terça-feira, novembro 22, 2016

O CASTELO E AS MURALHAS DA TERRA ALBICASTRENSE – (IV)

ACHEGAS PARA UMA MONOGRAFIA REGIONAL
“CASTELO BRANCO E O SEU ALFOZ”
(J. RIBEIRO CARDOSO)
 (Continuação)
E segundo a lição de Rui de Pina, em terras da beira nada mais fez o nosso Dom Dinis, e vamos lá que já não fez pouco.
A fantasia de o castelo e muralhas da vila de Castelo Branco serem dionisianas, foi modernamente perfilhada pelo senhor General João de Almeida, que prestou o inestimável serviço de editar o livro das fortalezas de Duarte Darmas, e nele, da sua lavra, pôs a seguinte nota:
 “Em 1286 El-Rei Dom Dinis, ou porque os Templários não tivessem levantado as fortificações que Dom Afonso II lhes impusera na doação, ou porque não satisfizessem a uma defesa eficaz, mandou fazer outro Castelo, com sua torre de menagem de sete quinas e cercou a povoação de uma grossa e alta muralha”.
São desse tempo as fortificações desenhadas por Duarte Darmas. É bem certo que quem conta um conto sempre lhe acrescente um ponto, e não quis o senhor General João de Almeida desmentir o aforismo, e por isso atribuiu a Dom Dinis não só a feitura das muralhas, mas também a do Castelo, com a sua torre de menagem de sete quinas.
Seja lá como for, o que não está certo com certeza, é que Dom Afonso II, na doação da Herdade de Cardosa, houvesse imposto aos templários a obrigação de fortificarem Castelo Branco do Moncarchino, como o leitor pode verificar no texto da doação que publicamos integralmente.
Os desenhos de Duarte Damas são preciosos para se aquilatar da grandeza do Castelo. 
Em 1753 fez-se o Tombo da Comenda e o castelo e as muralhas ainda se erguiam imponentemente na elegância das suas linhas castrenses.
Depois a ação mordente do tempo e a ação daninha do homem, reduziram a nada a obra formidável dos Templários (1).
Em 1821 um capitão da tropa, secretário das armas da província, pediu licença para utilizar as pedras da muralha na construção de uma casa.
Ouvida a Câmara, achou bem o pedido, contando que a pedra não fosse tirada dos lanços da muralha em poder dos particulares. Foi o início da derrocada.
Em 1835 a Camara representou ao Governo a conveniência de serem apeados os Arcos das Portas da muralha.
Achou bem o Perfeito da Província e do Ministério da Guerra baixou a portaria de 17 de Julho de 1835, autorizando o apeamento dos arcos das muralhas, utilizando-se a pedra em obras de manifesta utilidade pública.
Em 9 de Março de 1839 outra portaria autorizava a almoeda de parte de pedra do castelo, e em 20 do mesmo mês e ano ainda, outra portaria mandava continuar a almoeda de venda da telha e madeiras do castelo!
(Continua)
O Albicastrense

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