quinta-feira, julho 24, 2014

CASTELO BRANCO E O SEU ALFOZ - (XIII)

LUTA ENTRE OS TEMPLÁRIOS 
E O CONCELHO DA COVILHÃ
Já aqui postei as páginas do livro que relata este acontecimento, todavia, resolvi postar esta história palavra por palavra por achar que ela é mercadora de ser conhecida por todos os Beirões.
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(Poste - 1)
Dizem que vem de longe certa rivalidade entre Castelo Branco e a Covilhã, com rasto na história dos dois concelhos. Talvez assim seja, mas não é do nosso conhecimento, e o exame critico do documento de 1230 que fala de uma bulha célebre entre a Ordem do Templo e o conselho da Covilhã, com certa comparticipação do concelho de Castelo Branco, não autoriza tal opinião. Logo no principio do documento referido se diz:
- havendo disputas entre o concelho da Covilhan de uma parte, e Estevam Belmonte, mestre da Ordem do Templo e o concelho de Castelo Branco da outra, a respeito de uma questão de termos e morte de homens...
Em 1230 Castelo Branco não tinha nem podia ter em questões de limites com o conselho da Covilhã. O alfoz de Castelo Branco ficara vincadamente marcado com a doação da herdade da Cardosa em 1214, e a separá-lo do alfoz da Covilhã ficava o espaço largo ocupado pelos concelhos de Lardosa e Alpreada. Quem vinha testilhando com a Covilhã sobre limites era a Ordem do Templo, que no concelho de Alpreada tinha avantajada herdade a estender-se pela encosta da Gardunha, ou seja a deslindar com o conselho da Covilhã, no termo do Fundão. Está mesmo a ver-se como os factos se passaram. Os rendeiros dos Templários não se sentiam com forças para fazer respeitar o direito de propriedade dos seus senhores, e o preceptor da Ordem do Tempo em Castelo Branco quis dar lição severa aos atrevidos que ousavam disputar à Ordem certa porção dos seus domínios, e para este efeito levou de Castelo branco reforço em homens destemidos.
O que se passou é fácil de adivinhar, e o próprio texto da composição o diz nestes concisos termos: homines de Covilliam fuerunt interfecti. O local onde foram mortos os homens da Covilhã a toponímia o crismou de Contenda, que ainda hoje conserva. Os árbitros presididos pelo Bispo de Viseu vieram a Vale de Prazeres em cujo termo estava o objecto do litígio, e reuniram na praça que a memorar este facto foi crismado a de Praça da Concórdia.
(Continua)
O Albicastrense

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