sexta-feira, setembro 27, 2013

LARGO DE S. MARCOS

"UM LARGO MUITO MAL AMADO"
Já por inúmeras vezes aqui escrevi sobre a pobreza em que o Largo de S. Marcos se encontra, miséria que engloba o velho chafariz e o referido largo. As eleições autárquicas na terra albicastrense, trouxeram tristes novidades em relação ao desafortunado largo.
Segundo João Pedro Delgado, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Castelo Branco, em novembro do ano passado, numa Assembleia Municipal, a câmara através do arquitecto Marçal Grilo, anunciou um projecto ambicioso de requalificação da zona de Largo de S. Marcos. Projecto que mereceu o apoio da CDU,(segundo Pedro Delgado) contemplava zonas verdes, espaços de fazer, lago, edifício de apoio e de habitação e um pequeno parque de estacionamento subterrâneo.
A serem verdadeiras as afirmações de João Pedro Delgado, (ainda não vi ninguém a desmenti-las) só posso concluir, que o manda abaixo do que restava da garagem da Beira a pouco mais de vinte dias das eleições para a autarquia da terra albicastrense, (depois de dois anos ao abandono) e da construção de um pequeno parque de estacionamento de superfície que ali está a ser construído, que estamos perante uma medida eleitoralista, e que o projecto do arquitecto Grilo foi de uma vez por todas, para o caixote do lixo.
Palavra que ainda consigo ficar banzado com este tipo de atitudes, então não é, que se discutiu na Assembleia Municipal um projecto de requalificação, projecto que merece a aprovação de todos os partidos ali representados e alguns meses depois, as cabecinhas mandantes resolvem mudar de plano?

- Que raio se passa nas cabecinhas pensadoras da gente que está à frente da autarquia albicastrense?
- Será que um vírus manhoso se instalou nos cérebros dos ditos cujos, e lhes baralhou os pirolitos!..
- Que terão os albicastrenses a dizer desta embrulhada digna de um qualquer filme de terceira categoria?
- Irão assistir sentados (de preferência), dizendo:nós nada temos a ver com esta história”.

Ou será que de uma vez por todas, irão tomar posição, sobre este diz que vai fazer uma coisa e depois faz outra totalmente diferente?
As minhas interrogações ficam! Agora que cada um diga da sua justiça.
O Albicastrense

terça-feira, setembro 24, 2013

BARTOLOMEU DA COSTA


UMA HOMENAGEM NUM LOCAL BEM DISCUTÍVEL


Tendo estado ausente de Castelo Branco por duas semanas, qual não foi o meu espanto, quando ontem me dirigi ao museu Francisco Tavares Proença Júnior e verifiquei que o jardim que está instalado na rotunda frente ao museu, tinha sido completamente transfigurada, o espaço foi alterado em virtude de ali ser sido colocado uma estátua, a homenagear Bartolomeu da Costa.
É caso para dizer que por vezes as eleições para as autarquias, fazem autênticos milagres! Pois em quinze dias tudo ficou concluído, um autêntico recorde que pode bem entrar para o livro dos recordes do Guiness. Confesso que não gostei do que vi, o largo está agora muito mais pobre e sem graça nenhuma, assim como não gostei de ver Bartolomeu da Costa no cimo de uma coluna com quase cinco metros. Será que quem escolheu o projecto avaliou os méritos de Bartolomeu da Costa, através de uma fita métrica?
Desconfio que muito brevemente um outro ilustre da terra albicastrense, personagem que tem busto no largo da Sé, se irá manifestar contra a desigualdade de tratamento. Agora mais a sério! O largo não está tão bonito como estava antes, a estátua de Bartolomeu da Costa bem podia ser em granito, pois no local o granito é quem manda, todavia prestou-se justiça a um homem sobre o qual os albicastrenses pouco ou quase nada sabem. 
O artigo que a seguir vai ler, faz parte do livro, “A Misericórdia de Castelo Branco” (Apontamentos Históricos), da autoria de H. Castro e Silva.


