribuintes através dos seus impostos. Coloque-se dinheiro na economia reprodutiva, e não preferencialmente na megalomania das infra-estruturas; promova-se o Crescimento, indo além das caras palavras do fervor mediático.

Em suma, não será muito pedir aos decisores políticos, ao Poder Local para ser mais coerente nas explicações que dá aos cidadãos, e pedir que não limite a Democracia do poder local a um gabinete de arquitectos, como tem sido tão frequente na nossa cidade. Que não fiquemos todos convencidos de que não haviam melhores opções, e depois gastar mais dinheiro para corrigir os erros, o que não tem sido inédito. Que se pense além da obra, que se pense na cidade!
PS. Você visitante, pode agora opinar sobre as palavras de David Miguel. 
O Albicastrense

12 comentários:

  1. Anónimo21:41

    Prá Idanha Volta
    Tás perdoado
    Por Terras Albi
    Chega
    Basta
    Nem a votos
    Referendas permanência ?
    Nem santa teresa nem JC
    te absolve
    ja estoiras-te de mais
    e Fábricas ?
    nem uma de verdade ?
    call centras
    Não Obrigado
    escova não obrigado
    Um
    Diabinho negro
    arrumei as cadeiras todas
    e tenho canudo

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  2. Pois que volte para as terras de Idanha ,porque para além de ser a sua e minha terra ,nós gostamos muito de o ter por lá . Depois não esqueça o anónimo que nem versejar sabe , o nosso povo diz : "atrás de mim virá quem de mim bom fará "!!!Por isso aguardemos que ainda o havemos de ouvir em lamentações por aquele que agora crítica sem rei nem roque ....esse é o seu mal!!!
    Que me perdoe o amigo "Albicastrense " o ter-me metido a responder a um comentário feito no seu blogue . Todavia e , sempre assim o faz , agirá como melhor achar.
    A Idanhense /albicastrense
    Quina

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  3. Amiga Idanhense.
    Não tem que pedir desculpa por estar a dar a sua opinião, mesmo que seja em resposta a um comentário.
    Aqui que ninguém nos lê, também eu lhe digo, que independentemente das criticas que por vezes lhe fiz, (e continuarei a fazer se for necessário), dificilmente virá quem faça melhor que ele.
    Um abraço.

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  4. Bom dia,

    1) De facto só o pormenor de continuar a contruir no meio da cidade, não faz qualquer sentido. Continuamos a sobrecargar zonas com muito trâfego e o custo dos terrenos, numa possível venda, ou para construção de espaços lúdicos, e parece-me assim um ponto a favor. E "quiçá" poderíamos ter um novo Shopping... Bem precisamos para dar cabo dessa palermice do comércio tradicional de uma vez por todas. E se nos grandes centros se procede desta forma, porque estaremos nós a "inventar"?

    5) Gostei do aumento de 15 para 10. Vamos em frente com este progresso!

    6) Parques subterrâneos protegem os carros do sol e da chuva. Com a crise, não podemos correr o risco de estragar os Fiat Puntos e Peugeut 206s que andam por aí! Mesmo que custem 1000 vezes mais a construír. Avante com o progresso, caraças!

    9) Desde quando estamos num país democrático? Quando um tuga vota é para não ter de pensar muito quando existirem decisões a tomar. Que sejam os senhores licenciados e o sr. Relvas a pensar nisso. O sistema actual tem funcionado, e os politicos têm tomado tão boas decisões ao longo dos tempos. Crise? Isso é devido ainda a vestígios de democracia. O governo está a tratar disso. E porque ainda não estamos a avançar com o progresso?

    10) As explicações aos cidadãos são dadas através deste tipo de Blogs. "O Albicastrense" é na verdade o Sr. Mourão e esta é a forma que encontrou para divulgar as novidades aos restantes albicastrenses. Nunca me enganou e parece-me uma inovação tecnológica ao nível do Sr. Hugo Chavez. Duas palavras apenas: "Pro - gresso"!

    Sr. Albicastrense, continua a ter o meu voto! Continue com o bom trabalho!

    Cumprimentos,
    João Bispo.

