SIMBOLOGIA
- V
São
conhecidos e corretamente empregados os símbolos, que aparecem nas
colchas de Castelo Branco.
A
ROMÃ
A
romã simboliza prosperidade, abundância, liberalidade, a par do
trigo e da uva.
Pela
sua origem mística e pelas antigas associações sagradas, a romã
foi muito reverenciada pelos Persas e pelos Judeus.
A
velha tradição identificava o fruto com o da árvore do pecado
original, dado por Eva a Adão. Passou à tradição ocidental como
símbolo e augúrio de amor.
Símbolo
de prosperidade, abundância, liberalidade, na graça espiritual, a
romã desfeita em bagos, isto é, dispersa em exercício de
promessas, aparece nos quadros da Morte da Virgem (exemplo:
o políptico da primitiva capela-mor da Sé Catedral de Évora,
representado no Museu da Cidade); igual símbolo na ordem
política, imperial, figurou-a Durer no retrato do Imperador
Maximiliano, do Museu das Belas Artes de Viena, com a romão aberta,
a mostrar os grãos segura na mão esquerda.
Nas
“colchas de noivado” ou “colchas de Castelo Branco”,
tão notáveis pelo intenso simbolismo de que se revestiram, a romã
reúne os caracteres simbólicos mencionados, mas, principalmente, o
de significado amorosa na promessa de vida abundante.
São
conhecidos e continuados em toda a parte os usos propiciatórios da
romã, no dia de Reis; o mais complete é o assinalado na Madeira:
deitam-se três bagos de romã no lume, para que se não apague pelo
ano adiante; outros três vão para a caixa ou arca do pão, para ela
se não esvazie; ainda, mais três na bolsa do dinheiro, e ele não
acabará.
(Luís
Chaves)
O
Albicastrense