Terminava perguntando o seguinte: Quem pagou a estátua e as alterações no Largo? Se foi a autarquia da terra albicastrense, porque raio está escrito no monumento:

A.S.C.M.C.B agradece ao comendador Joaquim Morão presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, 1997-2013” e não, “A.S.C.M.C.B agradece à autarquia e aos albicastrense, esta obra”.
Palavra que não consigo compreender estas personalizações, pois que eu saiba, as autarquias são dirigidas por um conjunto de pessoas e não por um mecenas que paga do seu bolso as obras feitas.
O Albicastrense

domingo, setembro 22, 2013

ANTIGOS JORNAIS DA MINHA TERRA - VII “O REBATE”


CENTO E UM ANOS DEPOIS....
No dia 22 de setembro de 1912, surgiu à luz do dia em Castelo Branco, o jornal “O Rebate”, (dizia ser um órgão das classes trabalhadoras).
Foi seu director, José Fernando Alves, administrador, José Eugénio Nard e como editor tinha, José Oliveira Carvalho. Tinha a sua administração na rua do Saibreiro.
Era propriedade de um grupo de operários de Castelo Branco, era composto e impresso na tipografia Pelejão.
Afirmava-se “ser o continuador do programa do jornal, O Futuro”. Porém, a partir do numero oito, dizia ser, “propriedade do núcleo do Partido Socialista de Castelo Branco”.
Posteriormente, no numero 26, já afirmava que o jornal,  “é propriedade do grupo de Operários de Castelo Branco”. Terminou a 21 de Fevereiro de 1915, com a publicação do número 74.
O Albicastrense

sexta-feira, setembro 20, 2013

CASAS DA TERRA ALBICASTRENSE


O CASARÃO DOS SILVA RIBEIRO
(Início da construção 1866)

A degradação de alguns edifícios da terra albicastrense é infelizmente ainda hoje uma realidade, independentemente da recuperação de alguns  belos edifícios, pelos responsáveis da autarquia da cidade. Entre os edifícios recuperados pela autarquia, quero aqui destacar  o casarão dos Silva Ribeiro, hoje ocupado pelo Benfica e Castelo Branco. O edifício encontra-se situado na Rua dos Ferreiros e começou a ser construído no ano de 1866, pela família Silva Ribeiro. 
Na sua já longa história de 147 anos, muito teria para contar se pudesse falar-nos, foi residência da referida família durante algumas dezenas de anos, mais tarde ali esteve instalado o Hotel de Salvação, o Hotel Central, e actualmente é sede do Benfica de Castelo Branco. No r/c do referido casarão, muitos estabelecimentos comerciais ali se estabeleceram desde a sua construção, porém, há um que não posse deixar de referir por estar de algum modo ligado a ele por laços familiares, estou a referir-me ao Café do “Tonho China” que ali funcionou na década de 1950/1960.
Muito mais se poderia dizer ou escrever sobre o casarão dos Silva Ribeiro, porém, o mais importante a destacar foi a sua recuperação por parte da Câmara Municipal de Castelo Branco, e a sua entrega a uma das colectividade mais antigas da cidade, colocando-o deste modo ao serviço dos albicastrenses.
O Albicastrense

segunda-feira, setembro 09, 2013

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – LXXVII

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Vem a seguir a sessão de 25 de Março, a que assistiram o juiz de fora, vereadores e procuradores do concelho, e o que se passou conta-o a acta neste termos:

Nesta Vereação foy aprezentada huma carta da Raynha Nossa Senhora em data de 21 do corrente mês e anno que por Postilhão tinha vindo aos mesmos Juiz Vereador e Procurador desta Comarca em que lhe dava a gostosa noticia de que no mesmo dia fora Nosso (o escrivão Aranha quis certamente dizer Nosso Senhor); servido de felicitar estes Reynos com o Nascimento de hum Princepe que a Princeza do Brasil e sua amada e Prezada Nora dera à luz com feliz sucesso para que se festejasse com todas aquellas demonstraçoens de aplauso e contentamento do costume o que logo de poz em execussam”.

Saindo de Lisboa depois do parto da Princesa no dia 21, para chegar aqui a tempo de fazer entrega da carta régia, serem feitos os avisos aos vereadores e realizar-se a sessão no dia 25, vamos lá que não andou mal de todo.
Porque é preciso notar que o postlihão vinha a cavalo e era preciso ter pernas rijas para vencer em três dias a distancia de Lisboa a Castelo branco pelos caminhos de cabras que então havia.
Na sessão de 10 de Maio apenas “nomearão p. Almotaçel para servir com o Dr. Jozé de Andrade a Jozé da Silva Castellbranco que servirá nos tres meses seguintes

E não tiveram forças para “desachar” mais nada.
Mas tornaram a reunir-se logo três dias depois, no dia 13 e; Nessa Vereação coutaram os Alqueves e que se despejassem no termo de tres dias que findão no dia 17 de corrente mês para o que se lançassem Pregoens na forma do custume”. E mais determinaram, “que se a rematassem as courelas da Folha dos milhos e que se puzessem a pergão”. E mais nada que isso, “por não haver mais que despachar”.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 04, 2013