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  5. João.
    O trabalho de David Miguel, deveria ser visto como um bom contributo em defesa de Castelo Branco, e nunca como algo incomodativo para quem quer que seja.
    Quem não conseguir distinguir essa diferença, é porque está demasiado dependente ou entranhado no sistema, e só vêem mesmo o seu umbigo.
    Bem-haja pelas tuas palavras.

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  6. Carlos Vale02:21

    Grande parte dos arquitectos e técnicos de planeamento urbano e de mobilidade que estudaram, investigaram, escreveram e publicaram, nomeadamente os autores do Plano Estratégico de Castelo Branco, que como sabemos, foi o documento mais discutido pelas forças vivas de Castelo Branco, foram de opinião que um dos grandes erros praticados, senão o maior, foi ultrapassar a barreira fisica da linha ferroviária, principalmente, com a construção do Bairro da Carapalha.
    Quem acompanhou o processo, sabe que aquela "coisa" só aconteceu graças à enorme especulação imobiliária daquela época e às grandes manobras no interior da própria autarquia. Alguém ganhou muita massa.A cidade não precisava de alargar para aquela zona. Os prejuizos foram enormes. A cidade tem uma área muito acima do que necessita. Os custos de manutenção são enormes. Os tempos estão e vão ficar mais dificeis. As verbas para as autarquias vão baixar. Teimar na prática dos mesmos erros só vai agravar a situação. Tudo o que seja levar equipamentos para o outro lado da via férrea é prejudicar o desenvolvimento harmonioso da cidade e desertificar, ainda mais, o Centro da Cidade. Há um ponto importante a ter em conta, quantas carreiras diárias tem Castelo Branco? Quando souberem, vão ter uma surpresa. O que vai ser feito é apenas um CCT e não uma Central de Camionagem. Para já fico-me por aqui, apenas dou uma informação: O Reconquista de 27/10/2011, na pág. 38 publicou dois artigos que podem ajudar a esclarecer alguns dos aspectos mais relevantes. Muito mais fica por dizer. Carlos Vale

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  7. Carlos Vale.
    O teu esclarecimento ajuda bastante a compreender toda esta "intrigante" história.
    Bem-haja por pelas tuas palavras.
    Uma braço

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  8. Anónimo18:57

    Então fique sabendo Dona Idanhense o sub férias e natal que lhe vão cortar vai ser para pagar a futura ponte que será erguida nos "pilares da existente"

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  9. Anónimo03:40

    Aconteceu o que eu esperava. Pensei em dizer algo sobre o centro de transportes. Depois preferi ficar à espera, porque que tinha a sensação que ninguém ia falar do assunto. Enganei-me, mas foi por pouco. Só uma pessoa pegou no assunto. Os outros disseram umas parvoices que nada tinham a ver com o assunto. Só bocas parvas sem qualquer ligação. Perante isto, perdi o apetite.
    Vigilante da Muralha Norte.

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  10. Amigo Vigilante da Muralha Norte.
    Desculpe a franqueza, mas parece-me que está a ser demasiado duro para com quem aqui deixou os seus comentários. Também eu esperava uma maior participação sobre o trabalho de David Miguel, contudo (como é costume dizer-se) cada um dá o que pode e mais não se lhes pode pedir.
    Não perca o apetito e de-nos a sua opinião sobre o assunto.
    Abraço

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  11. Anónimo01:15

    Para o Sr. Verissimo não ficar zangado. Não era essa a intenção. Mas é lamentável a falta de participação e os comentários que nada acrescentam. Vamos lá a umas perguntas:
    Onde fundamenta o David que o projecto é uma lamechise política e uma incogruência? Que a cidade é de difícil acesso?
    Viu os estudos viários e de mobilidade?
    Sabe que o terreno disponível é propriedede da autarquia?
    O que é uma grande vantagem.
    Em outro local era mais uma despesa.
    Vigilante da Muralha Norte.

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  12. Amigo Vigilante da Muralha Norte.
    Zangado eu! Tomara eu que todos os visitantes deste blog fossem tão participativos como você.
    Este é um assunto (tal como você diz), que deveria interessar a todos os albicastrenses, contudo, “parece” que para a grande maioria este tipo de assuntos são uma grande chatice.
    Quanto às questões apresentadas por si, vamos aguardar para ver se alguém está disponível para aqui deixar respostas.
    Um abraço.

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