RESTAURANTE CINE BAR


UM NOME COM HISTÓRIA
Na década de 60 do passado século, abriu em Castelo Branco um dos melhores e mais luxuosos restaurantes da cidade desse tempo, ao qual deram o nome de, Cine Bar. Para quem não saiba, ele estava instalado no edifício do Cine Teatro Avenida, mais propriamente no espaço hoje ocupado pela Sala da Nora. Tentei saber quem foi o responsável pela sua abertura, infelizmente não consegui, todavia sei que um familiar meu “Tonho China”, (juntamente com um sócio) conseguiu o seu trespasse alguns anos depois da sua abertura e que passado algum tempo, o trespassou a um individuo que viria a ficar conhecido pelo, “Tonho do Cine Bar”.
O restaurante manteve-se aberto por mais de duas décadas, com o incêndio do Cine Teatro em 1986, apagou-se. O pequeno resumo histórico com que comecei este poste, vem a propósito de ao ter passado pela Avenida Humberto Delgado, ter reparado que existe por ali uma placa, indicando a existência de um café que ostenta o nome do velho Cine Bar.
Fui lá beber um café e confesso que gostei do que vi, embora ali nada exista que nos lembre o antigo Cine Bar, o pequeno espaço é um hino dedicado ao cinema, pois está decorado com imensas fotografias de actores e actrizes famosos de Hollywood, tendo até um cantinho destinado ao fado. Para quem ainda não conhece o cantinho, só posso recomendar uma visitinha, pois o ambiente é acolhedor e a família responsável pela sua gestão, uma simpatia.
Falei com a D. Antónia, uma das pessoas que gere o pequeno espaço e confesso que fiquei seu admirador, pois além de ajudar no dia a dia no pequeno café, frequenta ainda a Universidade Sénior, tendo ainda tempo para escrever poesia.
VÃO ATÉ LÁ, E COMENTEM AQUI A VISITA!

Bate o Sol na minha casa,
que panorama tão belo.
Ver aquelas casas,
na encosta do castelo.

Encheu-me a alma de esperança,
esta cidade encantada.
Por isso escolhi viver,
aqui em Castelo Branco.

Tenho alma de fadista,
creio que nasci para o fado.
Porque hoje não sei viver,
sem a guitarra ao meu lado.

Amigos cantai comigo,
porque este é o nosso fado,
e eu só serei feliz,
com amigos a meu lado.

Vou terminar este fado,
que escrevi com humildade.
Pedindo um mundo melhor,
onde haja fraternidade.
De, Antónia Dias de Carvalho
O Albicastrense

domingo, setembro 01, 2013

CLEMENTE MOURO


REPUBLICAR  E RECORDAR; A Clemente Rosa Mouro

Quase todos os dias, normalmente depois da hora de trabalho, perco-me na arrecadação da casa onde resido à procura de algo para ler.
Como tenho algum manancial bibliográfico, sempre se encontra alguma coisa para desta forma ocupar algum tempo livre que ainda me vai restando.
Então, ao pegar num envelope todo empoeirado que continha documentação e no qual encontrei um Boletim Informativo, por sinal com o número 1, e com data de Junho de 2004 intitulado “O Albicastrense”, o qual me foi distribuído pela Junta de Freguesia de Castelo Branco, ainda do tempo em que exerci o mandato pela coligação PSD /CDS-PP.
Ao olhar para a manchete, saltou-me à vista a foto do Presidente da Junta em exercício naquela altura, o Sr. Clemente Rosa Mouro.
No editorial do referido Boletim Informativo, Clemente Mouro escreveu o seguinte: «caros concidadãos, no decorrer do terceiro mandato à frente dos desígnios da freguesia, o meu lema, e dos restantes membros da Junta de Freguesia, e de todos os elementos da Assembleia de Freguesia tem sido o de realizar um trabalho que dignifique a freguesia e os seus habitantes, rumo a um futuro em que as pessoas estejam em primeiro lugar...».
Ora, como é sabido por todos, o Sr. Clemente Mouro dispensa elogios, pois é um homem nobre por natureza.
Quando analisei o sentido do testo publicado no Boletim Informativo, sensibilizou-me a sua riqueza, em termos substância, a qual reflecte a personalidade de uma pessoa com uma carga afectiva e valorativa difícil de encontrar em qualquer político nos dias que correm, pois nunca ouvi um politico da “modernidade” que tivesse a coragem e a frontalidade de publicamente, de forma humilde, discreta e consciente elogiar o trabalho de todos quantos se sentavam à mesa da Assembleia de Freguesia de Castelo Branco, de forma imparcial e sem sectarismo partidário. Assim se reconhecem os verdadeiros líderes.
                                                                              F.J.P.Z.B

(Este artigo foi publicado no Jornal Reconquista em 17 - 04 – 2008)
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...